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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Médiuns em outras religiões




Foi Allan Kardec quem melhor estudou a paranormalidade humana, adentrando a sonda da




investigação no cerne do fenômeno.




No capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, Kardec apresenta a seguinte definição: "Toda pessoa




que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos é por isso mesmo médium". E tece




comentários muito importantes dessa peculiaridade do organismo humano. Foi Kardec, aquele




que propôs a palavra médium, por mais consentânea com a função a que se dedica. (Também




trata do assunto em Obras Póstumas, 1.ª Parte, cap. VI ítem 33).




O Codificador apresenta a mediunidade como sendo uma faculdade orgânica, encontrada em




quase todos os indivíduos, à semelhança de qualquer outra aptidão como a memória, a




inteligência, a razão, etc.




Não constituindo, assim, patrimônio especial de grupos, nem privilégio de castas; é inerente ao




Espírito, que dela se utiliza, encarnado ou desencarnado, para o ministério de intercâmbio entre




diferentes esferas de evolução.




O desenvolvimento da faculdade propriamente dita, relaciona-se com o organismo, é




independente da moral, não ocorrendo o mesmo com seu uso, que pode ser mais ou menos




bom, segundo as qualidades do médium.




A mediunidade não implica necessariamente em relações habituais com os Espíritos superiores.




É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos útil aos Espíritos em geral. O




bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos




bons Espíritos e somente deles têm assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência




das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade. (Fonte para estudo: O




Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 11 e 12).




A mediunidade não tem nenhum sinal ou característica exterior, que permita a quem quer que




seja poder caracterizá-la ou identificá-la através de síndromes ou manifestações que tipifiquem




o comportamento de um médium.




De início, por ser uma faculdade que coloca o homem entre dois extremos, ele pode propiciar




determinados estdos, confundidos com patologias, com enfermidades. Se ela se manifesta na




área intelectual, pode apresentar no indivíduo determinados estados de aparente alucinação




auditiva, visual, ansiedade, receio, fenômenos claustrofóbicos, medos injustificáveis da noite, do




relacionamento com as pessoas. Porque, propiciando ao indivíduo uma percepção que estrapola




o fenômeno normal, dá-lhe uma dimensão de registrar maior que o tipo comum. E, não estando




a pessoa equipada para conduzir essas manifestações, é natural que experimente certas




insatisfações, intranqüilidade ou sensação de mal-estar.




Na área física, pode proporcionar ruídos, pancadas inesperadas, mundanças de objetos de lugar,




determinadas sensações de presenças, agradáveis ou desagradáveis.




Também na área onírica, nos estados de sono, pode caracterizar-se pelos fenômenos de




encontros espirituais, de desdobramentos, pesadelos. Não queremos com isso configurar, que




essas manifestações pelo geral, sejam mediunidade, mas particularizar que a mediunidade pode




também revelar-se através desses fenômenos.




À semelhança da inteligência, a mediunidade se apresenta dentro de várias expressões. Pode




ser visual, a vidência. Auditiva, a audiência. Premonitório, através da qual o ser penetra no




conhecimento do futuro.




Pode apresentar-se mediante à irradiação de uma energia que materializa e que desmaterializa,




que produz a movimentação de objetos, ectoplasma. Pode levar o indivíduo a estados de




empatia. De repente, dá-lha aquela alegria, aquela felicidade; como de depressão, aquele




estado crepuscular; o indivíduo tem a sensação de que algo bom lhe está acontecendo, sorri, se




emociona, ou tem a sensação de que uma grande tragédia está prestes a acontecer-lhe. São




fenômenos inspirativos de boa ou má prodecência, caracterizando a mediunidade inspirativa,




psicofônica ou de incorporação.




Se vem um impuslo de escrever, e consegue grafar uma página com beleza superior à sua




capacidade momentânea, ou fazê-lo sobre um assunto que não elocubrou, eis aí patente a




mediunidade psicográfica. Mas todas elas desvestidas de superstições, de mistérios e crendices.




A mediunidade não leva à doença. O que faz o médium adoecer, não é a presença da faculdade.




São as suas dívidas desta ou de outra encarnação. A pessoa adoece, não por que seja médium,




mas porque é um ser individado perante as Leis Divinas. (Fonte para estudo, O Livro dos




Médiuns, cap. XVIII).




Apresentada a mediunidade, é lícito educá-la, da mesma forma que em se notando uma




faculdade de natureza intelectual ou artística, a pessoa passa a desenvolver essa aptidão, para




daí, canalizando as suas energias, sacar os melhores resultados possíveis.




Requisitos para educar a mediunidade




por Divaldo Pereira Franco




''Para educar a mediunidade há requisitos inamovíveis, sem os quais ninguém consegue




desdobrar essas percepções.




O primeiro deles, estudá-la, conhecer as suas possibilidades e as demais. Conhecer o




Espiritismo, que é a ciência que explica a mediunidade. Sem esse conhecimento a pessoa não




passa do estado de superstição e de aventura, ainda mais, por causa do grande escolho à




mediunidade, do grande perigo, que é a obsessão. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns,




cap. XXIII).




Sendo os Espíritos as almas dos homens que viveram na Terra, eles são exatamente os mesmos




desvestidos do corpo físico. Bons ou maus, nobres ou indignos, honestos ou injuriosos e,




estando a pessoa no desabrochar da mediunidade, em uma faixa de incerteza e de instabilidade




emocional, sintoniza primeiro com os Espíritos levianos, que se lhe aproveitam da ignorância




para prometer-lhe missões, funções especiais, posições de relevo, e mentindo, dizerem tudo




aquilo que agrada à vaidade da criatura humana. (Fonte de estudo, O Livro dos Médiuns, cap.




XVII, ítem 211 e O Livro dos Espíritos, pergunta 919)




Qual o meio mais eficaz para sem melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?




Um sábio da aantiguidade disse: "Conhecer-te a ti mesmo."




"O conhecimento de si mesmo é, pois, a chave do melhoramento individual..." (Santo




Agostinho)




Portanto, cumpre ao médium o dever de vigiar-se, para ter certeza de que é uma criatura




humana falível, como uma outra qualquer. Portadora apenas de uma faculdade a mais que lhe




pode ser instrumento de felicidade, como de ruína, de acordo com a finalidade que lhe dê.




A mediunidade não é boa nem má; o uso que se lhe dê tornar-lhe-á uma bênção ou uma




desdita para o seu usuário.




A segunda função é o exercício. A mediunidade não é para um breve período como muita gente




que treina uma semana e na seguinte abre um Centro Espírita, para atender à sua e à vaidade




das pessoas que lhe são afins. Acreditando que o fato de abrir um Centro Espírita a mais, é um




grande serviço que presta à Humanidade, pois que, não estando a pessoa convenientemente




equipada, o que pode transmitir? Como conduzir, se ainda não sabe conduzir-se? Incidindo




naquela prescrição de Jesus: "Cego que conduz cego, caem todos no mesmo abismo". (S.




Mateus, cap. XV, vv 1 a 20)




Portanto, é um exercício para toda a vida. Porque, a pessoa que possui inteligência, não pode




dizer amanhã: — "A partir de agora vou deixar de ser inteligente". A pssoa que aprende a ler e




escrever não pode afirmar: — "De agora em diante não leio mais." Porque, onde quer que




incidam as suas vistas, o que estiver grafado em seu idioma, ela o lerá, queira ou não, uma vez




que é uma qualidade inerente à sua realidade humana.




A mediunidade, portanto, exige uma educação permanente e, à medida quem o médium vai




educando as suas possibilidades psíquicas, mais amplas estas se lhe fazem, exigindo-lhe maior




campo de ação e de vigilância.




"Educar-se incessantemente é dever a que o médium deve comprometer intimamente, a fim de




não estacionar e, aprimorando-se, lograr as relevantes finalidades que a Doutrina Espírita




propõe para a mediunidade com Jesus." (Joanna de Ângelis, no livro no Limiar do Infinito)




O terceiro requisito é a consciência de que é médium, para que lhe serve a mediunidade e o que




dela vai fazer. Daí, a vigilância é a necessidade mais imediata e mais comum.




"É necessário vigiar as entradas do coração e permanecer no posto da prece." (Joanna de




Ângelis, no livro Convites da Vida)




A vigilância lhe deve constituir um paradigma a fim de que tenha o critério de analisar as




comunicações de que é objeto, não se impressionando com nomes pomposos nem com




entidades que trazem uma alta dose de pieguismo.




Na cultura brasileira, remanescente do africanismo, há uma postura muito pieguista, que é a do




preto velho. E muitas pessoas acham que é sintoma de boa mediunidade ser instrumento de




preto velho. Quando lhes explicamos que não há pretos velhos, nem brancos velhos, que todos




são Espíritos, ficam muito magoadas, dizendo que nós, espíritas, não gostamos de pretos




velhos. E lhes explicamos que não é o gostar ou não gostar. Se tivessem lido em O Livro dos




Médiuns, O Laboratório do Mundo Espiritual, saberiam que se a entidade mantém determinadas




características do mundo físico, é porque se trata de um ser atrasado. Imagine o Espírito que




manquejava na Terra, porque teve uma perna amputada, ter de aparecer somente com a perna




amputada.




Ele pode aparecer conforme queira, para fazer-se identificar, não que seja o seu estado




espiritual. Quando, ao retornar à Pátria da Verdade, com os conhecimentos das suas múltiplas




reencarnações anteriores, pode apresentar-se conforme lhe aprouver.




Então, a questão do preto velho é uma fenômeno de natureza animista africanista, de natureza




piegas. Porque nós achamos que o fato de ter sido preto e velho, tem que ser Espírito bom, e




não é. Pois houve muito preto velho escravo que era mau, tão cruel quanto o branco, insidioso e




venal. E também houve e há muito branco velho que é venal, é indigno e corrompido. O fato de




ter sido branco ou preto não quer dizer que seja um Espírito bom.




Cabe ao médium ter cuidade com esses atavismos, e quando esses Espíritos vierem falando




errado, ou mantendo os cacoetes característicos das reencarnações passadas, aclarar-lhes




quanto à desnecessidade disso. Porque se em verdade, o preto velho quer falar em nagô, que




fale em nagô, mas que não fale um enrolado que não é coisa nenhuma. Ou, se a entidade foi




alemã na Terra e não logre falar o idioma do médium, que fale alemão, mas que não fale um




falso alemão para impressionar. O médium só poderá falar o idioma no qual ele já reencarnou




em alguma experiência passada.




Desde que não há milagres nem sobrenatural, o médium é um instrumento. Sendo a




mediunidade um fenômeno orgânico, o Espírito desencarnado vai utilizar o que encontre




arquivado no psiquismo do médium, para que isto venha à baila. (Fonte para estudo, O Livro




dos Médiuns, cap. XIX, ítem 15)''




Dentro dessa exposição, ao estudar meduinidade, conseguimos definir que me toda e qualquer eligiõa a mediunidade está presente. Em outro texto detalharei com mais propriedade as funções medianeiras em outras religiões, dentro de suas liturgias.




Marlon Santos




domingo, 18 de setembro de 2011

Materializações Luminosas

Em fevereiro de 1948, em Minas Gerais, na residência do Dr. Rômulo Joviano, alto funcionário do Estado, em Pedro Leopoldo, ficou combinada uma reunião de materialização. Estariam presentes o médium Francisco Cândido Xavier, como um dos assistentes, e o médium Francisco Lins Peixoto ou Peixotinho, como é conhecido, e que serviria de médium de materialização.
Acompanhei o médium Peixotinho desde Belo Horizonte até Pedro Leopoldo. Lá, ficamos hospedados no Hotel Vitória, no mesmo quarto, juntamente com mais as seguintes pessoas: Jair Soares, Inácio Domingos da Silva e João Gonçalves. Todos no mesmo quarto. Quando nos recolhemos, na primeira noite de estada, o Peixotinho, que é asmático e fica às vezes sufocado, pediu que fizéssemos uma prece para que ele pudesse ser tratado pelos espíritos.
Feita a prece, aproximou-se um espírito que colocou uma faixa luminosa sobre o peito e as costas do Peixotinho, o qual, deitado, gemia alto. Todos nós vimos à faixa Luminosa, de cor verde-clara, colocada sobre o peito. A cama do médium estava colocada entre duas outras, de solteiros, e o Sr. Jair Soares de um lado e Inácio da Silva, do outro, assistiam ao fenômeno a uma distância de cinqüenta a sessenta centímetros mais ou menos. Eu estava colocado a uma distância de dois a dois metros e meio. Havíamos chegado ao entardecer e não nos separamos um só instante, de modo que não houve tempo para qualquer preparação da parte do médium.
A reunião marcada para o sábado realizou-se. Como preparação, haviam os espíritos determinado através da psicografia, pelo Peixotinho, que não comêssemos carne nem bebêssemos ou fumássemos no dia da reunião.
Os cômodos para realização dos trabalhos foram indicados pelo Dr. Rômulo Joviano: um quarto menor que serviria de cabina e uma sala grande, ligada, que seria ocupada pelos assistentes. Em número talvez superior a quinze pessoas, assistimos ao desenrolar dos trabalhos.
Diversos espíritos apresentaram-se materializados. Todavia se apresentaram totalmente iluminados, por luz que saía de dentro para fora, tornando o ambiente antes às escuras, num suave crepúsculo. A impressão exata que se tinha era de que um globo de luz fluorescente em forma humana caminhava pela sala.
Sucederam-se as aparições que vinham conversar com os presentes no recinto. A chegada dos espíritos na cabina era assinalada por clarões que lembram os relâmpagos de cor verde-roxo-azulada.
O médium Peixotinho tornara-se meu conhecido em Belo Horizonte dois ou três dias antes da reunião; não conhecia minha família nem sabia se eu possuía ou não filhos. Não viu nenhum retrato de filhos meus. Finalmente, não tratamos desse assunto.
No entanto, entre os espíritos que se materializaram em forma luminosa, apresentou-se o espírito de minha filha Heleninha, que com dois anos de idade morrera no ano de 1945.
Na mesma estatura, em voz semelhante, dirigiu-se a mim dizendo algumas palavras de saudação. Deixou-me uma flor como lembrança, ainda fresca e cheia de orvalho. Embora pareça inconcebível, não me emocionei presença dela e pude dirigir-lhe calmamente a palavra. Era realmente ela, sem deixar dúvida alguma.
José Grosso, outro espírito que se materializou, atirou numerosas pedras sobre os assistentes alegremente, em plena escuridão. Atirava-as e gritava o nome do destinatário. A pedra caía aos pés da pessoa indicada sem contudo atingi-la ou molestá-la.
E quase certo que nenhum homem seria capaz de atirar dez ou doze pedras no escuro, sobre uma assistência numerosa para o tamanho do recinto, e com a violência com que foram atiradas sem ferir alguém.
Além disso, os espíritos materializados improvisaram quadras e pronunciaram discursos sérios de convocação ao homem do mundo atual.
Coisa maravilhosa era ver como os espíritos se dirigiam com imenso carinho ao Chico Xavier, dando-lhe a importância que deve ter perante o mundo invisível e esqueciam-se de outras personalidades que estavam no recinto, portadoras dos títulos universitários concedidos pelos homens. Prova belíssima de que o homem vale realmente como figura moral e espiritual acima de todas as vaidades humanas. Esse foi o primeiro contacto que tivemos com fenômenos de materialização.



MENSAGEM DE EMMANUE



Finalizando nossa humilde contribuição aos estudos psíquicos no Brasil, inserimos aqui, como fecho, a mensagem que Emmanuel, através de Francisco Cândido Xavier, nos concedeu em dezembro de 1953, respondendo a consulta que lhe fizemos.
Eis, pois, a consulta e a resposta.


P- Se possível, desejava que o nosso irmão Emanuel se pronunciasse a respeito do humilde trabalho que temos em mão para publicação breve, Materializações Luminosas.


R- Meu amigo, Jesus nos fortaleça e abençoe.
Achamo-nos em pleno campo da renovação espiritual do mundo e todas as sementes dignas do aperfeiçoamento terrestre devem ser arrojadas ao solo dos sentimentos, na preparação do glorioso futuro humano.
Desejamos ao seu trabalho o mais amplo êxito, não só porque se refira ao nosso idealismo superior, mas porque se desenvolve em torno de um núcleo respeitável do Espiritismo fenomênico, suscetível de acordar as mais nobres convicções, dentro da esfera moral de nossa Consoladora Doutrina, atraindo corações para a Verdade e para a bem, nas legítimas finalidades das nossas tarefas com Jesus.


Marlon Santos
Do livro de A. Raniere

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Passe

Sobre o assunto, Kardec tratou sobre o aspecto geral de CURAS e nos demonstra que "este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o uso de qualquer medicação". (L. M. Cap. Xiv - 175 - 2 Parte).


Kardec questionava, pois entendia que o fenômeno não passava de magnetismo, mas sua perspicácia de cientista demonstrava que alguma coisa a mais existia.


Expôs que geralmente todos os magnetizadores são aptos a curar. Examinando mais profundamente o assunto, nos demonstra que diferente do magnetizador é o médium curador, uma vez que esta faculdade é espontânea, e que alguns a possuem sem terem tido, jamais, conhecimento do magnetismo. É assim que nos assinala que neste caso existe a intervenção de uma potência oculta, que é o que realmente constitui e caracteriza a mediunidade.


No item 176, do capítulo mencionado, Kardec formula uma série de perguntas que é importante analisar.


"Pergunta - Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?
Resposta - Não há que duvidar.


Pergunta - Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
Resposta - É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio... ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias".


Por aí vemos que no mecanismo da cura pelo Passe, são os Espíritos que conduzem o processo, pois que:




  • Aumentam nossos fluidos



  • Dirigem nossos fluidos



  • Qualificam nossos fluidos


Na 6ª pergunta, desejando saber se nas pessoas que possuem o dom de curar, se haveria também ação magnética ou apenas influência dos Espíritos, obteve como resposta: "uma e outra coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois que atuam sob a influência dos espíritos".


CONCEITOS


Segundo Kardec, a ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste ao corpo material. (Rev. Espírita - Ano Viii - Setembro 1865 - Volume 9 - Pag. 258).


Tal assertiva é hoje comprovada cientificamente, o que demonstra o papel importantíssimo do perispírito na economia orgânica. A comprovação temos em várias obras e principalmente no livro de Sheila Ostrander e Lynn Shoroeder, "Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro", à pag. 243, quando nos diz: "Os trabalhos preliminares com a fotografia Kirliana até agora parecem indicar que a cura psíquica envolve uma transferência de energia do corpo bioplasmático do curador para o corpo bioplasmático do paciente.


Sendo o intermediário entre o corpo e o espírito o perispírito possui esta característica de receptor e transmissor.


As mudanças ocorridas nesse nível finalmente se refletem no corpo físico e, segundo se afirma, curam-no.


Que é o Corpo Bioplasmático, energético, da ciência?


Nada mais que o Perispírito, que Kardec nos revelou há 142 anos.


Assim é que segundo Kardec, o passe, é a transferência de fluidos de perispírito para perispírito. (A Gênese - Cap. Xiv - Item 31).


No movimento espírita, existem outros conceitos, tais como:


"É uma transfusão de energias psíquicas..."


(Emmanuel - O Consolador - questão 99)


"É uma transfusão de energias regeneradoras..."


(Marco Prisco - Ementário Espírita)


"Não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos".


(André Luiz - Opinião Espírita - cap. 55)


"...O passe é transfusão de energias fisio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício".


(Emmanuel - Segue-me - cap. O PASSE).


A FÉ E SUA INFLUÊNCIA NOS PROCESSOS DE CURAS


Verificamos três importantes assuntos no campo do passe, que são também deveras preponderantes para que a ação fluídica transmitida ao enfermo possa gerar profundo restabelecimento.


O poder da fé demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível.


Daí decorre que, aquele que, a um grande poder fluídico normal, junta a FÉ, pode só pela força de sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros mais, tidos antigamente por prodígios, milagres, mas que não passam de efeitos de uma lei natural, tal o motivo que levou a Jesus dizer a seus apóstolos: "Se não curastes, foi porque não tendes fé". (Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap 7).


Na verdade não há muito o que interpretar destas palavras de Kardec; apenas queremos aqui ressaltar a ponte existente entre a fé e a ação fluídica por obra da força de vontade. Torna-se desnecessário dizer, que na ausência da fé, por parte do passista, é a anulação prática de seu poder fluídico e, no paciente é a falta do catalisador fundamental do restabelecimento. Conforme Kardec nos assevera : "Entende-se por fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim." . A A fé que compreendendo o mecanismo de atuação acredita patentemente na assistência invisível no momento da ação fluídica. Não vamos confundir a fé com presunção, pois a fé é humilde.


Tanto quem doa como também quem recebe esta fé deverá ser uma diretriz muito importante no resultado das atividades fluidoterápicas.


MERECIMENTO


Para podermos em profundidade entender o merecimento faz-se necessário recorrer à teoria da reencarnação. Como esse tema, por si só, comporta muitos volumes e não é o nosso objetivo nesse estudo, nos limitaremos a um raciocínio de Kardec, simples e por demais objetivo, o qual se não leva os descrentes a aceitar a reencarnação, pelo menos os induz a pensar e reconhecer, logicamente que sua possibilidade é mais racional e justa que sua negação pura e simples. "Por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias (doenças incuráveis ou de nascença, mortes prematuras, reveses da fortuna, pobreza extrema, etc.) são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na visa atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente a esta." (Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap 5).


Isto posto, afiançamos que a questão do merecimento está diretamente ligada aos débitos do passado, tanto desta quanto de outras vidas, como aos esforços que vimos empreendendo para nos melhorarmos física, psíquica, moral e espiritualmente.


Porventura, se na vida anterior envolvemos a nós mesmos em pesados delitos, tendo comprometido igualmente nosso perispírito, teremos que assumir também as conseqüências de tais mazelas. Sendo o nosso órgão espiritual comparado a uma esponja que a tudo absorve, seguramente transferirá ao novo corpo as deficiências localizadas, as quais, dependendo da extensão e gravidade das faltas, demorarão para se reharmonizar, envolvendo-nos no aprendizado de valorização das reais finalidades orgânicas.


Por outro lado, se temos qualquer problema, que tomamos aqui, o fumo, e devido a esse fumo temos problemas pulmonares e queremos nos tratar, mas não largamos o cigarro, por mais ingentes sejam os esforços fluídicos empregados para o restabelecimento, tudo redundará em falhas ou ineficiência, no mesmo caso acontece, com os problemas psíquicos (cármico), e não nos esforçamos por melhorar nosso mundo mental, nosso padrão vibratório, nosso campo psíquico, dificilmente conseguiremos atingir nosso desiderato. Situações tais, vulgarmente chamadas de "ausência de merecimento", são fatores a serem considerados nos tratamentos fluidoterápicos.


Como a situação da falta de merecimento está vinculada diretamente com nossa inferioridade, poucos são os que aceitam tal explicação com tranqüilidade, pois, mesmo sendo quem somos, nos acreditamos melhores do que na realidade o somos e , por isso mesmo queremos "driblar" a espiritualidade fazendo rápidas e curtas e diria também sem sentimentos boas ações, com isso imaginando adquirir a "senha" do merecimento. E Aí, verificamos algumas opiniões sobre os passistas, no sentido de que eles não são "bons", não estão "amparados pelos espíritos", que não "servem para tal", e outras mais, todavia costumeiramente nos esquecemos que às vezes existe maior merecimento em continuar enfermo do que saudável.


Finalizando, diremos que não existe tratamento impossível, pitadas de altivez, animo, força de vontade, crescimento moral, fé são também disposições que permitimos a nós mesmo para uma futura melhoria física ou espiritual. E lembrando a máxima de Jesus que " a fé transporta montanhas".


A VONTADE


Iniciemos seu estudo com Kardec: " Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como há de explicar a ação material de tão sutil agente? - A vontade é atributo essencial do espírito. Com o auxílio desse alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas. Tanto quanto do espírito errante, a vontade é igualmente atributo do espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe esta na razão direta da força de vontade. Podendo o espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites. (Livro dos Médiuns, cap 8, item 131).


A clareza e a objetividade destas palavras não nos deixam dúvidas. Tratam desde a origem, a sede da vontade, até seu alcance, sua desenvoltura, ligando-lhe a intensidade tais sucessos magnéticos da cura. A vontade, não podendo ser confundida como uma técnica em si, é a propulsora da ação fluidoterápica por excelência, tanto a nível de emissão fluídica como de recepção. Falamos recepção, pois também somos conhecedores que a vontade firme de receber absorve com maior profundidade e eficiência a ação fluídica do magnetizador e dos espíritos envolvidos na tarefa.


E os espíritos ainda, nos garantem que ela ( a vontade) pode ser aumentada por suas influências e ajuda, indiretamente confirmando-nos que, de fato, somos por eles dirigidos. (Livro dos Espíritos, questão 459).


" Compreendemos que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesmo os agentes de luz ou de sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade". (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, cap 4 - Indução mental).


Então verificando todo o explanado acima, concluímos generalizando que só seremos bons passistas se, além dos caracteres anteriormente já analisados, possuirmos uma vontade firme e ativa, a qual é construída com ação e vivência consciente, e não só com palavras.


O PASSISTA


" A mediunidade curativa consiste no dom que certas pessoas tem de curar pelo simples toque, pelo olhar ou por um gesto. Sem o concurso de qualquer medicação, sendo o médium um intermediário entre os espíritos e o homem. (Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap 14) É claro que não nos reportamos aos magnetizadores que desenvolvem as forças que lhe são peculiares, no trato as saúde humana. Referimo-nos, sim, aos intérpretes da espiritualidade superior, consagrados à assistência providencial dos enfermos para encorajar-lhes a ação, pois caracteriza-se mediunidade, desde que haja influência exterior ou melhor dizendo, espiritual. Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se recomenda a aquisição de conhecimentos do corpo em si. E do mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da medicina precisa atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista necessitará vigilância no seu campo de ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer.


"Os encarnados de um modo geral, poderiam colaborar em semelhantes atividades de auxílio magnético? Perguntou André Luiz.


Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido - e, porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam indiretamente a neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor.


Todavia nas atividades de assistência espiritual, o passe é das tarefas mais delicadas, exigindo muito critério, responsabilidade e boa vontade. Os médiuns precisam revelar algumas qualidades de ordem superior entre as quais destacamos, como ideal a ser perseguido, as seguintes: (André Luiz, em Missionários da Luz, cap 19).




  • Ter grande domínio sobre si mesmo



  • Espontâneo equilíbrio dos sentimentos



  • Acendrado amor aos semelhantes



  • Alta compreensão da vida



  • Profunda confiança no Poder Divino".


O passista é aquele que ministra o passe. Ser um passista espírita é uma tarefa de grande responsabilidade, pois trata-se de ajudar e abençoar as pessoas em nome de Deus. Pessoas carentes e sedentas de melhoria, procuram no centro espírita o recurso do passe como forma de alívio das pressões psicológicas e sustentação para suas forças morais e físicas.


O passista não precisa ser um santo, mas necessita esforçar-se na melhoria íntima e no aprendizado intelectual, conforme acima vemos. Armado do desejo sincero de servir, quase todos os iniciantes podem trabalhar neste sagrado ministério. O passista deve procurar viver uma vida sadia, tanto física quanto moralmente. Aos poucos, os vícios terrenos têm que ceder lugar às virtudes. O uso do cigarro e da bebida devem ser evitados. Como o passista doa de si uma parte dos fluidos que vão fortalecer o lado material e espiritual do necessitado, esses fluidos precisam estar limpos de vibrações deletérias oriundas de vícios.


No aspecto mental, o passista deve cultivar bons pensamentos no seu dia-a-dia. O orgulho, o egoísmo, a maledicência, a sensualidade exagerada e a violência nas atitudes devem ser combatidos constantemente. A Espiritualidade superior associa equipes de Benfeitores aos trabalhadores que se esforçam, multiplicando-lhes a capacidade de serviço.


A fé racional e a certeza no amparo dos bons Espíritos são sentimentos que devem estar presentes no coração de todos os passistas. É fundamental no trabalho de passe, doar-se com sinceridade à tarefa sob sua responsabilidade, vendo em todo sofredor uma alma carente de amparo e orientação.


O passista não deve ter preferência por quem quer que seja. Seu auxílio deve ser igualmente distribuído a todas as criaturas. As elevadas condições morais do passista são fundamentais para que ele consiga obter um resultado satisfatório no serviço do passe.


Portanto, todos podemos ministrar passes, porém é necessário um mínimo preparo moral a fim de que a ajuda seja o mais eficaz possível. Como todas as tarefas realizadas dentro do centro espírita, esta também carece de cuidados e atenção por parte de quem se propõe a executá-la.


Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).


Não usei fotos devido a complexidade do texto. Também começarei a escrever novos textos no mínimo três vezes por semana, pois agora as reformas da página do Bloger foram teminadas.


Marlon Santos

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Fluidoterapia





A fluidoterapia é uma técnica que os médiuns, usando fluidos energizados, utilizam para o tratamento das enfermida­des físicas e espirituais. Aplicados sobre o perispírito, eles são absorvidos à semelhança de uma esponja. É a conhecida terapia do passe, prati­cada nos centros espíritas.


As operações espirituais também pertencem a esta área de serviços porque são atividades ligadas à manipulação de fluidos humanos e espirituais.


Classificam-se, porém, como fenômenos de características próprias. Por estarem intimamente ligadas à mediunidade curadora, a equipe envolvida nesse trabalho deverá ter, entre seus membros, um ou mais médiuns curadores.


Estes trabalhos são assistidos por entidades desencarnadas, ligadas ao campo da medicina, conhecedoras de particula­ridades relativas à saúde física-espiritual dos pacientes e à lei de causa e efeito.


Quando se considera o serviço de passe convencional, a magnetização dos pacientes não exige nenhuma condição es­pecial para se realizar.

Qualquer trabalhador ou Espírito esclarecido poderá ministrá-los com bom aproveitamento, sem maiores exigências


Já na cirurgia perispiritual ela só será concretizada com a presença de médiuns curadores no ambiente, assistidos por Espíritos de médicos desencarnados.


Pode-se dizer que os papéis do médium curador e dos Espíritos cirurgiões seriam os mesmos do farmacêutico e dos médicos.


Enquanto o papel do primeiro é o de ministrar a medicação (fluidos e energias humanas), o desses últimos é o de exa­minarem cada caso, fazer diagnósticos, prescrever tratamentos fluídicos e, se necessário, realizar cirurgias nos teci­dos perispirituais.


Enquanto do lado de cá bastam a imposição de mãos, a prece fervorosa, a conduta moral sadia e a disciplina mediúni­ca, do lado de lá se desenrola a complexidade das tarefas curativas: – a desobsessão (em alguns casos), os procedi­mentos cirúrgicos, a escolha e seleção de elementos fluídicos a serem utilizados e o estudo das possibilidades de cura ou melhoria das doenças do paciente, frente às suas necessidades evolutivas.


Causa das enfermidades físicas
As enfermidades podem ser classificadas como sendo oriundas de duas fontes distintas: uma de causa física e a outra de causa espiritual.



Na primeira delas, a origem das doenças reside na alteração da organização física, provocada por uma ação perpetra­da no próprio ambiente onde a pessoa está encarnada.


Exemplo: – agressões, acidentes, ação de bactérias, vírus etc.


Na segunda, a causa das enfermidades se dá por causa da presença no perispírito de fluidos espirituais impregnados de baixo magnetismo.


Essa energia ruim atua no corpo espiritual causando desarmonia em sua estrutura.


Por conseqüência, o corpo perispiritual transmite os reflexos dessa desorganização para a estrutura do corpo físico, desgastando-o ou provocando doenças.


O perispírito pode impregnar-se de fluidos nocivos por várias razões. No entanto, as mais graves são os casos de ob­sessões e a necessidade de depuração do próprio Espírito.


No primeiro caso, a contaminação do tecido perispiritual se dá de fora para dentro e é provocada pela ação de um ob­sessor.


No segundo, o processo de contaminação acontece de dentro para fora.


A culpa consciencial do Espírito transforma-se numa energia de baixa vibração que aflora nos níveis externos do corpo espiritual, causando alterações em sua estrutura e, por conseguinte, no corpo físico.


A primeira fonte de enfermidades, a física, é objeto de estudo da medicina humana.


A segunda, a espiritual, deve ser preocupação dos estudiosos da ciência espírita, uma vez que a ciência oficial ainda não aceita a existência do Espírito.
Allan Kardec afirma que a maioria das moléstias, como todas as misérias humanas, são expiações do presente ou do passado, ou provas tendo em vista o futuro. Não pode ser curado aquele que deve suportar sua provação e para o qual a doença é remédio para a alma.





Isto, no entanto, não quer dizer que se deva deixá-lo ao abandono para que sofra suas expiações.





O espírita deve movimentar todas as suas forças e conhecimentos para curar ou aliviar o sofrimento daqueles que o procuram na sua casa de caridade. O sucesso do empreendimento ficará nas mãos dos Espíritos Superiores, na permis­são de Deus e no merecimento de cada paciente.





Marlon Santos





(Aprendizado Espírita)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Apometria




A medida em que a humanidade evolui, os véus do desconhecido vão se descortinando e o conhecimento das leis espirituais, que antes era privilégio de poucos, vai sendo revelado abertamente aos pesquisadores isentos de preconceitos.


A utilização da apometria pode ser considerada como parte da evolução no tratamento espiritual, embora muitos espíritas e espiritualistas ainda não a aceitem ou a utilizem, talvez por falta de uma divulgação adequada e uma maior interação com o assunto.


A apometria é uma técnica que consiste no desdobramento espiritual (emancipação da alma, viagem astral ou projeção da consciência) por intermédio do comando da mente. "Representa o clássico desdobramento entre os componentes materiais somáticos do homem e sua constituição espiritual", de acordo com a definição do livro Apometria- Novos Horizontes da Medicina Espiritual, escrito pelo médico Vitor Ronaldo Costa e publicado pela Casa Editora O Clarim, em 1997.


Esse estado de emancipação da alma dá maior possibilidade ao médium de executar as tarefas assistenciais no plano espiritual, por poder expandir, dessa maneira, sua capacidade sensitiva, além de permitir que esteja no mesmo plano de atuação do desencarnado. Ao mesmo tempo, o paciente, que também fica em estado de emancipação, facilita seu atendimento. Isso ocorre porque no plano astral o campo energético, assim como os desequilíbrios, podem ser observados de uma forma mais ampla pela equipe tanto de trabalhadores encarnados como pelos espíritos benfeitores.


Porém, os estudiosos sérios alertam que não se trata de mediunismo e que deve ser utilizada por pessoas habilitadas, capazes e envolvidas em bons propósitos. "Tenhamos sempre em mente que a apometria é apenas um instrumento auxiliar de manuseio anímico-mediúnico, aplicado com a finalidade de facilitar o acesso do médium à intimidade energética do indivíduo enfermo", relata o médico e autor Vitor Ronaldo. Ele complementa dizendo que a técnica da apometria, quando bem aplicada e sob a cobertura dos bons espíritos, realmente se destaca no diagnóstico de certeza e na condução da terapêutica mais indicada.


A descoberta


Implantada pelo farmacêutico-bioquímico porto-riquenho dr. Luiz Rodrigues, recebeu primeiramente o nome de hipnometria, mas foi fundamentada e desenvolvida cientificamente pelo médico gaúcho dr.José Lacerda de Azevedo.


Dr. Lacerda nasceu em 12 de junho de 1919, em Porto Alegre. Cursou o Instituto de Belas Artes e depois se formou em medicina pela Universidade do Rio Grande de Sul, em 1950. Antes mesmo de tornar-se doutor, em 1947, casou-se com Yolanda da Cunha Lacerda, uma prima que só veio a conhecer na idade adulta e que se tornou mais tarde sua grande companheira de ideais.


Cientista e pesquisador nato, dr. Lacerda sempre buscou respostas para o desconhecido e foi esse desafio que o impulsionou a fundamentar cientificamente a apometria.

Tudo começou no ano de 1965, quando o pesquisador dr. Luiz Rodrigues visitou o Hospital Espírita de Porto Alegre, local onde o dr. Lacerda participava de trabalhos de atendimento socorrista. O médico assistiu duas dessas sessões e ficou impressionado com as demonstrações de hipnometria apresentadas pelo farmacêutico, que não se considerava espírita. Desde então, iniciou sérias investigações sobre o assunto. Resolveu fazer experiências e escolheu sua esposa, Yolanda, para dar início às investigações. Para tanto, cumpriu a metodologia preconizada pelo pesquisador porto-riquenho. Logo constatou a eficiência da técnica, embora tenha preferido adotar a expressão grega Apometria. "APÓ" significa "além de" e "METRON" se refere à "medida" por julgar mais apropriado ao invés de Hipnometria, já que não havia a presença de sono durante a aplicação da técnica.

Esse foi o ponto de partida para que o médico passasse a pesquisar o assunto cada vez mais, com o objetivo de socorrer os enfermos e implantar a terapêutica espiritual. Mas os estudos cresceram mesmo quando o dr. Lacerda recebeu um convite do então presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre, Conrado Ferrari, para assumir a Divisão de Pesquisas e levar em frente os experimentos apométricos. Para que o grupo pudesse intensificar os experimentos o trabalho foi implantado em uma casa, que inicialmente era designada para abrigar os próprios funcionários do hospital. Pelo fato da casa ser rodeada de flores e vegetação exuberante ficou conhecida como a Casa do Jardim


Por muitos anos as pesquisas foram crescendo e se aprimorando, mas foi na década de 80 que os trabalhos de apometria se expandiram, principalmente na região sul do país. Em 1990 surgiu a idéia de um encontro de grupos de apometria e, em 1992, o projeto se concretizou. Criou-se a Sociedade Brasileira de Apometria, com o objetivo de promover o intercâmbio entre os grupos e difundir o conhecimento sobre a técnica de Apometria, com o objetivo de promover o intercâmbio entre os grupos e difundir o conhecimento sobre a técnica.

Em decorrência do empenho em expandir o assunto, o médico gaúcho publicou dois livros: Espírito/Matéria - Novos Horizontes para a Medicina e Energia e Espírito. O primeiro está com a edição esgotada.


Dr. Lacerda desencarnou em 1997, porém o resultado de seu trabalho permanece.


A utilização

Por intermédio da projeção do perispírito, o médium pode ver e ouvir os espíritos, até mesmo trabalhar no resgate de espíritos sofredores. De acordo com dr. Lacerda, no atendimento aos enfermos, por meio da projeção, coloca-se o médium em contato com as entidades médicas do plano espiritual. Simultaneamente, o mesmo procedimento é feito com o doente, o que possibilita o atendimento do corpo espiritual do enfermo pelos médicos desencarnados, assistidos pelos médiuns em projeção que relatam os fatos que estão ocorrendo durante o tratamento.

Também pode ser utilizada como técnica eficaz no tratamento das obsessões. Essa eficácia acontece em virtude dos espíritos protetores se encontrarem no mesmo plano dos assistidos, podendo agir com maior profundidade e mais rapidez.


Vale lembrar que a projeção do perispírito, tanto do médium quanto do enfermo é obtida por intermédio do emprego de um determinado número de impulsos magnéticos, semelhantes aos passes. Embora a apometria seja uma técnica bastante simples, sua aplicação exige cuidados especiais, como uma cobertura espiritual de nível elevado. Deve ser realizada por grupos de trabalho constituídos para essa finalidade, com atividades regulares como qualquer outro grupo dedicado aos trabalhos de caridade, além da harmonia entre os componentes da equipe.


A apometria tem sido utilizada por muitos grupos como técnica eficiente em auxiliar nos processos obsessivos, já que em geral, as perturbações espirituais decorrem da ação de obsessores. Os espíritos obsessores – na verdade, espíritos infelizes – são afastados, recolhidos e conduzidos para hospitais espirituais, de acordo com seu padrão vibratório. O estado de emancipação da alma possibilita que os médiuns possam observar melhor as ligações obsessivas, as áreas do organismo perispiritual atingidas, entre outros fatores.


Isso torna o tratamento muito mais completo por possibilitar o atendimento tanto do paciente quanto dos espíritos perturbadores que o acompanham. Na maioria das vezes, o enfermo nada registra, a não ser em casos de pessoas com maior sensibilidade.


Tratamento integral


Chegará um tempo em que a medicina tratará o Homem de forma integral, unindo os tratamentos físico e espiritual realizados por médicos encarnados e desencarnados. Mesmo porque, a maioria das doenças se inicia no perispírito e depois se manifesta no corpo físico.


Segundo relatos de pesquisadores e de grupos que utilizam a metodologia, independente de religião ou credo, sua aplicação adequada poderá cada vez mais ajudar a expandir o campo da medicina integral. E quanto mais conhecida essa técnica, mais auxiliará os espíritas nos trabalhos de desobsessão e atendimentos espirituais. Paralelamente, novos horizontes se abrirão quando a medicina reconhecer a existência do espírito e que uma infinidade de enfermidades que se manifestam na atualidade podem ter sido causadas no corpo perispiritual em existência passada.


Marlon Santos


Parte do texto é uma pesquisa da revista Espírita