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domingo, 29 de janeiro de 2012

A medium Frédérique Hauffe


"Em seus olhos brilhava uma luz espiritual que impressionou os que conheci."
Justino Kerner, biógrafo e médico
, passou os últimos dois anos de sua vida para cuidar de seu paciente Friederike Hauffe, mas também para documentar cuidadosamente as manifestações da espiritualidade na tentativa de preservar seus ensinamentos e de informar o público sobre o interdependência entre o espiritual e o mundo físico.
Em seu livro se tornou um best-seller, "A Vidente de Prevorst" (1855), Dr. Kerner menciona e descreve as sessões de "sonambulismo" que permitiu Friederike Hauffe ver ''fantasmas'' e saber de antemão que iria morrer em breve.
A maioria destas previsões se tornaram realidades cuidadosamente verificadas. Eles também identificaram metais escondidos em caixas lacradas. Estas experiências intrigaram cientistas que suspeitaram da presença de uma força desconhecida no material. Todos estes resultados, a ciência da época não conseguia entender, eram muitas vezes atribuídas à intervenção dos espíritos.
Friederike nasceu em 1801, em Prevorst, uma pequena aldeia alemã. Ela era uma criança excepcionalmente viva e ativa, mas sujeita a ataques de nervosismo, em que ela podia ver espíritos e ''fantasmas''.
Ela passou as férias com os avós, que é quando ela começou a conversar com os espíritos. Na juventude, o acesso as visões tornaram-se menos freqüentes, menos presentes e viveu quase normalmente.
No entanto, durante seus estados de transe, Friederike parecia cada vez mais fugir para um outro mundo, e estes estados alterados de consciência fez dela um vislumbre da realidade do além ...

Dois importantes eventos mudaram o curso da sua vida:
O primeiro evento foi a morte de um pregador local, a quem ela admirava. Seu funeral ocorreu no mesmo dia que seu casamento. Em seu túmulo, ela conversou com o espírito dele, e de repente estava cheia de paz interior.
Logo depois, estranhamente, ela ficou gravemente doente. No momento auscustada pelo Dr. Kerner (ela que tinha perdido todos os dentes). Propensa a convulsões e transes, Friederike estava em avançado estado de emagrecimento. Dr. Kerner tentou pela primeira vez tratar com a medicina tradicional. Em vão.
O segundo evento que teria um efeito profundo em sua vida foi a "visita" de sua falecida avó. Após esse encontro, Friederike começou a ter suas capacidades operacionais de longo alcance e aconselhar as pessoas.
Friederike constantemente sofre a dor física enorme que não parece afetar sua concentração.

Suas visões são armazenadas na forma de poemas, algumas são em uma língua obscura, que ela chamou de "linguagem do Espírito."
Ela experimentou a projeção astral e a inter-relação detalhada entre o físico e o espiritual. Seus ensinamentos são contados em detalhes na biografia do Dr. Kerner.
Em uma das histórias relacionadas no livro de Dr. Kerner, o médico descreveu a manifestação do espírito de Friederike, um ano após sua morte, num homem que não tinha conhecimento prévio da história de Friederike. Detalhe: Ele tinha comprado a casa onde ela viveu por vários anos.
Perto da adega da tal casa, ele viu o fantasma de Friederike, em um vestido branco manchado de sangue, e carregando seu bebê, que morreu prematuramente.
Ele voltou no dia seguinte e viu o ''fantasma'' e seu filho, desta vez vestida de preto. Esta história foi usada por Dr. Kerner como prova de uma existência após a morte ....
Morreu em 1929 na idade de 29 anos, Friederike Hauffe passou os dois últimos anos de sua vida próxima do Dr. Kerner, e sua antiga casa é agora um lugar de peregrinação.
Marlon Santos

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Médium Peixotinho

No dia 16 de junho de 1966, na cidade de Campos (RJ), deixou o corpo físico o famoso e evangelizado médium espírita Peixotinho (foto). A Federação Espírita Brasileira, o Conselho Superior da FEB e o Conselho Federativo Nacional, se fizeram representar pelos confrades Paulo Affonso de Farias, José Salomão Misrahy e Abelardo Idalgo Magalhães, respectivamente. Ao sepultamento acorreram centenas e centenas de confrades dos mais diversos pontos do País. Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho, teve ação destacada no movimento espírita brasileiro, já por suas excepcionais qualidades mediúnicas, principalmente no que tange às materializações, já pelo seu comportamento moral como homem de bem.

Peixotinho, como todos o conheceram, nasceu em 1º de fevereiro de 1905 na cidade de Pacatuba, no Estado do Ceará, filho de Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Logo cedo perdeu os pais e passou a viver com os tios maternos, em Fortaleza. No Estado cearense entrou para o Seminário, pois seus tios desejavam que seguisse a carreira eclesiástica. Contudo, por questionar os dogmas da Igreja recebeu vários castigos e sofreu várias penas disciplinares.

Observando as desigualdades humanas, tanto no campo físico como no social, pois seu Espírito não aceitava as explicaçõ
es que recebia para justificar as diferenças sociais tão marcantes no Nordeste, naquela época tão mais sofredora que hoje. Também não aceitando as justificações que lhe ofereciam para o nascimento dos anormais, ficou em dúvida no tocante à paternidade e bondade de Deus. Se todos eram seus filhos, por que tantas diversidades? Por que razões insondáveis uns nascem fisicamente perfeitos e outros deformados? Uns portadores de virtudes angelicais e outros acometidos de mau caráter? Dizia então: “Se Deus existe, não é esse ser unilateral de que fala a religião católica”. Desejava saber e inquiria os seus confessores, os quais, diante das indagações arrojadas do menino, usavam o castigo e a penitência como corretivo, o que o levou a abandonar o colégio.

Aos 14 anos mudou-se para o Amazonas em busca de melhores condições de vida nos seringais. Mas dois anos depois resolveu retornar a Fortaleza, e aí, na terra de Bezerra de Menezes, eclodiu sua
faculdade mediúnica, em forma obsessiva, pois no início era envolvido pelos Espíritos sofredores que faziam dele um valentão.
Apesar do seu
físico infantil, era dono de grande força de vontade e, sabendo o que lhe poderiam fazer os obsessores, procurou reagir, não saindo de casa, isso depois de um episódio em que, após travar luta com vários homens, foi transportado para uma praia deserta e distante, fisicamente ileso. Mas os Espíritos das trevas não desanimaram ante sua disposição de não sair de casa, vindo-lhe, então, um caso de desprendimento, em que foi considerado morto, estado de que despertou após mais de 20 horas de amortalhado. A seguir adveio-lhe uma paralisia que o prostrou por seis meses, sem que a família procurasse os recursos do Espiritismo. Sendo católicos praticantes, seus familiares temiam envolver-se com o Espiritismo.

Nessa fase, um dos seus vizinhos, membro de uma sociedade espírita de Fortaleza, movido de íntima compaixão pelos seus sofrimentos, solicitou permissão à sua família para prestar-lhe socorro espiritual com passes e preces. Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo e seus familiares também
não atinavam com o verdadeiro estado do paciente, uma vez que o tratamento médico a que se submetia não lhe dava nenhuma esperança de restabelecimento.
O seu vizinho iniciou o tratamento com o Evangelho no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe a beber água fluidificada. A fim de distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação kardequiana. Em menos de um mês apresentou sensível melhora em seu estado físico e foi progressivamente libertando-se da falsa enfermidade. Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho, que na
época estava prestando serviço ao Exército nacional em Fortaleza.

A terrível obsessão foi sua
estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas que o Seminário não conseguira desfazer. Passou assim a compreender a incomensurável bondade de Deus, que dá a mesma oportunidade a todos os seus filhos na caminhada rumo à redenção espiritual.
Orientado pelo major Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou seu desenvolvimento mediúnico. Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as famosas materializações luminosas e uma série dos mais peculiares fenômenos, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.


Em 1926 mudou-se para o Rio de Janeiro, então Capital da República e se apresentou para servir no Exército, na Fortaleza de Santa Cruz. Posteriormente foi transferido para Macaé (RJ). Foi em Macaé que propriamente iniciou sua prestação de serviços ao Espiritismo, tendo aí, com um grupo de irmãos, vários dos quais já no plano espiritual, fundado o Grupo Espírita Pedro. Também em Macaé, em 1933, constituiu família, contraindo matrimônio com Benedita (Baby) Vieira Peixoto.

Sua vida militar foi intercalada de transferências, mas, para onde era transferido, fixava residência com a família e ali fundava um posto de receituário homeopata. Assim foi em Imbituba (Santa Catarina), Santos, Rio de Janeiro, Campos etc. Em 1945 foi transferido de Imbituba para a Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro. Novamente na capital brasileira, reencontrou-se com vários amigos, dentre os quais Antônio Alves Ferreira, velho confrade do Grupo Espírita Pedro, de Macaé, o qual nessa época residia no Rio.
Das reuniões semanais na resi
dência desse confrade nasceu um culto doméstico que, em poucos meses, se transformou no Grupo Espírita André Luiz, cuja sede provisória era, então, no escritório de representações do confrade Jaques Aboab, na Rua Moncorvo Filho, 27. No Grupo Espírita André Luiz prestou seus serviços mediúnicos, no convívio amigo e fraterno dos irmãos que se uniram àquela casa. E durante esse período, enquanto residiu no Rio de Janeiro, teve a felicidade de reuni-los em sua residência, todos os domingos.
Do Rio de Janeiro foi para Santos. Isso em 1948. Em Santos freqüentou o Centro Espírita Ismênia de Jesus. Nesse mesmo ano encontrou pela primeira vez o médium Chico Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, onde participou de sessões de materialização e de assistênci
a aos enfermos, ocorrendo a partir daí muitos outros encontros. Grande número das sessões no Grupo André Luiz e em Pedro Leopoldo são narradas por Ranieri em “Materializações Luminosas”.

Transferido para Campos em fins de 1949, iniciou seus serviços no Grupo Espírita Joana D’Arc. Pouco depois, com o crescimento da freqüência no culto doméstico que fazia para seus familiares, nasceu o Grupo Espírita Aracy, seu guia espiritual que fora, na última encarnação, sua filha. Ao Grupo Aracy dedicou seus últimos anos de vida terrena.

Apesar de sua eficiência no receituário, foi um sofredor, portador de asma, que compreendia ser a sua provação. Apesar de todos os sofrimentos, era alegre e brincalhão, e por muitos considerado uma criança gr
ande. Como médium soube viver, sem nunca comerciar seus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército, reformado que foi no posto de capitão.
Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Kardec, fazendo por onde, nos Grupos ou Centros por ele fundados, que nunca existisse intromissão de rituais ou quaisquer influências alheias à doutrina codificada por Kardec. Dedicou-se muito ao tratamento de casos de obsessão, chegando mes
mo a, por várias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios e sofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca de servir.

Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, que ele porém suportava com estoicismo, o mesmo podendo-se dizer das calúnias de que foi vítima, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de g
raça recebem.

Peixotinho desencarnou às 6 horas da manhã do dia 16 de junho de 1966, em Campos, cercado do carinho da família. Cumpriu sua missão e retornou ao plano espiritual, deixando viúva a Sra. Baby Vieira Peixoto e nove filhos.
Marlon Santos

sábado, 21 de janeiro de 2012

Eusápia Paladino e as Materializações I

Eusápia Paladino foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época, tais como César Lombroso, Alexandre Aksakof, Charles Richet e muitos outros.

Nasceu em Nápoles, Itália, em 31 de janeiro de 1854, e desencarnou em 1918, com a idade de sessenta e quatro anos.

Sua mãe morrera quando ela nasceu e o pai quando ela alcançou a idade de doze anos.

As primeiras manifestações de sua mediunidade consistiram no movimento e levitação de objetos, quando ainda muito jovem, pois contava apenas quatorze anos.

Esses fenômenos eram espontâneos e se verificavam na casa de um amigo com quem ela morava.

Somente aos vinte e três anos é que, graças a um espírita convicto, Signor Damiani, ela conheceu o Espiritismo.

Por volta do ano 1888 é que Eusápia tornou-se conhecida no mundo científico em virtude de uma carta do Prof. Ércole Chiaia enviada ao criminalista César Lombroso, relatando detalhadamente as experiências já realizadas por ele com a médium, carta essa publicada no jornal "Il Fanfulla dela Domênica".

Entre outras coisas, dizia o missivista: "A doente é uma mulherzinha de modestíssima condição social, com cerca de trinta anos, robusta, iletrada e cujo passado, porque vulgaríssimo, não merece esquadrinhado; que nada apresenta de notável, a não ser as pupilas de fascinante brilho e essa potencialidade, que os criminalistas diriam irresistível."

Em outro trecho da carta , dizia: "Quando quiserdes, essa mulherzinha será capaz de, encerrada numa sala, divertir durante horas, por meio de surpreendentes fenômenos, todo um grupo de curiosos mais ou menos céticos, ou mais ou menos acomodatícios".

Através dessa carta, convidava, também, o célebre alienista, a investigar, diretamente, os fenômenos por ele constatados na médium.

Três anos mais tarde, em 1891, Lombroso aceitou o convite, realizando, com Eusápia, uma série de sessões.

Esses trabalhos foram seguidos pela Comissão de Milão, integrada pelos professores Schiaparelli, diretor do Observatório de Milão; Gerosa, Catedrático de física; Ermacora, Doutor em Filosofia, de Munique, e o prof. Charles Richet, da Universidade de Paris.

Além dessas sessões, muitas outras foram realizadas, com a presença de homens de ciência, não só da Europa, como também da América.

Lombroso, diante da evidência dos fatos, converteu-se ao Espiritismo, tendo declarado: "Estou cheio de confusão e lamento haver combatido, com tanta persistência, a possibilidade dos fatos chamados espíritas."

A conversão de Lombroso deveu-se também ao fato de o Espírito de sua mãe haver-se materializado em uma das sessões realizadas com Eusápia.

Antes de encerrarmos esta ligeira exposição sobre a preciosa mediunidade de Eusápia Paladino, convém citarmos um trecho do relatório apresentado pela Comissão de Milão que diz: "É impossível dizer o número de vezes que uma mão apareceu e foi tocada por um de nós.

Basta dizer que a dúvida já não era possível.

Realmente, era uma mão viva que víamos e tocávamos, enquanto, ao mesmo tempo, o busto e os braços da médium estavam visíveis e suas mãos eram seguras pelos que achavam a seu lado."

Como se vê, a Comissão que ofereceu este relatório era constituída por homens de ciência, o que não deixa dúvida quanto à veracidade dos fenômenos por eles constatados.

O prof. Charles Richet, em 1894, também realizou várias sessões experimentais em sua própria casa, obtendo levitações parciais e completas da mesa, além de outros fenômenos de efeitos físicos.

Sir Oliver Lodge, prof. de Filosofia Natural do Colégio de Bedford, Catedrático de Física da Universidade de Liverpool, Reitor da Universidade de Birmingham, e que foi, também, por longos anos, presidente da Associação Britânica de Cientistas, após as experiências realizadas com Eusápia, apresentou um relatório à Sociedade de Pesquisas da Inglaterra, dizendo, entre outras coisas, o seguinte: "qualquer pessoa, sem invencível preconceito, que tenha tido a mesma experiência, terá chegado à mesma larga conclusão, isto é, que atualmente acontecem coisas consideradas impossíveis... O resultado de minha experiência é convencer-me de que certos fenômenos geralmente considerados anormais, pertencem à ordem natural e, como um corolário disto, que esses fenômenos devem ser investigados e verificados por pessoas e sociedades interessadas no conhecimento da natureza".

Eis aí, em linhas gerais, o que foi a excepcional mediuni-dade de Eusápia Paladino, figura de destaque na história do Espiritismo, que veio à Terra para cumprir a sublime missão de demonstrar a sobrevivência do Espírito, após a desencarnação.

Marlon Santos

Abc do espiritismo

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desmaterialização e Transporte de Objetos (Mirabelli)


Filho primogênito de Luigi Mirabelli, um pastor protestante italiano e de Christina Scaccioto Mirabelli. O casal teve um outro filho, uma menina, Tereza Mirabelli Eugenio, nascida em 1891. Em poucos anos, entretanto, a mãe viria a falecer, fato de que Carmine viria a se ressentir, e que se acreditava que teria aumentado a sua sensibilidade.

Fez os seus primeiros estudos no Grupo Escolar Cardoso de Almeida, em Botucatu, no Colégio São Luiz, em Itu, e no Colégio Cristóvão Colombo, em São Paulo. Nesta fase, certa feita, impressionou muito os seus professores e colegas ao dissertar sobre o tema "Evolução e Involução" em perfeito latim, embora não tivesse conhecimento do idioma.

Em 22 de fevereiro de 1914, logo após a morte de seu pai, mergulhando a família em sérias dificuldades financeiras, Carmine ficou doente, aflorando uma extraordinária paranormalidade. Embora não fosse espiritualista, alegava ver os espíritos dos pais, de um tio, de sua sogra e de uma filha.

Naquele mesmo ano, empregado da Companhia de Calçados Villaça, foi colhido de surpresa por estranhos fenômenos, hoje classificados como “poltergeist”. Apenas na sua presença, com freqüência, sapatos saltavam por si mesmos das prateleiras ou moviam-se como se fossem animados. Carmine não compreendia porque isso acontecia, mas muitos clientes assustados atribuíam os fenômenos ao “diabo”. Mirabelli foi acusado por populares de estar “possuído’ pelo “demônio”, tendo sido vítima de agressões nas ruas. A sua casa chegou a ser apedrejada por fanáticos religiosos.

Em consequência desses fenômenos chegou a ser internado por dezenove dias no Asilo de Alienados do Juqueri, tendo sido constatado pelos Drs. Francisco Franco da Rocha e Felipe Aché que o paranormal tinha uma “energia nervosa” acima do normal. Com a ajuda de pesquisadores renomados dos fenômenos psíquicos, como o médico Dr. Alberto de Melo Seabra, Mirabelli se conscientizou da importância de seus dons psíquicos e decidiu se submeter a sessões espíritas experimentais.

Carmine Mirabelli podia manifestar uma ampla gama de fenômenos, entre os quais a levitação, materialização e desmaterialização de objetos. Acredita-se que muitos deles resultavam de suas próprias forças psíquicas, sem o envolvimento de entidades espirituais. Mas também é sabido que Mirabelli conhecia alguns truques simples de prestidigitação.

Embora na juventude o médium não conseguisse controlar os fenômenos - objetos voavam ao seu redor, atingindo-o e aos circunstantes em muitas ocasiões - quando ficou mais velho conseguia refrear o fluxo de suas energias psicobiofísicas, reduzindo os riscos.

Em 1916, a imprensa de São Paulo voltou a sua atenção para os estranhos feitos do "Homem Misterioso". Em uma série de reportagens, com ampla repercussão popular, destacaram-se o Correio Paulistano (em defesa dos fenómenos) e A Gazeta (contra).

Mirabelli fundou o Centro Espírita São Luiz, em 25 de agosto de 1917.

Mirabelli atravessou quatro casamentos:

  • com Carmem Guerreiro, tiveram dois filhos, Diva Cristina Mirabelli e Luiz Mirabelli;
  • com Edméa de Paiva Magalhães, não teviram filhos;
  • com Maria do Carmo Pinto Pacca, tiveram Regene Pacca Mirabelli; e
  • com a Prof. Amélia Loureiro, tiveram César Augusto Mirabelli.

O médium foi encarcerado várias vezes acusado de exercício ilegal da Medicina, furto e também por perseguições políticas, mas mesmo detido, envolvia as pessoas com seus dons e sua generosidade. Era considerado muito eloqüente e comunicativo, apreciava a natureza e gostava de fumar charutos e cachimbos.

Mirabelli era portador de diabetes. Por muitos anos, só conseguiu dormir em quartos iluminados, uma vez que temia a ocorrência de fenômenos desagradáveis enquanto dormia.

Por certa fase de sua vida Mirabelli chegou a cobrar por seus serviços mediúnicos, desagradando aos espíritas. Entretanto, Mirabelli não perdeu os seus dons com o avançar da idade. Existem relatos de que os seus fenômenos foram observados até 1950, poucos meses antes de sua morte.

Faleceu vítima de acidente de trânsito, por atropelamento. Conduzido ao Hospital das Clínicas de São Paulo, veio a falecer sendo atestada a fratura do seu crânio como "causa-mortis". O corpo foi sepultado na tarde de 1 de maio de 1951 na campa 155 da quadra 27, no Cemitério São Paulo.
Marlon Santos

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Desmaterializações de Objetos


Vítima de zombarias e descrédito ( e por razões que parecem ter mais a ver com a natureza fantástica dos eventos que presenciou do que com qualquer imprecisão em seus relatos ou qualquer deficiência nas condições de observação), Johann Zõllner, professor de física e astronomia na Universidade de Leipzig (Alemanha), foi um dos precursores no estudo dos fenômenos de teletransporte.

Um dos vários experimentos que conduziu aconteceu na manhã de 6 de maio de 1878. Numa sala especialmente construída para isso, Zõllner segurou as mãos do médium americano Henry Slade entre as suas sobre uma mesa de jogo, ao redor da qual eles se sentaram. Cerca de um minuto depois, uma pequena mesa circular de madeira, a poucos centímetros de distância, começou a balançar para lá e para cá. Deslizou, então, vagarosamente até a mesa de jogo, tombou para trás e escorregou para baixo dela. No minuto seguinte nada pareceu acontecer. Slade estava prestes a consultar seu mentor espiritual a respeito do que se sucederia quando Zõllner, relanceando os olhos para baixo da mesa de jogo, a fim de verificar a posição precisa da mesa circular, não a encontrou. Ela havia desaparecido. Os dois homens deram uma busca pelo quarto, mas não acharam nem sinal dela.

Zõllner e Slade retornaram, então, a seus lugares, com as mãos unidas sobre a mesa de jogo e as pernas tocando-se - assim Slade não poderia fazer qualquer movimento sem que Zóllner detectasse. Após cinco minutos de expectativa, Slade viu luzes no ar - como sempre via quando qualquer coisa paranormal estava para acontecer em sua presença. Mesmo sem enxergar as luzes, Zõliner seguiu a trajetória traçada pelo olhar fixo do médium. Ao virar a cabeça para o teto às suas costas, viu a até aquele momento invisível mesa, com as pernas viradas para cima, a uma altura de cerca de 1,5m. Rapidamente ela flutuou para baixo, em direção à tampa da mesa de jogo. A mesa flutuante não era uma simples alucinação. Ao descer, desferiu um doloroso golpe na cabeça dos dois homens.

Movimentos de objetos supostamente "impossíveis" foram produzidos em outras sessões com Slade, sob a supervisão de Zõllner. Em muitas ocasiões, nós eram feitos em pedaços de barbante ou tiras de couro e outros materiais, enquanto Zõllner segurava-os ou, de alguma maneira, mantinha-os sob seu controle. Numa reunião realizada com o intuito de ligar dois aros de madeira entre si, os anéis acabaram se encaixando no suporte central da mesa circular cujo teletransporte foi descrito acima. A mesa estava totalmente fora do alcance de Slade quando o evento aconteceu, e seria impossível para qualquer agente humano colocar os aros no suporte da mesa sem desmontá-la e remontá-la em seguida. Os estudos de Zóllner ocupam numerosos volumes, mas apenas uma parte deles está disponível em inglês. Trata-se de um trabalho sério e meticuloso que merece ser retomado.

Uma tentativa nesse sentido, aparentemente bem-sucedida, veio a público no verão de 1932 através da revista da American Society for Psychical Research (Sociedade Americana para Pesquisa Psíquica). O relato foi escrito por William Button, presidente da entidade, que participou das oito sessões mencionadas e que havia algum tempo acompanhava de perto o desempenho mediúnico de Margery Crandon.


Nas experiências, o espírito de Walter, irmão falecido de Margery, movimentava ostensivamente pequenos objetos para dentro e para fora de diversos tipos de recipientes, como caixas de papelão vedadas com fita adesiva e caixas de metal. Margery foi atada a uma cadeira pelos pulsos e tornozelos com várias voltas de fita adesiva. A fita foi ainda marcada à caneta com linhas que denunciariam sua eventual retirada e recolocação. A verificação da ocorrência de desmaterialização e rematerialização era feita balançando-se o recipiente e ouvindo-se se emitia algum som, sem jamais abri-lo.

No final dos anos 30, um outro pesquisador, que se tornou popular graças a seus inúmeros livros sobre temas psíquicos, publicou um artigo na mesma revista da Sociedade Americana para Pesquisa Psíquica, apresentando três casos bem documentados de teletransporte. Um deles, reproduzido por Scott Rogo em Além da Realidade (Ed. Ibrasa), narra o seguinte:

"A senhorita K, uma enfermeira e pessoa muito metódica, tinha o hábito de colocar, sempre que entrava no apartamento, seu molho de chaves sobre a mesa da sala de jantar. Um dia fez isso, como de costume (foi o que declarou), e pouco tempo depois procurou-o, ao se preparar para sair de casa. O molho de chaves havia desaparecido. Ela o procurou em toda a parte, sem encontrá-lo.

"Finalmente, foi obrigada a mandar fazer novas chaves. Alguns dias depois, ela precisava pegar uma tampa de vidro de remédio. As tampas estavam guardadas na caixa de metal, na gaveta inferior de um armário na despensa. Ela não costumava abrir essa gaveta (é o que dizia) mais do que três ou quatro vezes por ano. E ali, na caixa de metal, estava seu molho de chaves! A senhorita K declara que não abriu a gaveta no dia em questão, nem depois, até resolver pegar a tampa de vidro. Entretanto, suas chaves estavam lá, repousando tranqüilamente na caixa de metal."


Muitos eventos autenticados de teletransporte poderiam ainda ser citados. Há até um relato de alguém que realmente viu um objeto desvanecer-se. Isso ocorreu com a Senhora Kogelnik, em Londres, em 1922. A casa dos Kogelnik havia experimentado distúrbios de poltergeist durante meses, aparentemente centrados em uma empregada. Nessa ocasião, a Senhora Kogelnik estava trabalhando no sótão da casa. Seu marido conta: "Quando minha mulher viu um machado desaparecer diante de seus olhos, saiu do quarto. Isso aconteceu entre 10 e 12 horas, e a luz era suficientemente boa para a visualização."

Na verdade, apesar de a maioria dos estudiosos da paranormalidade continuar ignorando a ocorrência dessa espécie de fenômeno, há hoje evidências acumulativas de que pessoas absolutamente comuns podem experimentá-los, e com uma freqüência muito maior do que se imagina. Tanto que a Britain's Society for Psychical Research (Sociedade Britânica para Pesquisa Psíquica) lançou o Projeto Jott (Just One of Those Things, ou "exatamente uma daquelas coisas") para tentar reunir uma seleção representativa de casos.

A seguir, trago-lhes alguns conceitos de cientistas e estudiosos sobre o assunto. Em novo texto, aqui no blog, darei a conclusão de espíritos que conheço sobre esses eventos. É o que segue:

"Com relação à passagem de matéria através de matéria, alguns sugerem que os átomos se deslocariam um a um para depois voltarem a se reunir. Ou que os átomos componentes de um objeto poderiam de algum modo se tornar passivos e não-coesivos, de modo a não interagir uns com os outros e permitir a passagem de outro objeto.

"Um processo que apresenta analogia com esse fenômeno é o do "túnel quântico", no qual uma partícula atômica atravessa uma barreira de energia alta demais para ser transposta, cavando como que um túnel em seu caminho. Neste caso, duas questões intrigantes surgem de imediato: como o efeito do túnel quântico, registrado apenas em distâncias atômicas, poderia ser intensificado a ponto de resultar nas distâncias estimadas nos relatos paranormais? E como os bilhões de átomos que constituem objetos de tamanho normal se coordenariam para abrir o túnel simultaneamente no mesmo lugar?"

"Quanto à desmaterialização-rematerialização de objetos, uma das explicações mais habituais é a alucinação, que, já de saída, não pode ser contabilizada nos eventos em que se verificam mudanças estruturais permanentes - como os nós nos pedaços de barbante de Zõllner, por exemplo. Outra teoria propõe que os objetos se tornariam invisíveis temporariamente. Consistente em certos casos, esta teoria não esclarece, entretanto, a passagem de objetos para fora de caixas vedadas. Uma terceira hipótese, mais plausível, é a de que o espaço tem uma outra dimensão, ou mesmo mais. Assim, ao aparecer e desaparecer em nosso mundo, os objetos estariam na verdade se movendo para uma dessas outras dimensões, que existiriam em número infinito, formando uma cadeira de universos paralelos. Por mais fantástica que possa parecer, esta perspectiva é um conceito familiar aos cientistas que trabalham com física quântica, e os estudos na área psíquica poderiam contribuir na sua elucidação."
Marlon Santos
Tema ja tratado, em parte, na Revista Planeta.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ação dos Espíritos: A Combustão "Espontânea"


Os fenômenos classificados como de Efeitos Físicos são aqueles cujas ações são dirigidas para o ambiente material ou as coisas materiais. Os efeitos dessa mediunidade são percebidos por qualquer pessoa que os possa presenciar. Podem ser efetivadas por movimento de objetos, pancadas, sons, materializações, curas, combustão e etc. Para tanto, para ser entendida a combustão provocada pela influência dos espíritos, é imprescindível entender certos aspectos da tal mediunidade.

FENÔMENOS MEDIUNICOS – FÍSICOS

    Os fenômenos classificados como de Efeitos Físicos são aqueles cujas ações são dirigidas para o ambiente material ou as coisas materiais.

    Os efeitos dessa mediunidade são percebidos por qualquer pessoa que os possa presenciar. As ações desenvolvidas pelos efeitos dessa mediunidade afetam o ambiente material e, por isso, são denominados de Efeitos Físicos.


    • Fluidos

      Os Espíritos agem sobre os fluidos, intencionalmente ou não, conforme o esclarecimento e a evolução.

      Podem aglomerar, dirigir, modificar e até combinar entre si para obter resultados ou conferir-lhes propriedades.

      É assim que no campo espiritual as "coisas" são plasmadas (formadas).

      As formações fluídicas são geradas pelo pensamento e dependem da capacidade de cada um ter mais ou menos potencialidade de criar formas através da manipulação de fluidos.


    • Efeitos Físicos

      Os fenômenos de efeitos físicos resultam da ação dos Espíritos sobre os fluidos até chegar a produzir resultados perceptíveis no mundo material

      Para que isso ocorra é necessária a presença de um componente especial denominado de ECTOPLASMA.

      O Ectoplasma é uma substância que se acredita que seja força nervosa e tem propriedades de interagir com o mundo físico. (Leia neste blog o texto sobre ectoplasma).

      Chama-se de Médium de Efeito Físico aquele que tem a faculdade que permite ceder Ectoplasma em quantidade suficiente para possibilitar aos Espíritos o seu uso em combinação com outros fluidos (os do Espírito e do ambiente) visando produzir ações e resultados sobre o mundo material.

      O Ectoplasma flui para fora do corpo pelos orifícios naturais do organismo humano (nariz, ouvidos, boca, etc...).

      O Efeito físico é o resultado da combinação dos fluidos do Espírito, com o Ectoplasma do Médium e os fluidos do ambiente. Com esses três elementos o Espírito gera o fenômeno e o anima e controla pelo pensamento.

      A Combustão

      São poucas coisas escritas sobre ação de combustão provocada por espíritos, até porque, a combustão espontânea natural, aquela em que elementos combustíveis acabam se auto-inflamando, podem ser confundidas. Na combustão provocada por espíritos todo o contexto é diferenciado. Sempre existe um propósito e uma situação cármica para ser resolvida e dirimida.

      Na combustão provocada por ação mediúnica e espiritual as combinações fluídicas esplanadas acima animam moléculas de oxigênio por fricção, abalroando-as sobre a superfície daquilo que se pretende colocar fogo. Uma das caracterísiticas dessa ocorrência é que o fogo, normalmente, começa de dentro para fora, pois as moléculas culminam atrito máximo logo abaixo da superfície de elementos com maior quantidade de massa.

      Até hoje, pessoalmente, já observei oito acontecimentos verídicos, sendo um recentemente. Normalmente, esses fatos de combustão se relacionam a carmas violentos e sugerem que os habitantes do local resgatam questões sangrentas que vão desde assassinatos coletivos até mortes provocadas nas fogueiras inquisitoriais do medievo.

      Logicamente, os espíritos envolvidos e os encarnados envolvidos têm correspondência e ligação de vidas anteriores e até mesmo desta vida. São ajustamentos autorizados pela espiritualidade superior que, embora traumáticos, sugerem a recomposição de injustiças de celeumas que não foram, em tempo, resolvidas pela justiça terrena e nem pelas leis dos homens.

      Marlon Santos

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Foo Fighter (As Luzes Estranhas)



Apenas alguns anos antes de quando Kenneth Arnold teve seu avistamento histórico de objetos voadores desconhecidos que seria denominado "discos voadores" por um repórter, em 1947, outro fenômeno ainda era investigado por pesquisadores. Durante o ¨fogo¨ das batalhas da Segunda Guerra Mundial no céu, os pilotos americanos e alemães estavam avistando constantemente os "foo-fighters".
Estas estranhas bolhas luminosas voando, tornaram-se um elemento muito temido pelos americanos, alemães, e os pilotos britânicos, já que eles apareciam de surpresa, e muitas vezes complicavam os radares de bordo. Mesmo as tentativas por parte de alguns pilotos dos EUA para liquida-los foram em vão, já que eles pareciam uma miragem.

Várias teorias foram criadas para tentar explicar o que esses estranhos objetos voadores eram. Ironicamente, todos os pilotos sentiram que os Foo Fighters era um produto secreto do outro lado, mais atribuído a Alemanha, ou poderiam ser qualquer tipo de dispositivo de reflexão de radar ou alguma outra arma secreta com a capacidade de tirar um avião inimigo.
Mesmo com as evidências que temos, não há um único caso documentado de qualquer avião de ser danificado ou abatido por um dos Foo Fighters, embora tenha havido relatos de pilotos de demolição de uma missão por causa deles. O termo Foo Fighter em si é um enigma, sendo atribuído a várias fontes diferentes, mas provavelmente iniciado com uma tirinha de quadrinhos chamada "Smokey Stover", que era um bombeiro, e muitas vezes dizia: "Onde há foo há fogo." Foo "foi uma palavra francesa para o fogo, ou "feuer", a palavra alemã para o mesmo.
É muito interessante notar que o Painel Robertson, onde está listados vários incidentes envolvendo Foo Fighters em suas investigações, declarou a pelo menos alguns deles de que eram " objetos metálicos em forma de disco." Simplificando, isso significa que alguns dos relatórios pelos pilotos aliados estavam se referindo ao que seria mais tarde chamado de Disco Voador.
Como acontece com qualquer mistério, houve explicações numerosas e variadas oferecidas para explicar os fenômenos.
Essas teorias são boas, mas ainda não conseguem explicar o mistério. Tem havido avistamentos dos Foo Fighters ao longo da história, e em muitos aspectos eles são muito parecidos com os relatórios dos dias modernos de "orbs". Estas bolas estranhas de luz branca tem sido capturadas por muitos fotógrafos e videomakers de todo o mundo, que passam mais perto de uma solução.