A materialização de espíritos sempre esteve muito acompanhada por um ceticismo que, na época das grandes manifestações dessa natureza, estava tão intimamente ligado as religiões de modo que as banalizações eram intensas e grosseiras e os fatos reais acabavam distorcidos e comparados a atos de ilusionismo praticado por mágicos. Foi quando adentrou em uma sessão de materialização o espírito de Emmanuel e recomendou que Chico Xavier e os demais integrantes da reunião suspendessem as tais seções, pois as condições sociais e religiosas estavam prestes a entrar em ebulição em razão de toda a fé, até então estabelecida, errónea, cega e sectarista.
A materialização estava sendo comparada a fraudes estúpidas e apuleios infames feitos por mágicos e gente do gênero, de modo que o ectoplasma era representado nos palcos por papel mastigado ou gase molhada. As tais apresentações mágicas sempre foram absurdas, mas, para tanto, sempre satisfizeram os interesses e as necessidades daqueles que se opunham, por uma ou outra razão, quase sempre religiosa ou financeira, a acreditar no realismo dos fatos.
Em texto anterior, neste Blog, fiz um texto sobre A Materialização dos Espíritos que pode ser leitura acessória ao atual texto.
A materialização de um espírito, hoje, está sujeita a vários fatores, mas nunca tem como fator o propósito de fazer um indivíduo crer na vida após a morte, até porque o objetivo do plano espiritual, nos ditames do Pai Maior e Grande Arquiteto Do Universo, não é fazer o homem crer por crer, mas evoluir para crer. Um dos principais fatores para materialização é a disponibilidade de médium de efeitos físicos e que tenham condição de produção ectoplamática (no meu caso, consegui fazer materialização duas vezes, até porque tenho que me resguardar para o trabalho de cura de todos os Sábados, onde a energia e a ectoplasmia são muito utilizadas pelos espíritos).
Pelo que sei, as materializações deverão começar a ser feitas com mais intensidades e os centros espíritas serão os locais onde devem acontecer com frequência. No entanto, só o desapego e a sintonia espiritual pura, livre de vaidades e intenções pueris é qie dará ambiente adequado em uma seção para materializar um espírito. Considerando que a espiritualidade não se propõem a fazer aparições ou quaisquer outras manifestações para fazer esse ou aquele acreditar, toda a sessão deve ser norteada pelo bom senso e, com certeza, as pessoas que estejam envolvidas na reunião deverão manter a discrição atinente, sob pena de banalizar e tornar fútil todo o trabalho. Em suma, uma sessão de materialização deve atentar para a humildade e para união e disciplina do grupo, do contrário seria um deserviço para o Espiritismo.
As manifestações materializadas se dão pela combinação dos fluídos ectoplasmáticos do médium e pela condição atômica do perispirito da entidade que está para se materializar. Assim, a densificação do ectoplasma depende da atividade orgânica do corpo do espírito e vice-versa. A materialização nem sempre é completa e, quando não consegue ser completa, só parte importante da entidade será manifestada. Ocorre também que, na falta de conteúdo ectoplamático, possa ocorrer a materialização da foto do espírito, seja dele como espírito ou quando ainda encarnado, dando a entender sua presença no ambiente.
Muitas vezes se pode até mesmo arrancar um cabelo da entidade, ocorre que tal cabelo tende a se liquefazer ou evaporar que nem naftalina depois de algum tempo, normalmente duas a quatro horas.
O médium que provoca o acontecimento pode ficar trancado em uma cela, uma vez que seu corpo, embora seja o produtor de ectoplasma, não precisa se movimentar para produzir tal efeito e o ectoplasma, por ser fluídico, se dirige até o espírito quase que automaticamente, suspenso no ar ou pelo chão mesmo.
Como ectoplasma é produzido por uma confluência de associações de fluídos do corpo do médium, ele acaba saindo pelos orifícios faciais ou até mesmo pelos poros, por isso que as mãos e os pés do médium podem, inclusive, ficar amarrados.
Aqui seguem manifestações variadas sobre o Ectoplasma, de fontes variadas, mas interessantes do ponto de vista científico e literário. "De aspecto viscoso, semilíquido e esbranquiçado, é uma substância básica e muito importante para os efeitos de materialização de objetos e espíritos.
Para a ciência acadêmica, ectoplasma é a parte da célula que fica entre a membrana e o núcleo ou a porção periférica do citoplasma. Para o cientista Charles Richet, é uma substância que se acredita ser a força nervosa e possui propriedades químicas semelhantes às do corpo físico, de onde provém. Apresenta-se sob um aspecto viscoso, esbranquiçado, quase transparente, com reflexos leitosos, bem como esvanescente sob a luz. É considerado a base dos efeitos mediúnicos chamados físicos, pois é através dele que os espíritos podem atuar sobre a matéria.
Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é geralmente conhecido como um plasma de origem psíquica, que se exala principalmente do médium de efeitos físicos e um pouco dos outros. Trata-se de uma substância delicadíssima que se situa entre o perispírito e o corpo físico e, embora seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, servindo de alavanca para interligar os planos físico e espiritual. Historicamente, o ectoplasma[bb] tem sido identificado como algo produzido pelo ser humano, que, em determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo vários fenômenos.
O ectoplasma é de difícil manipulação, pegajoso, não se moldando facilmente. Por isso, exige treinamentos e técnicas para que os espíritos possam se utilizar deste fluido. Não é o espírito que se materializa, mas é o ectoplasma que se adere à forma do perispírito dele. A substância sofre bastante a influência da luz do dia e da luz branca[bb], o que causa interferências no fenômeno, tornando-se ideal a utilização de uma luz com tom avermelhado. A materialização pode acontecer sob o efeito da luz branca, mas é preciso haver muito ectoplasma. Também é difícil fazer fotos desse fenômeno com flash, uma vez que há interferência da luz nesse momento.
Nas materializações, não é utilizado diretamente o ectoplasma puro exalado pelo médium. É necessário combiná-lo com outros fluidos (espirituais, físicos), ou seja, utilizar nas materializações o ectoplasma elaborado. A presença de apenas uma pessoa incrédula no ambiente dificulta ou até impede a aderência do ectoplasma no perispírito do espírito.
FluidosA palavra ectoplasma dá uma idéia de se tratar de algo único, mas, na verdade, é um grande conjunto, formado pela combinação dos fluidos do espírito com o fluido animalizado do médium e os fluidos do ambiente. “Aí temos o material leve e plástico de que necessitamos para a materialização”, explica o espírito Aulus no livro Nos Domínios da Mediunidade[bb].
De uma maneira bastante rápida, podemos dividir o ectoplasma em três elementos essenciais: fluidos A, representando as forças superiores e sutis da esfera espiritual; fluidos B, definindo os recursos do médium e dos companheiros que o assistem; fluidos C, constituindo energias tomadas da natureza terrestre. Os fluidos A podem ser os mais puros e os fluidos C podem ser os mais dóceis, porém, os fluidos B, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e notadamente do médium, são capazes de estragar os mais nobres projetos. Nos círculos em que os elementos A encontram uma colaboração segura dos fluidos B, a materialização de ordem elevada assume a sublimidade dos fenômenos.
Todos os estudos feitos sobre as materializações de espíritos e os chamados efeitos físicos demonstram que esses fenômenos ocorrem somente na presença de pessoas que podem fornecer ectoplasma. Isso leva à óbvia conclusão de que os espíritos não produzem ectoplasma, mas podem apenas manipulá-lo. Inclusive, uma observação mais cuidadosa permite compreender que esta manipulação só pode ocorrer com a conivência consciente ou inconsciente dos encarnados que fornecem a substância.
Se não fosse assim, esses fenômenos ocorreriam com tamanha freqüência e intensidade no cotidiano da humanidade que os desencarnados passariam a participar diretamente do mundo dos encarnados. Deste modo, pode-se deduzir que o ectoplasma é um atributo do corpo físico, da matéria, uma vez que o corpo humano é material, embora controlado pelo espírito nele encarnado.
O que se pode admitir que aconteça é que os espíritos encarnados, em contato com a matéria durante a encarnação, manipulam-na de tal modo que produzam o que chamamos de ectoplasma. Essa produção se daria de modo automático e inconsciente, desde a concepção até o desencarne.
Tipos de ectoplasmaAgora, se o ectoplasma está relacionado com a matéria que constitui o corpo humano, ele deve existir também nos minerais, nas plantas e nos animais em geral. Em termos de complexidade, esse ectoplasma não deve ser igual ao existente nos seres humanos.
Em princípio, o ectoplasma mineral é o mais simples. Nos vegetais, que se alimentam principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente mais complexo, em virtude de ter sido trabalhado por eles a partir do material inicial. Já nos animais, que se alimentam de produtos minerais, vegetais e mesmo outros animais, o ectoplasma deve adquirir uma maior complexidade.
Assim, em função da espécie de vegetal ou animal, certamente haverá qualidades diferentes de ectoplasma. Essa dedução é fácil de ser feita, pois, ao que se sabe, o ectoplasma não-humano não é suficiente ou adequado para a realização de fenômenos físicos e de materialização, já que, se fosse, eles ocorreriam livremente pela manifestação de espíritos desencarnados. Haveria interferência direta destes no mundo dos encarnados, criando grande confusão.
No livro Espírito, Perispírito e Alma, Hernani Guimarães Andrade propõe a existência dos seguintes tipos de ectoplasma: ectomineroplasma, originário dos materiais minerais; ectofitoplasma, extraído dos vegetais; ectozooplasma, produzido pelos animais; ectohumanoplasma, gerado pelos humanos. Mas para efeito de simplificação de terminologia, no sentido de tornar o significado mais acessível às pessoas, podemos dizer apenas ectoplasma mineral, vegetal, animal e humano.
É matéria?Podemos definir matéria como tudo que é constituído pelos elementos químicos constantes da classificação periódica, além, é claro, dos próprios elementos e das partículas subatômicas. É também aquilo que possui massa e energia, estando sujeito à ação da gravidade, tem peso e ocupa um certo volume no espaço, além de interagir fisicamente com outras porções da matéria através das reações químicas.
Já o ectoplasma está sujeito à ação da gravidade e interage fisicamente com a matéria do corpo humano. Nas fotografias, vemos ele sair da boca de um médium como se fosse um pano. O fato da substância cair na direção do solo e do espírito materializado a partir dela estar junto ao chão são evidências de que este fluido está sujeito à ação gravitacional. Alguns autores que já estudaram o ectoplasma em trabalhos de materialização e de efeitos físicos verificaram a ação da gravidade através de balanças.
Portanto, podemos concluir que o ectoplasma é matéria. Podemos? Este raciocínio nos conduz a uma conclusão bastante interessante, ou seja, parece haver alguma coisa que se comporta como se fosse uma matéria paralela à que a química descreve. Em outras palavras, é como se houvesse um outro conjunto de elementos químicos coexistindo com aqueles previamente conhecidos ou previstos pela química, como se fosse possível estabelecer pelo menos uma outra classificação periódica.
Apresentação e produçãoO ectoplasma é um combinado de substâncias. Quando os espíritos desencarnados podem dispor dele em bastante quantidade, utilizam-no para a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, combinando-o com outras substâncias extraídas do reservatório oculto da natureza.
Para a visão dos desencarnados, o ectoplasma se apresenta como uma massa de gelatina pegajosa, semilíquida e branquíssima que é exalada por todos os poros do médium, mas em maior proporção pelas narinas, pela boca, pelos ouvidos, pelas pontas dos dedos e até pelo tórax. À feição do magnetismo, ele é energia disseminada e presente em toda a natureza, a qual, pela lei evolutiva, é mais apurada no homem do que no mineral, no vegetal ou no animal.
Deduzindo-se que os espíritos encarnados, em contato com a matéria durante a encarnação, produzem o ectoplasma, podemos chegar a algumas conclusões. Se admitimos a existência desta substância nos minerais, nas plantas ou nos animais, podemos entender que um dos ingredientes que forma o ectoplasma é originário dos alimentos, enquanto outro provém do oxigênio que respiramos. Ainda há um outro ingrediente, produzido no interior das células de nosso corpo físico. O que ocorre é uma transformação desses ectoplasmas primários em ectoplasma humano.
Mas onde e quando ocorre o processo metabólico das reações químicas, físicas e biológicas entre os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular que geram o ectoplasma? É difícil de se afirmar com certeza onde ele se forma no ser humano. A observação indica uma grande movimentação fluídica no abdome, na altura do umbigo, o que leva alguns pesquisadores a admitir que se forma ectoplasma no aparelho digestivo, através do metabolismo dos alimentos no corpo. Outro lugar em que é comum se perceber que existe uma grande quantidade dessa movimentação é no tórax, fazendo alguns estudiosos concluirem que a produção de ectoplasma ocorre através da respiração, pelo oxigênio.
Como a ciência acadêmica admite que esse fluido se forma no interior das células, muitos entendem que o ectoplasma se forma por todo o corpo no nível celular, embora em quantidades e qualidades diferentes. O sangue pode carregá-lo até os pulmões, onde se libera para ser eliminado, da mesma forma que o carbono resultante do metabolismo.
Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é uma substância delicada que se produz entre o perispírito e o corpo físico, interligando o plano físico com o espiritual. Isso nos permite deduzir que os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular são captados por meio dos chacras gástrico e esplênico, transformando-se em ectoplasma no interior do duplo etérico. Poderíamos chamar isso de “metabolismo do ectoplasma”. Mas é bom lembrar: nas materializações ou nos fenômenos de efeitos físicos, não se usa diretamente o ectoplasma humano que exala do médium. É preciso combiná-lo com outros dois tipos de fluidos (espirituais e da natureza) para obtermos o ectoplasma elaborado."
Uma sessão de materialização deve estar bem orientada, eliminando qualquer condição de fraude ou de dúvida, pois no passado isso ocorreu várias vezes. Desse modo, a situação fraudada ou dúbia, pode trazer transtornos e danos irreparáveis ao Espiritismo e a Mediunidade, ainda mais num país em que os justos pagam pelos injustos.
Marlon Santos