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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Espíritos e data de Finados
A origem do dia de Finados leva ao ano de 998, há mais de 1.000 anos, quando o abade da Ordem dos Beneditinos em Cluny, França, instituiu em todos os mosteiros da Ordem naquele país a comemoração dos mortos, a 2 de novembro, culto que a Santa Sé aplaudiu e oficializou
para todo o Ocidente. Será que os “mortos” ficam sensibilizados ao nos lembrarmos deles?
O Espiritismo afirma-nos que sim. Eles ficam contentes e sensibilizados com a lembrança dos
seus nomes. Se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, isso constitui
para eles um alívio. No dia consagrado aos mortos, eles atendem ao apelo do pensamento
dos que buscam orar sobre seus despojos, como em qualquer outra ocasião. Nessa data, os
cemitérios ficam repletos de Espíritos, mais do que em outros dias, porque evidentemente há em tais ocasiões um número maior de pessoas que os chamam. É um erro, contudo, pensar que é a multidão de curiosos que os atrai ao campo santo; cada um ali comparece por causa de seus amigos e não pela reunião dos indiferentes que, muitas vezes, visitam os cemitérios como
maneira de passar o tempo.
O túmulo de Kardec, no cemitério Père-Lachaise de Paris (foto), é um dos que atraem turistas de todo o mundo, espíritas e não-espíritas.
Não é, porém, indispensável comparecer ao cemitério para homenagear
o ente querido que partiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa no Espírito
ausente – serve de imagem, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o
lugar, se ela é ditada pelo coração.
Marlon Santos
pesquisa Jornal Espírita
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
O Natal e o Plano Espiritual (Espiritismo)
Natal e Espiritismo
De onde vem o termo Natal? Por que 25 de dezembro? Desde quando se comemora nesta data? Qual o espírito do Natal? Qual o significado dos presentes, das árvores e do Papai Noel? Tencionamos desenvolver este assunto analisando o nascimento de Cristo, o espírito natalício e os subsídios oferecidos pelo Espiritismo, para uma melhor interpretação da sua simbologia.
CONCEITO
Natal - Do latim natale significa nascimento. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro).
3. HISTÓRICO
As Igrejas orientais, desde o século IV, celebravam a Epifania (“aparição” ou “manifestação”), em 6 de janeiro, cujo simbolismo referia-se ao mistério da vinda ao mundo do Verbo Divino feito homem. Em Roma, desde o tempo do Imperador Aureliano (274), o dia 25 de dezembro (solstício de Inverno, no calendário Juliano) era consagrado ao Natalis Solis Invicti, festa mitríaca do “renascimento” do Sol. A Igreja romana não tardou em contrapor-lhe a festa cristã do Natale de Cristo, o verdadeiro “sol de justiça”. Esta festa pronto se estendeu por todo o Ocidente, não tardando também em ser adotada por todas as igrejas orientais. (Enciclopédia luso-Brasileira de Cultura)
O nascimento de Cristo sempre esteve envolvido em controvérsias. Para uns, seria 1.º de janeiro; para outros, 6 de janeiro, 25 de março e 20 de maio. Pelas observações dos chineses, o Natal seria em março, que foi quando um cometa, tal qual a estrela de Belém, reluziu na noite asiática no ano 5 d.C. Como data festiva, é um arranjo inventado pela Igreja e enriquecida através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de várias culturas: a árvore natalina é contribuição alemã (século VIII); o Papai Noel (vulgo São Nicolau) nasceu na Turquia (século IV); os cartões de natal surgiram na Inglaterra, em meados do século XIX. (Estado de São Paulo, p. D3)
NASCIMENTO DE JESUS
A MANJEDOURA
Conta-se que Jesus nascera numa manjedoura, rodeado de animais. Um monge diz que isso não é verdade, pois como a casa de José era pequena para abrigar toda a sua família, o novo rebento deu-se no estábulo. Em termos simbólicos, a manjedoura revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. Os exemplos de sua simplicidade devem nortear os nossos passos nos dias que correm. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos.
4.2. ANÚNCIO PROFÉTICO
O nascimento de Jesus fora anunciado pelos profetas da antiguidade, nos seguintes termos: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus convosco)”. Na época predita veio ao mundo o arauto, o Salvador, aquele que tiraria os “pecados” do mundo. Os judeus, contudo, não entenderam a grande mensagem do Salvador: esperavam-no na condição de rei, de governador. Ele, porém, dizia ser rei, mas não deste mundo. Enaltecendo a continuidade desta vida, vislumbrava-nos a expectativa da vida futura, muito mais proveitosa e sem as dificuldades materiais da vida presente.
UMA NOVA LUZ
O nascimento de Jesus coincide com a percepção de uma nova luz para a humanidade sofredora. Os ensinamentos de Jesus devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a Humanidade. Numa simples visão de conjunto, observamos o que era planeta antes e no que se transformou depois de sua vinda. O Espírito Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher aviltada qual alimária, os pais podiam vender os filhos etc. Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes; Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados; instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular etc. (Xavier, 1980, cap. 21)
A SIMBOLOGIA DO NATAL
PAPAI NOEL
Papai Noel, símbolo do Natal, é usado pelos comerciantes, a fim de incrementar as vendas dos seus produtos no final de cada ano. O espírito do natal, segundo a propaganda, está relacionado com a fartura da mesa, a quantidade de brinquedos e outros produtos que o consumidor possa ter em seu lar. À semelhança dos reflexos condicionados, estudados por Pavlov, há repetição, intensidade e clareza dos estímulos à compra, dando-nos a entender que estamos comemorando o renascimento de Cristo. Se não prestarmos atenção, cairemos na armadilha do consumismo exacerbado, dificultando a meditação e a reflexão durante esta data tão especial para a Humanidade.
O ESPÍRITO DO NATAL
O espírito do Natal deve ser entendido como a revivescência dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e distribuindo os excessos de que somos portadores, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova” trazida pelo mestre Jesus. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. A perfeição moral exige distinção entre espírito e matéria. A riqueza existe para auxiliar o homem no seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor, poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim, conscientizarmo-nos de que somos usufrutuários e não proprietários dos bens terrenos.
NUMA VÉSPERA DE NATAL
Conta-nos o Espírito Irmão X que Emiliano Jardim, cujas noções materialistas estragavam-lhe os pensamentos, viera a sofrer uma dor de paternidade, ao ver o seu filho arrebatado pela morte. Abatido pela dor, começa a se interessar pelo Catolicismo. Porém, repelia veemente todos os que pensavam de forma diferente a respeito do Cristo. Do Catolicismo passa para o Protestantismo, mas sem que o Mestre penetrasse no seu interior. Depois de longa luta, Emiliano sente-se insatisfeito e ingressa nos arraiais espiritistas. Emiliano, como acontece à maioria dos crentes, vislumbra a verdade dos ensinamentos de Jesus, anseia por vê-lo nos outros homens, antes de senti-lo em si mesmo.
Com o passar do tempo, teve outros revezes.
Numa véspera de Natal, em que o ambiente festivo lhe falava da ventura destruída do coração, Emiliano quis por termo à própria vida.
Na hora amargurada em que o mísero se dispunha a agravar as próprias angústias, uma voz se fez ouvir no recôndito de seu espírito:
“— Emiliano, há quanto tempo eu buscava encontrar-te; mas sempre me chamavas através dos outros, sem jamais me procurar em ti mesmo! Dá-me tua dor, reclina a cabeça cansada sobre o meu coração!... Muitas vezes, o meu poder opera na fraqueza humana. Raramente meus discípulos gozam o encontro divino, fora das câmeras do sofrimento. Quase sempre é necessário que percam tudo, a fim de me acharem em si mesmos”.
Emiliano estava inebriado. E a voz continuou:
“— Volta ao esforço diário e não esqueças que estarei com os meus discípulos sinceros até ao fim dos séculos! Acaso poderias admitir que permaneço em beatitude inerte, quando meus amigos se dilaceram pela vitória de minha causa? Não posso estacionar em vãs disputas, nem nas estéreis lamentações, porque necessitamos cuidar do amoroso esclarecimento das almas. É por isso que estou, mais freqüentemente, onde estejam os corações quebrantados e os que já tenham compreendido a grandeza do espírito de serviço. Não te rebeles contra o sofrimento que purifica, aprende a deixar os bonecos a quantos ainda não puderam atravessar as fronteiras da infância. Não analises nunca, sem amar. Lembra-te de que quando criticares teu irmão, também eu sou criticado. Ainda não terminei minha obra terrestre, Emiliano! Ajuda-me, compreendendo a grandeza do seu objetivo e entendendo a fragilidade dos teus irmãos”. (Xavier, 1982, p. 40)
A MENSAGEM DO CRISTO ATRAVÉS DO ESPIRITISMO
UM CONQUISTADOR DIFERENTE
A história está repleta de conquistadores: Sesóstris, em seu carro triunfal, pisando escravos e vencidos, em nome do Egito sábio; Nabucodonosor, arrasando Nínive e atacando Jerusalém; Alexandre, à maneira de privilegiado, passa esmagando cidades e multidões; Napoleão Bonaparte, atacando os povos vizinhos. A maioria desses homens fizeram as suas conquistas à custa de punhal e veneno, perseguição e força, usando exército e prisões, assassínio e tortura.
“Tu, entretanto, perdoando e amando, levantando e curando, modificaste a obra de todos os déspotas e legisladores que procediam do Egito e da Assíria, da Judéia e da Fenícia, da Grécia e de Roma, renovando o mundo inteiro. Não mobilizaste soldados, mas ensinaste a um punhado de homens valorosos a luminosa ciência do sacrifício e do amor. Não argumentaste com os reis e com os filósofos; entretanto, conversaste fraternalmente com algumas crianças e mulheres humildes, semeando a compreensão superior da vida no coração popular”. (Xavier, 1978, cap. 49, p. 261)
O ESPIRITISMO COMO REVIVESCÊNCIA DO CRISTIANISMO
De acordo com os princípios doutrinários do Espiritismo, Jesus foi o personificador da segunda revelação da lei de deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução.
6.3. FESTA DE NATAL PARA OS ESPÍRITAS
Na noite em que o mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se lembrar de comemorar o nascimento da Doutrina Espírita, entendida como a terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade, em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão explicadas à luz da razão e do bom senso. Dentro deste contexto, a lei da reencarnação é um dos princípios fundamentais para o perfeito entendimento do sofrimento e da dor. De acordo com a reencarnação ou a diversidade das vidas sucessivas, temos condições de melhor vislumbrar o nosso futuro, que nada mais é do que uma continuidade daquilo que estivermos fazendo nesta vida. Optando pela prática do bem, teremos uma vida futura feliz; escolhendo o mal, teremos que sofrer as suas conseqüências, no sentido de nos adaptarmos à lei do progresso, que é inexorável.
Marlon Santos
Por Sérgio Biagi Gregório, pesquisaterça-feira, 13 de dezembro de 2011
Fotos Kirlian e Seus Fundamentos
Marlon Santos
parte deste texto pode ser encontrado no site fotos kirlian
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Os Mundos Paralelos
''De todos os avanços feitos pela ciência no século passado, sem dúvida o mais inusitado foi a criação da Física Quântica. Além de explicar inúmeros fenômenos que a física clássica de Newton e a relatividade de Einstein não conseguia, a Física Quântica também foi responsável pelas teorias mais malucas que se tem notícia!
Por exemplo, em 1935 um físico chamado Schrödinger (que, por sinal, não era vegetariano), propôs que fossem colocados dentro de uma caixa um gato, um contador Geiger, um frasco de veneno, e um punhado de elemento radiativo. A chance de o elemento radiativo emitir radiação em uma hora deveria ser 50% e o veneno deveria ser letal, mas o gato poderia ser de qualquer raça ou cor.
O experimento se desenvolveria da seguinte maneira: Se, por acaso, o elemento radiativo emitisse radiação, o contador Geiger iria perceber o fato, ativando um mecanismo que quebraria o frasco, liberaria o veneno, e mataria o bichano. Para o cientista, tudo que resta é abrir a caixa depois de uma hora, e ver se o gato estava morto ou vivo.
Aparentemente, isso não é muito diferente de enfiar um gato dentro de uma caixa, enviar via sedex de uma cidade a outra, e verificar se o gato chega vivo no destino. Parece simples, porém, o que havia de simples na ciência foi descoberto pelos gregos, sobrando para nós apenas as coisas inusitadas!
Uma interpretação possível para esse experimento, sob a ótica da Física Quântica, é o cientista não apenas descobre qual o estado do gato ao abrir a caixa, mas sim determina qual é esse estado! Antes de ser aberta, o gato não estava nem vivo e nem morto. Na verdade, as duas possibilidades coexistiam, e o destino do gato só é determinado quando alguém faz uma medida para descobrir o estado, por exemplo, abrindo a caixa e olhando.
Entretanto, esse tipo de interpretação não é aceita por todos os cientistas, por levar a paradoxos. Por exemplo, segundo o raciocínio acima, o universo inteiro estaria em uma superposição de estados até que surgisse o primeiro ser humano!
Para solucionar o problema acima, o físico Hugh Everett III propôs, em 1956, a teoria dos mundos paralelos. Segundo essa proposta, quando o elemento radiativo emite a radiação, o mundo se divide em dois universos paralelos: um onde o gato vive, e outro onde o gato morre! Isso significa que existem inúmeros mundos paralelos sendo criados a cada instante, apesar de não termos consciência disso!
A teoria dos mundos paralelos foi uma idéia ousada, mas gradualmente foi aceita pela comunidade científica. Mais da metade dos físicos da atualidade acreditam que ela seja verdadeira, incluindo nessa lista Stephen Hawking, e os prêmios Nobel Murray Gell-Mann e Richard Feynman.''
E mais:
''Em 1954, Hugh Everett III, um jovem candidato ao doutorado da Universidade de Princeton, apareceu com uma idéia radical: a existência de universos paralelos, exatamente como o nosso. Esses universos estariam todos relacionados ao nosso. Na verdade, eles derivariam do nosso, que, por sua vez, seria derivado de outros. Nesses universos paralelos, nossas guerras surtiriam outros efeitos dos conhecidos por nós. Espécies já extintas no nosso universo se desenvolveriam e se adaptariam em outros e nós, humanos, poderíamos estar extintos nesses outros lugares.
Isso é enlouquecedor e, mesmo assim, compreensível. Noções de universos ou dimensões paralelos, que se assemelham aos nossos, apareceram em trabalhos de ficção científica e foram usadas como explicações na metafísica, mas por que um jovem físico em ascensão arriscaria o futuro de sua carreira propondo uma teoria sobre universos paralelos?
Com sua teoria dos Muitos Mundos, Everett precisou responder uma questão muito difícil relacionada à física quântica: por que a matéria quântica se comporta irregularmente? O nível quântico é o menor já detectado pela ciência. O estudo da física quântica começou em 1900, quando o físico Max Planck apresentou o conceito para o mundo científico. Seu estudo sobre a radiação trouxe algumas descobertas que contradiziam as leis da física clássica. Essas descobertas sugeriram que existem outras leis operando no universo de forma mais profunda do que as que conhecemos.
Em um curto espaço de tempo, os físicos que estudavam o nível quântico perceberam algumas coisas peculiares nesse mundo minúsculo. Uma delas é que as partículas que existem nesse nível conseguem tomar diferentes formas arbitrariamente. Por exemplo: os cientistas observaram fótons - minúsculos pacotes de luz - atuando como partículas e ondas. Até mesmo um único fóton tem esse desvio de forma [fonte: Brown University (em inglês)]. Imagine que você fosse um ser humano sólido quando um amigo olhasse você e, quando ele olhasse de novo, você tivesse assumido a forma gasosa.
Isso ficou conhecido como o Princípio da Incerteza de Heisenberg. O físico Werner Heisenberg sugeriu que, apenas observando a matéria quântica, afetamos seu comportamento; sendo assim, nunca podemos estar totalmente certos sobre a natureza de um objeto quântico ou seus atributos, como velocidade e localização.
A interpretação de Copenhague da mecânica quântica apóia essa idéia. Apresentada primeiramente pelo físico dinamarquês Niels Bohr, essa interpretação afirma que todas as partículas quânticas não existem em um ou outro estado, mas em todos os estados possíveis de uma só vez. A soma total dos possíveis estados de um objeto quântico é chamada de sua função de onda. A condição de um objeto existir em todos seus possíveis estados, de uma só vez, é chamada de superposição.
Segundo Bohr, quando observamos um objeto quântico, afetamos seu comportamento. A observação quebra a superposição de um objeto e o força a escolher um estado de sua função de onda. Essa teoria explica por que os físicos obtiveram medidas opostas em relação ao mesmo objeto quântico: o objeto "escolheu" estados diferentes durante diferentes medidas.
A interpretação de Bohr foi amplamente aceita e ainda o é por grande parte da comunidade que estuda física quântica, mas ultimamente a teoria de Everett dos Muitos Mundos tem recebido muita atenção.''
Marlon Santos
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
As Imposições Reencarnatórias
Não há falta irremissível, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.
Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.
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durante a existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido;
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na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.
É a pena que o espírito sofre em decorrência de suas faltas cometidas durante a vida corpórea.
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No estado errante, a pena é moral;
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no estado corporal, é também física.
Todos os sofrimentos provados pelo espírito são, ao mesmo tempo, expiações de erros passados e provas parra a evolução futura.
Há mães que odeiam os filhos e, não raro, desde a infância destes. Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência (392). Em todos os casos, a mãe má não pode deixar de ser animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. Mas, essa violação obstáculos de que haja triunfado.
Sendo vicissitudes da vida corporal expiação das faltas do passado e, ao mesmo tempo, provas com vistas ao futuro, seguir-se-á que da natureza de tais vicissitudes se possa deduzir de que gênero foi a existência anterior. Muito amiúde é isso possível, pois que cada um é punido naquilo por onde pecou. Entretanto, não há que tirar daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem indício mais seguro, visto que as provas por que passa o Espírito o são, tanto pelo que respeita ao passado, quanto pelo que toca ao futuro.
As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e levam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar.
A perda dos entes que nos são caros representa uma prova, ou expiação.
O trabalho, por ser uma conseqüência da natureza corpórea do homem. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência.
O mérito da existência de seres como os cretinos e os idiotas, que não podendo fazer o bem nem o mal, se acham incapacitados de progredir, é uma expiação decorrente do abuso que fizeram de certas faculdades. É um estacionamento temporário.
À frente dos irmãos irresponsáveis e enfermos, a colaboração dos espíritos_superiores significa amizade fiel, ainda que essa colaboração expresse doloroso processo de reequilíbrio em favor desses espíritos enfermos.
A reencarnação,_em_tais_circunstâncias, é o mesmo que conduzir o doente inerte a certa máquina de fricção para o necessário despertamento. Intimamente justaposta ao campo celular, a alma é a feliz prisioneira do equipamento físico, no qual influencia o mundo atômico e é por ele influenciada, sofrendo os atritos que lhe objetivam a recuperação.
- André Luiz - 1954
Espíritos infortunados não se enfastiarão tão cedo da loucura em que se comprazem... todavia, quando não se fatiguem, a Lei poderá conduzi-los a prisão regeneradora.
Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo:
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o mongolismo,
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a hidrocefalia,
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a paralisia,
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a cegueira,
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a epilepsia secundária,
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o idiotismo,
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o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem...
- André Luiz - 1954
Se existem reencarnações ligadas aos planos superiores,-
temos aquelas que se enraízam diretamente nos planos inferiores.
E assim como já podemos contar na esfera carnal com uma justiça sinceramente interessada em auxiliar os delinqüentes na recuperação, através do livramento condicional e das prisões-escolas, organizadas pelas próprias autoridades que dirigem os tribunais humanos em nome das leis, aqui também os representantes do Amor Divino podem mobilizar recursos de misericórdia, beneficiando Espíritos devedores, desde que se mostrem dignos do socorro que lhes abrevie o resgate e a regeneração.
Há reencarnações em perfeita conexão com os planos infernais que valem como preciosas oportunidades de libertação dos círculos tenebrosos. E como tais renascimentos_na_carne não possuem senão característicos de trabalho expiatório, em muitas ocasiões são empreendimentos planejados e executados daqui mesmo, por benfeitores credenciados para agir e ajudar em nome do Senhor.
Marlon Santos
pesquisas em livros de Chico Xavier
domingo, 20 de novembro de 2011
O Divorcio e o Casamento pelo Espiritismo
Quando se usa o termo carma, há uma conotação de fatalidade, enquanto que a Doutrina enfatiza a possibilidade de minimização ou eliminação das ocorrências de sofrimento, mediante uma ação positiva no bem. Vamos esclarecer bem essa questão do divórcio:
A separação e o divórcio possibilitam a resolução dos conflitos que se estabelecem na vida das pessoas que estão ligadas por compromisso formal ou vínculos legais, mas não mais se entendem, nem se amam. Na nossa cultura, essa opção é acompanhada de grande sofrimento. Parte desse sofrimento decorre do próprio processo de ruptura e parte resulta de questões culturais. Quando as pessoas se casam, geralmente, acreditam que estão dando um passo definitivo, pretendem viver juntas por longo tempo e realizam, por isso, grande investimento energético na relação, construindo elos fortes. Na separação, esses laços energéticos se rompem, o que repercute dolorosamente sobre a alma.
Esse sofrimento é inerente ao processo e, quando o casal se decide pela separação, não dá para fugir dele, é preciso enfrentá-lo com serenidade. Mas há ainda o outro sofrimento, que resulta do ideário cultural sobre a indissolubilidade do matrimônio. Podemos atenuar esse último, se desenvolvermos uma visão crítica da cultura em que vivemos.
A Doutrina Espírita nos ensina a ver o divórcio de uma maneira mais adequada. Os Espíritos, ao falarem sobre o assunto, criticaram claramente as amarras culturais que dificultam a vida dos casais. Destacam eles que a determinação legal de indissolubilidade do casamento é um erro e perguntam: “Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam?”(LE – q.940)
Depreende-se dos ensinos deles que Deus determina a união dos seres pelo amor, para que se crie no lar uma psicosfera favorável ao desenvolvimento sadio dos filhos que porventura venham a ter. “No meio espírita, costuma-se dizer que as pessoas não devem optar pelo divórcio, porque estarão adiando o pagamento de uma dívida e terão no futuro, por isso mesmo, maior dificuldade para efetuar esse pagamento. Talvez isso se aplique ao indivíduo que é inconseqüente e irresponsável no direcionamento de suas energias amorosas, mas não se pode generalizar e achar que em todas as situações esse critério seja adequado. Na verdade, há casos em que o mal maior seria as pessoas permanecerem vinculadas a um compromisso que não desejam mais e, por isso, perderem a alegria de viver e a possibilidade de realizações espirituais significativas para sua própria evolução. Somente aquele que está vivendo o problema poderá decidir, consultando sua própria consciência, qual o melhor caminho a seguir.
“O conselho dos Espíritos é sempre no sentido de desenvolver as qualidades da alma para possibilitar um ajustamento harmonioso entre os componentes do grupo familiar e, quando se instala o conflito, a recomendação é de que se procurem todos meios de resolução do problema antes de optar pela separação. (Esse tema está, também, na edição FEEES/2002)
domingo, 13 de novembro de 2011
A Mediunidade como forma de resgate
Resgate cármico significa correção de erros praticados nesta vida, mas a maioria deles o fora em outras encarnações.
Pelo fato do médium ter que exercitar as virtudes cristãs para ser fiel ao seu programa espiritual, vai corrigindo as tendências de reassumir os erros contidos no passado recente ou longínquo. Se é para corrigir dívidas do passado, o exercício da mediunidade não pode ser remunerado no presente, sob pena de agravamento dos débitos, com juros e correções. O médium está pagando, com seu trabalho, o que deve à lei divina, que é amor e harmonia, por se ter desviado dela, por desamor e desequilíbrio do sentimento.
O atendimento pela psicografia ( escrita), psicofonia ( incorporação), seja para orientação de encarnados ou de desencarnados, cura física e espiritual, clarividência ou claraudiência, ou qualquer outra manifestação mediúnica, está sempre permitindo ao médium correção dos seus defeitos, ao mesmo tempo m que traz consolo e ensinamento a todos os necessitados.
É possível que todas as pessoas sejam médiuns?
De certa forma todas as pessoas são médiuns, porque todas são passíveis de serem influenciadas pelos espíritos, mas quando falamos em médium a referência é feita aos que tem essas faculdades mais desenvolvidas, capazes de transmitir o pensamento dos espíritos, ou servir como veículo para suas manifestações na matéria.
Há médiuns, desde aqueles que possuem faculdades apenas latentes, até aqueles outros nos quais elas se apresentam com toda a sua potencialidade.
Os primeiros, regra geral, não têm maiores compromissos nesse terreno, enquanto uma mediunidade estuante certamente está informando que há tarefas de maior ou menor abrangência em sua pauta reencarnatória.
Também há casos em que a tarefa é ampliada no decorrer dos anos, a depender do desempenho do médium, enquanto em outros ela não chega a ser cumprida em sua totalidade. E há também aqueles, infelizmente muitos, que a abandonam a meio do caminho, sem falar nos que nem chegam a iniciá-la.
Na maioria dos centros espíritas há cursos para médiuns, com estudos doutrinários e sobre mediunidade, nos quais os participantes vão aprendendo a se concentrar e a educar suas faculdades. Isto é muito importante para que a sua tarefa possa desenvolver-se com equilíbrio e dentro dos princípios de ética ensinados pelo espíritismo.
Marlon Santos
Allan Kardec, revista
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Mais novidades sobre Os Círculos Ingleses
Um dos fenômenos sem explicações demonstráveis que mais atrai nossa atenção é, sem dúvida, o dos círculos nos campos de trigo, chamados de círculos ingleses, agrogramas ou crop circles [cultura dos círculos], que ocorrem na Inglaterra principalmente, mas surgem nos mais variados países. Esses surpreendentes e magníficos desenhos foram mundialmente percebidos nos anos 80, despertando a curiosidade de muita gente, inclusive do governo britânico. É sabido que aproximadamente de 80 a 85% deles são feitos por hábeis mãos humanas, através de um grupo especializado denominado circlemakers [fabricantes de círculos] e outros, que utilizam-se deste peculiar hobby. No entanto, restam as sobras, ou seja, no mínimo 10% dos agroglifos não possuem resolução, conclusão ou provas de suas origens. A hipótese extraterrestre obviamente se inclui entre as possibilidades e provavelmente é a que mais gostaríamos de pensar que seja a adequada. No entanto, as tentativas de elucidação e comprovação mostram-se longe de respostas e, a cada nova peça encaixada, outras perguntas surgem, assim como em todos os campos do conhecimento. |
Descrição: Um fenômeno que desafia cientistas, autoridades, militares e ufólogos. Saiba o que são os círculos ingleses e avalie se são mensagens que outras espécies cósmicas nos transmitem.
Há mais de 30 anos, plantações da Inglaterra e de outros países têm sido alvos de um estranho fenômeno. Desenhos inexplicáveis e cada vez mais complexos surgem misteriosamente em campos de trigo, cevada, canola, arroz e de outros cereais. Autoridades e militares, perplexos, se unem a cientistas e agrônomos na busca por uma explicação. Até hoje, nenhuma foi encontrada e continuamos sem saber quem são seus autores e o que significam essas mensagens. Hollywood chegou a lançar o filme Sinais, com Mel Gibson, para alertar sobre o assunto.
Marlon Santos
Fontes de pesquisa: parte é da Revista Ufo
Nota: A página do Bloger está novamente sendo 'reformada'. Por isso a dificuldade das postagens, onde acabo sem poder efetuar as publicações no tempo certo, sem contar as formatações que ainda não estão ajustadas para as páginas.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A Transfiguração
''Extraímos o fato seguinte de uma carta que nos escreveu, no mês de setembro de 1857, um de nossos correspondentes de St-Etienne. Depois de ter falado de diversas comunicações, das quais foi testemunha, acrescentou:
"Um fato mais espantoso se passa numa família de nossos vizinhos. Das mesas girantes passou-se à poltrona que fala; depois amarrou-se um lápis nessa poltrona e essa poltrona indicou a psicografia; foi praticada por muito tempo, antes como brinquedo do que como coisa séria. Então a escrita designou uma das filhas da casa, ordenou passar as mãos sobre sua cabeça depois de tê-la feito deitar; ela dormiu logo, e depois de um certo número de experiências, essa jovem se transfigurou: tomou os traços, a voz, os gestos de ascendentes mortos, de avós que jamais conheceram, de um irmão falecido há alguns meses; essas transfigurações eram feitas sucessivamente em uma mesma sessão. Ela falava um dialeto que não era mais o da época, disse-me, porque não conhecia nem um nem o outro; mas o que posso afirmar, é que em uma sessão onde tomara a aparência de seu irmão, vigoroso gaiato, essa jovem de treze anos deu-me um rude aperto de mão.
"Há dezoito meses, ou dois anos, esse fenômeno é constantemente repetido do mesmo modo, somente hoje produziu-se espontânea e naturalmente, sem imposição das mãos.''
Esse estranho fenômeno, se bem que bastante raro, não é excepcional; já se falou de vários fatos semelhantes, e nós mesmos, várias vezes, fomos testemunha de alguma coisa análoga entre os sonâmbulos em estado de êxtase, e mesmo entre os extáticos que não estavam em sonambulismo. É certo, além do mais, que emoções violentas operam, sobre a fisionomia, uma mudança que lhe dá um caráter diferente daquele do estado normal. Não vemos, igualmente, pessoas cujos traços móveis se prestam, segundo sua vontade, a modificações que lhes permitem tomar as aparências de outras certas pessoas? Vê-se, pois, por aí, que a rigidez da face não é tal que não possa sujeitar-se a modificações passageiras, mais ou menos profundas, e nada há de espantoso em que um fato semelhante possa produzir-se, no caso em que se trata, embora, talvez, por um causa independente da vontade.
Eis as respostas que obtivemos de São Luís a esse respeito, na sessão da Sociedade, de 25 de fevereiro último.
1. O fato de transfiguração, do qual acabamos de falar, é real? -R. Sim.
2. Nesse fenômeno, há um efeito material? - R. O fenômeno de transfiguração pode ocorrer de modo material, a tal ponto que, nas diversas fases que apresenta, poder-se-ia reproduzi-lo em daguerreotipia.
3. Como esse efeito se produziu? - R. A transfiguração, como a entendeis, não é senão uma modificação da aparência, uma mudança, uma alteração nos traços que pode ser produzida pela ação do próprio Espírito sobre seu envoltório, ou por uma influência exterior. O corpo nunca muda, mas, em conseqüência de uma contração nervosa, ele submete-se a aparências diversas.
4. Pode ocorrer que os espectadores sejam enganados por uma falsa aparência? - R. Pode ocorrer também que o perispírito desempenhe o papel que conheceis. No fato citado, ocorreu contração nervosa, e a imaginação aumentou-a muito; de resto, esse fenômeno é bastante raro.
5. O papel do perispírito seria análogo ao que se passa no fenômeno de bicorporeidade? - R. Sim.
6. É preciso, então, que, no caso de transfiguração, haja de-saparição do corpo real, para os espectadores que não vêem mais que o perispírito sob uma forma diferente? - R. Desaparição, não física, mas oclusão. Entendei-vos sobre as palavras.
7. Parece resultar disso que acabais de dizer que, no fenômeno da transfiguração, pode haver dois efeitos: 15 Alteração dos traços do corpo real, em conseqüência de uma contração, nervosa. 2° Aparência variável do perispírito que se torna visível. É assim que devemos entender? - R. Certamente.
8. Qual é a causa primeira desse fenômeno? - R. A vontade do Espírito.
9. Todos os Espíritos podem produzi-lo? - R. Não: os Espíritos não podem sempre fazer o que querem.
10. Como explicar a força anormal dessa jovem transfigurada na pessoa de seu irmão? - R. O Espírito não possui uma grande força? De resto, é a do corpo em seu estado normal.
Nota. Esse fato nada tem de surpreendente; freqüentemente, vêem-se as pessoas mais fracas dotadas momentaneamente de uma força muscular prodigiosa, por uma causa superexcitante.
11. Uma vez que, no fenômeno da transfiguração, o olhar do observador pode ver uma imagem diferente da realidade, ocorre o mesmo em certas manifestações físicas? Quando por exemplo uma mesa se eleva sem o contato das mãos, e que é vista acima do solo, é verdadeiramente a mesa que se destacou? - R. Podeis perguntá-lo?
12. O que é que a ergue? - R. A força do Espírito.
Nota. Esse fenômeno já foi explicado por São Luís, e tratamos essa questão, de modo completo, nos números de maio e junho de 1858, a propósito da teoria das manifestações físicas. Foi-nos dito que, nesse caso, a mesa, ou o objeto qualquer que se mova, se anima de uma vida factícia, momentânea, que lhe permite obedecer à vontade do Espírito.
Certas pessoas quiseram ver, nesse fato, uma simples ilusão de ótica que faria ver, por uma espécie de miragem, a mesa no espaço, ao passo que ela estaria realmente sobre o solo. Ainda que a coisa fosse assim, ela não seria menos digna de atenção; é notável que aqueles que querem contestar ou denegrir os fenômenos espíritas, expliquem-nos por causas que seriam, elas mesmas, verdadeiros prodígios, e bem mais difíceis de compreender-se; ora, por que, pois, tratar isso com tanto desdém? Se a causa que assinalam é real, por que não aprofundá-la? O físico procura se render conta do menor movimento anormal da agulha imantada; o químico na mais leve mudança na atração muscular por que, pois, ver-se com indiferença fenômenos tão bizarros quanto aqueles dos quais falamos, fossem o resultado de um simples desvio do raio visual e uma nova aplicação de leis conhecidas? Isso não é lógico. Não seria certamente impossível que, por um efeito de ótica análogo àquele que nos faz ver um objeto na água mais alto do que está, em conseqüência da refração do raio luminoso, uma mesa nos aparecesse no espaço, enquanto estivesse sob o sol; mas, há um fato que resolve peremptoriamente a questão, é quando a mesa cai bruscamente sobre o solo e quando ela se quebra; isso não nos parece ser uma ilusão de ótica. Voltemos à transfiguração.
Se uma contração muscular pode modificar os traços do rosto, isso não pode ser senão em um certo limite; mas, seguramente, se uma jovem toma a aparência de um velho, nenhum efeito psicológico far-lhe-á produzir a barba; é preciso, pois, procurar-lhe a causa em outro lugar. Querendo-se reportar-se ao que dissemos precedentemente, sobre o papel do perispírito em todos os fatos de aparições, mesmo de pessoas vivas, compreender-se-á que lá está ainda a chave do fenômeno da transfiguração. Com efeito, uma vez que o perispírito pode se isolar do corpo, que pode tornar-se visível, que pela sua extrema sutilidade pode tomar diversas aparências à vontade do Espírito, conceber-se-á, sem dificuldade, que ele esteja assim numa pessoa transfigurada: o corpo fica o mesmo, só o perispírito muda de aspecto. Mas, então, dir-se-á, em que se torna o corpo? De um lado o corpo real e de outro o perispírito transfigurado? Fatos estranhos, dos quais iremos falar oportunamente, provam que, em conseqüência da fascinação que se opera nessa circunstância no observador, o corpo real pode estar, de alguma sorte, velado pelo perispírito.
O fenômeno objeto desse artigo nos foi transmitido já há muito tempo, e se não falamos dele ainda, foi porque não nos propusemos fazer de nossa Revista um simples catálogo de fatos próprios para alimentar a curiosidade, uma árida compilação sem apreciação e sem comentário; nossa tarefa seria muito fácil, e a tomamos mais a sério; dirigimo-nos, antes de tudo, aos homens de raciocínio, àqueles que, como nós, querem se render conta das coisas, tanto quanto isso seja possível. Ora, a experiência nos ensinou que os fatos, por estranhos e multiplicados que sejam, não são elementos de convicção; e o são tanto menos quanto sejam estranhos; quanto mais um fato é extraordinário, tanto mais parece anormal, menos se está disposto a crer nele; quer-se ver, e quando se viu, duvida-se ainda; desconfia-se de ilusões e conivências. Não ocorre assim quando se acha, nos fatos, uma razão de ser por uma causa plausível. Vemos todos os dias pessoas que rejeitaram outrora os fenômenos espíritas, à conta da imaginação e de uma cega credulidade, e que hoje são adeptos fervorosos, precisamente porque esses fenômenos não têm agora nada que repugne à sua razão; elas se os explicam, compreendem-lhes a possibilidade, e crêem neles mesmo sem terem visto. Antes de falarmos de certos fatos, temos, pois, que esperar que os princípios fundamentais estejam suficientemente desenvolvidos, para deles render-se conta; o da transfiguração está entre esse número. O Espiritismo é para nós mais que uma crença: é uma ciência, e estamos felizes em ver que os nossos leitores nos compreenderam.
Marlon Santosdomingo, 30 de outubro de 2011
A Bicorporeidade
Conforme o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao ponto do observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si.
Ao estudarmos a bicorporeidade e a transfiguração compreendemos que são variações de fenômenos de manifestações visuais. A faculdade de emancipação que a alma possui e seu desprendimento do corpo físico durante a encarnação podem dar lugar a fenômenos análogos aos que apresentam os Espíritos desencarnados (aparições). Enquanto o corpo passa pelo sono, o Espírito transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer sob forma vaporosa, quer no sonho quer no estado de vigília. Pode também apresentar-se sob forma tangível, ou pelo menos com uma aparência tão idêntica à real que muitas pessoas podem estar com a verdade quando afirmam tê-lo visto no mesmo instante em dois pontos diferentes. De fato era ele, mas um era o corpo verdadeiro e o outro o Espírito. Foi este fenômeno - por sinal muito raro - que deu origem à crença nos homens duplos, designada de bicorporeidade.
Nos itens 115, 116 e 117 do capítulo em estudo, Allan Kardec cita exemplos de bicorporeidade e deixamos aos leitores a tarefa de consultá-los, mas o item 118 apresenta uma questão: como pode o corpo viver enquanto o Espírito se ausenta? Pode-se afirmar que o corpo se mantém pela vida orgânica, que independe da presença do Espírito, como se prova pelas plantas, que vivem e não têm Espírito. Mas devemos acrescentar que, durante a vida, o Espírito jamais se retira completamente do corpo.
Os Espíritos, assim como alguns médiuns videntes, reconhecem o Espírito de uma pessoa encarnada por um traço luminoso que termina no seu corpo (cordão fluídico), fenômeno que jamais se verifica se o corpo estiver morto, pois então a separação é completa. É por meio dessa ligação que o Espírito é avisado, a qualquer distância que estiver, da necessidade de voltar ao corpo, o que faz com a rapidez de uma relâmpago. Disso resulta que o corpo nunca pode morrer durante a ausência do Espírito, e que nunca pode acontecer que o Espírito, ao voltar, encontre a "porta fechada", como afirmam alguns romancistas em histórias para recrear. (O Livro dos espíritos, nº 400 e seguintes).
Afirma ainda Allan Kardec que o Espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo pode aparecer como o de um morto, com todas as aparências da realidade, podendo adquirir a tangibilidade momentânea, fenômeno designado de bicorporeidade, o que deu origem às histórias de homens duplos, indivíduos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos. Apresenta dois exemplos tirados da História Eclesiástica.
Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.
Quando evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:
1ª Poderias explicar-nos esse fenômeno?
"Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber".
2ª Isso não nos dá a explicação da visibilidade e da tangibilidade do perispírito.
"Achando-se desprendido da matéria, conforme o grau de sua elevação, pode o Espírito tornar-se tangível à matéria".
3ª É indispensável o sono do corpo, para que o Espírito apareça noutros lugares?
"A alma pode dividir-se, quando se sinta atraída para lugar diferente daquele onde se acha seu corpo. Pode acontecer que o corpo não se ache adormecido, se bem seja isto muito raro; mas, em todo caso, não se encontrará num estado perfeitamente normal; será sempre um estado mais ou menos estático".
NOTA. A alma não se divide, no sentido literal do termo: irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se fragmentar. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos.
4ª Que sucederia se, estando o homem a dormir, enquanto seu Espírito se mostra noutra parte, alguém de súbito o despertasse?
"Isso não se verificaria, porque, se alguém tivesse a intenção de o despertar, o Espírito retornaria ao corpo, prevendo a intenção, pois o Espírito lê os pensamentos".
Afirma Allan Kardec que explicação inteiramente idêntica foi dada, muitas vezes, por Espíritos de pessoas mortas ou vivas. Santo Afonso explica o fato da dupla presença, mas não a teoria da visibilidade e da tangibilidade.
Concluindo o estudo sobre a bicorporeidade, Allan Kardec acrescenta que a pessoa que se mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem, portanto, dois corpos. Mas desses dois corpos, um é real, o outro é simples aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e que o segundo tem a vida anímica. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. Não parece possível, pelo menos se conhece disso exemplo algum, e a razão o demonstra, que, no estado de separação, possam os dois corpos gozar, simultaneamente e no mesmo grau, da vida ativa e inteligente. Demais, do que acabamos de dizer ressalta que o corpo real não poderia morrer, enquanto o corpo aparente se conservasse visível, porquanto a aproximação da morte sempre atrai o Espírito para o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta igualmente que o corpo aparente não poderia ser assassinado, pois não é orgânico e nem formado de carne e osso. Desapareceria, no momento em que o quisessem matar.
Por mais extraordinário que pareça, este fenômeno não deixa, como todos os outros, de ser incluído na ordem dos fenômenos naturais, pois se fundamenta nas propriedades do perispírito e em leis da Natureza.