Buscando estudos anteriores, recordamos que o perispírito, no seu estado normal, é invisível, mas, como é formado de substância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna momentaneamente visível.
Conforme o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao ponto do observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si.
Ao estudarmos a bicorporeidade e a transfiguração compreendemos que são variações de fenômenos de manifestações visuais. A faculdade de emancipação que a alma possui e seu desprendimento do corpo físico durante a encarnação podem dar lugar a fenômenos análogos aos que apresentam os Espíritos desencarnados (aparições). Enquanto o corpo passa pelo sono, o Espírito transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer sob forma vaporosa, quer no sonho quer no estado de vigília. Pode também apresentar-se sob forma tangível, ou pelo menos com uma aparência tão idêntica à real que muitas pessoas podem estar com a verdade quando afirmam tê-lo visto no mesmo instante em dois pontos diferentes. De fato era ele, mas um era o corpo verdadeiro e o outro o Espírito. Foi este fenômeno - por sinal muito raro - que deu origem à crença nos homens duplos, designada de bicorporeidade.
Nos itens 115, 116 e 117 do capítulo em estudo, Allan Kardec cita exemplos de bicorporeidade e deixamos aos leitores a tarefa de consultá-los, mas o item 118 apresenta uma questão: como pode o corpo viver enquanto o Espírito se ausenta? Pode-se afirmar que o corpo se mantém pela vida orgânica, que independe da presença do Espírito, como se prova pelas plantas, que vivem e não têm Espírito. Mas devemos acrescentar que, durante a vida, o Espírito jamais se retira completamente do corpo.
Os Espíritos, assim como alguns médiuns videntes, reconhecem o Espírito de uma pessoa encarnada por um traço luminoso que termina no seu corpo (cordão fluídico), fenômeno que jamais se verifica se o corpo estiver morto, pois então a separação é completa. É por meio dessa ligação que o Espírito é avisado, a qualquer distância que estiver, da necessidade de voltar ao corpo, o que faz com a rapidez de uma relâmpago. Disso resulta que o corpo nunca pode morrer durante a ausência do Espírito, e que nunca pode acontecer que o Espírito, ao voltar, encontre a "porta fechada", como afirmam alguns romancistas em histórias para recrear. (O Livro dos espíritos, nº 400 e seguintes).
Afirma ainda Allan Kardec que o Espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo pode aparecer como o de um morto, com todas as aparências da realidade, podendo adquirir a tangibilidade momentânea, fenômeno designado de bicorporeidade, o que deu origem às histórias de homens duplos, indivíduos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos. Apresenta dois exemplos tirados da História Eclesiástica.
Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.
Quando evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:
1ª Poderias explicar-nos esse fenômeno?
"Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber".
2ª Isso não nos dá a explicação da visibilidade e da tangibilidade do perispírito.
"Achando-se desprendido da matéria, conforme o grau de sua elevação, pode o Espírito tornar-se tangível à matéria".
3ª É indispensável o sono do corpo, para que o Espírito apareça noutros lugares?
"A alma pode dividir-se, quando se sinta atraída para lugar diferente daquele onde se acha seu corpo. Pode acontecer que o corpo não se ache adormecido, se bem seja isto muito raro; mas, em todo caso, não se encontrará num estado perfeitamente normal; será sempre um estado mais ou menos estático".
NOTA. A alma não se divide, no sentido literal do termo: irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se fragmentar. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos.
4ª Que sucederia se, estando o homem a dormir, enquanto seu Espírito se mostra noutra parte, alguém de súbito o despertasse?
"Isso não se verificaria, porque, se alguém tivesse a intenção de o despertar, o Espírito retornaria ao corpo, prevendo a intenção, pois o Espírito lê os pensamentos".
Afirma Allan Kardec que explicação inteiramente idêntica foi dada, muitas vezes, por Espíritos de pessoas mortas ou vivas. Santo Afonso explica o fato da dupla presença, mas não a teoria da visibilidade e da tangibilidade.
Concluindo o estudo sobre a bicorporeidade, Allan Kardec acrescenta que a pessoa que se mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem, portanto, dois corpos. Mas desses dois corpos, um é real, o outro é simples aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e que o segundo tem a vida anímica. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. Não parece possível, pelo menos se conhece disso exemplo algum, e a razão o demonstra, que, no estado de separação, possam os dois corpos gozar, simultaneamente e no mesmo grau, da vida ativa e inteligente. Demais, do que acabamos de dizer ressalta que o corpo real não poderia morrer, enquanto o corpo aparente se conservasse visível, porquanto a aproximação da morte sempre atrai o Espírito para o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta igualmente que o corpo aparente não poderia ser assassinado, pois não é orgânico e nem formado de carne e osso. Desapareceria, no momento em que o quisessem matar.
Por mais extraordinário que pareça, este fenômeno não deixa, como todos os outros, de ser incluído na ordem dos fenômenos naturais, pois se fundamenta nas propriedades do perispírito e em leis da Natureza.
Conforme o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao ponto do observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si.
Ao estudarmos a bicorporeidade e a transfiguração compreendemos que são variações de fenômenos de manifestações visuais. A faculdade de emancipação que a alma possui e seu desprendimento do corpo físico durante a encarnação podem dar lugar a fenômenos análogos aos que apresentam os Espíritos desencarnados (aparições). Enquanto o corpo passa pelo sono, o Espírito transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer sob forma vaporosa, quer no sonho quer no estado de vigília. Pode também apresentar-se sob forma tangível, ou pelo menos com uma aparência tão idêntica à real que muitas pessoas podem estar com a verdade quando afirmam tê-lo visto no mesmo instante em dois pontos diferentes. De fato era ele, mas um era o corpo verdadeiro e o outro o Espírito. Foi este fenômeno - por sinal muito raro - que deu origem à crença nos homens duplos, designada de bicorporeidade.
Nos itens 115, 116 e 117 do capítulo em estudo, Allan Kardec cita exemplos de bicorporeidade e deixamos aos leitores a tarefa de consultá-los, mas o item 118 apresenta uma questão: como pode o corpo viver enquanto o Espírito se ausenta? Pode-se afirmar que o corpo se mantém pela vida orgânica, que independe da presença do Espírito, como se prova pelas plantas, que vivem e não têm Espírito. Mas devemos acrescentar que, durante a vida, o Espírito jamais se retira completamente do corpo.
Os Espíritos, assim como alguns médiuns videntes, reconhecem o Espírito de uma pessoa encarnada por um traço luminoso que termina no seu corpo (cordão fluídico), fenômeno que jamais se verifica se o corpo estiver morto, pois então a separação é completa. É por meio dessa ligação que o Espírito é avisado, a qualquer distância que estiver, da necessidade de voltar ao corpo, o que faz com a rapidez de uma relâmpago. Disso resulta que o corpo nunca pode morrer durante a ausência do Espírito, e que nunca pode acontecer que o Espírito, ao voltar, encontre a "porta fechada", como afirmam alguns romancistas em histórias para recrear. (O Livro dos espíritos, nº 400 e seguintes).
Afirma ainda Allan Kardec que o Espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo pode aparecer como o de um morto, com todas as aparências da realidade, podendo adquirir a tangibilidade momentânea, fenômeno designado de bicorporeidade, o que deu origem às histórias de homens duplos, indivíduos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos. Apresenta dois exemplos tirados da História Eclesiástica.
Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.
Quando evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:
1ª Poderias explicar-nos esse fenômeno?
"Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber".
2ª Isso não nos dá a explicação da visibilidade e da tangibilidade do perispírito.
"Achando-se desprendido da matéria, conforme o grau de sua elevação, pode o Espírito tornar-se tangível à matéria".
3ª É indispensável o sono do corpo, para que o Espírito apareça noutros lugares?
"A alma pode dividir-se, quando se sinta atraída para lugar diferente daquele onde se acha seu corpo. Pode acontecer que o corpo não se ache adormecido, se bem seja isto muito raro; mas, em todo caso, não se encontrará num estado perfeitamente normal; será sempre um estado mais ou menos estático".
NOTA. A alma não se divide, no sentido literal do termo: irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se fragmentar. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos.
4ª Que sucederia se, estando o homem a dormir, enquanto seu Espírito se mostra noutra parte, alguém de súbito o despertasse?
"Isso não se verificaria, porque, se alguém tivesse a intenção de o despertar, o Espírito retornaria ao corpo, prevendo a intenção, pois o Espírito lê os pensamentos".
Afirma Allan Kardec que explicação inteiramente idêntica foi dada, muitas vezes, por Espíritos de pessoas mortas ou vivas. Santo Afonso explica o fato da dupla presença, mas não a teoria da visibilidade e da tangibilidade.
Concluindo o estudo sobre a bicorporeidade, Allan Kardec acrescenta que a pessoa que se mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem, portanto, dois corpos. Mas desses dois corpos, um é real, o outro é simples aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e que o segundo tem a vida anímica. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. Não parece possível, pelo menos se conhece disso exemplo algum, e a razão o demonstra, que, no estado de separação, possam os dois corpos gozar, simultaneamente e no mesmo grau, da vida ativa e inteligente. Demais, do que acabamos de dizer ressalta que o corpo real não poderia morrer, enquanto o corpo aparente se conservasse visível, porquanto a aproximação da morte sempre atrai o Espírito para o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta igualmente que o corpo aparente não poderia ser assassinado, pois não é orgânico e nem formado de carne e osso. Desapareceria, no momento em que o quisessem matar.
Por mais extraordinário que pareça, este fenômeno não deixa, como todos os outros, de ser incluído na ordem dos fenômenos naturais, pois se fundamenta nas propriedades do perispírito e em leis da Natureza.
Marlon Santos
parte do conteúdo pode ser encontrado
no site o C. Espírita Batuíra
oi Marlon sou sua cliente e meu nome é Janice Rossi Salvi. estive com vc sábado dia 29/10. Queria saber se vc pode me explicar o porquê de em fato mto estranho: no domingo dia 30/10 por volta das 15 horas, havia um copo sobre a pia, e o mesmo quebrou sozinho em mtos pedaços pequenos. Será q isso pode ter alguma coisa a ver com espíritos?
ResponderExcluirnão é a primeira vez que acontece. por favor me responda se possível. mto obrigada!