O que é psicografia?
"Psicografia é a faculdade de os médiuns, sob a atuação de espíritos comunicantes, escreverem com a própria mão ou, conforme o desenvolvimento mediúnico, com ambas as mãos ao mesmo tempo. Segundo Kardec, a psicografia pode ser mecânica, intuitiva, semi-mecânica ou inspirada.
Qualquer espírito pode se comunicar por meio da Psicografia. Entretanto, para que ocorra uma comunicação mediúnica, seja do tipo que for; será sempre necessário que o espírito que se comunica seja merecedor; assim como deve ser merecedor o médium. Outro fator importante para que ocorra a comunicação mediúnica é a afinidade entre o espírito comunicante e o aparelho mediúnico.
Um espírito pode sim comunicar-se por meio da psicografia, há casos de espíritos que comunicam-se após curtíssimo espaço de tempo, enquanto outros passam muitos anos, décadas, sem condições de se comunicarem. Lembramos que sempre o que vale mais é o merecimento, que é fruto das virtudes que se tenha conseguido conquistar durante nossa existência.
Entretanto, devemos destacar que, no caso do parente ou ente querido ainda não estar pronto, merecedor, assim como nós também devemos merecer, é claro; as notícias poderão não cegarem. Então, apesar das possibilidades de comunicação com nossos queridos, devemos guardar serenidade em nossas lembranças e votos e vibrações de paz e harmonia para com eles, de forma que, em caso de ausência das notícias; não passemos a perturbá-los com nossas angústias e com nossas saudades desequilibradas.
Classificação da psicografia
Conforme a mecânica do processo mediúnico, os médiuns psicógrafos podem ser classificados em três tipos: intuitivo, semi-mecânico e mecânico.
Intuitivo
Representando 70% dos médiuns psicógrafos, o médium intuitivo não abandona o corpo físico no momento em que escreve as mensagens dos espíritos. Neste caso, o espírito não atua sobre a mão para movê-la, atua sobre a alma do médium, identificando-se com ela e lhe transmitindo suas idéias e vontades. O médium as capta e, voluntariamente, escreve.
Portanto, tem conhecimento antecipado, mas o que escreve não é seu. Age como um intérprete que, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele e traduzi-lo. O pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. No início, o médium confunde com seu próprio pensamento e as mensagens, às vezes, extrapolam o conhecimento do médium.
Semi-mecânico
Os médiuns semi-mecânicos, que representam 28% dos médiuns psicógrafos, também não abandonam o corpo físico ao escreverem as mensagens. O espírito atua sobre a mão do médium, que não perde o controle desta, mas recebe uma espécie de impulsão.
O médium participa tanto da mediunidade mecânica como da intuitiva, pois escreve recebendo parte do pensamento dos espíritos pela comunicação e contato perispiritual, ao mesmo tempo em que outra parte é articulada pelos comunicantes, independentemente de sua vontade.
Os semi-mecânicos têm consciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas. O médium tem um conhecimento parcial daquilo que lhe atravessa o cérebro perispiritual, mas passa a ignorar os trechos que lhe são escritos mecanicamente, sem fluir pelo cérebro físico.
Mecânico
Caso raro entre os médiuns psicógrafos (2%), os médiuns mecânicos, a exemplo dos outros dois tipos, não abandonam o corpo físico no momento de escrever as mensagens. O espírito desencarnado atua sobre gânglios nervosos à altura do omoplata e, dessa forma, age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Esse impulso independe da vontade do médium, ou seja, enquanto o espírito tem alguma coisa a escrever, movimenta a mão do médium sem interrupção.
Certos médiuns mecânicos chegam a trabalhar com ambas as mãos ao mesmo tempo e sob a ação simultânea de duas entidades. E em condições excepcionais, o médium ainda pode palestrar com os presentes sobre assunto completamente diferente do que psicografa. Nesse caso, o espírito comunicante consegue escrever na forma que era peculiar na vida física.
O médium mecânico não sabe o que sua mão escreve. Somente depois, ao ler, é que ele vai tomar conhecimento da mensagem. A escrita mecânica costuma ser célere, muito rápida.
O que é psicografia espontânea?
É quando não citamos um determinado nome, mas quando pedimos a presença e a assistência de nossos mentores e guias espirituais. A Codificação nos ensina que toda a prece é uma invocação, e invocar é chamar através da oração, pedir um socorro, um auxílio ou uma proteção; ou seja, é evocar através do pensamento, e o médium escreve a mensagem dita pelo espírito comunicante.
Nos casos da espontaneidade é essencial para a credibilidade das mensagens recebidas, onde as informações podem ser checadas de uma forma mais isenta.
Qualquer comunicado com o invisível deve ser espontâneo.
Algumas pessoas acham que não devemos evocar nenhum espírito, sendo preferível esperar o que quiser comunicar-se, pois que vem espontaneamente, por sua própria iniciativa, prova melhor a sua identidade, pois revela assim o desejo de conversar conosco.
O que é psicografia por evocação?
É aquela em que citamos o nome de determinado espírito, evocando-o de uma forma pessoal. Temos que tomar muito cuidado com este tipo, pois se mal usado ou orientado pode transformar a nossa reunião mediúnica em sala de consultas, objetivando mais o interesse pessoal do que a caridade evangélica. E que em seguida o médium escreve a mensagem dita pelo espírito.
Podemos evocar todos os espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam: os bons e os maus, os que deixaram recentemente a vida e os que viveram nas épocas mais distantes, os homens ilustres e os mais obscuros, os nossos parentes, os nossos amigos e os que foram indiferentes. Mas isto não quer dizer que eles sempre queiram ou possam atender ao nosso apelo. Independente da sua própria vontade ou de não terem a permissão de um poder superior, eles podem estar impedidos por motivos que nem sempre podemos conhecer.
"Podemos evocar todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam: os bons e os maus...". Podemos evocar todos os espíritos, mas isto não quer dizer que todos vão atender os nossos chamados. Eles virão conforme a nossa evolução, a necessidade e a seriedade do trabalho proposto.
Podemos classificar e evocação dos espíritos de duas maneiras, levando em consideração a forma de como é feita:
Em resumo o que acabamos de expor resulta: que a faculdade de evocar todo e qualquer espírito não implica para o espírito a obrigação de estar às nossas ordens; que ele pode atender-nos numa ocasião e noutra não, com um médium ou um outro evocador que o agrade e não com outro; quer dizer o que quiser, sem poder ser constrangido a dizer o que não quer; retirar-se quando lhe convém; enfim, que em virtude de sua própria vontade ou não, após haver sido assíduo durante algum tempo, pode subitamente deixar de manifestar-se."
De tudo o que tem de estudos sérios sobre esse tipo magnífico de mediunidade, eis o que tinha de mais elucidativo em meus apontamentos e pesquisas.
Marlon Santos
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