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domingo, 18 de setembro de 2011

Materializações Luminosas

Em fevereiro de 1948, em Minas Gerais, na residência do Dr. Rômulo Joviano, alto funcionário do Estado, em Pedro Leopoldo, ficou combinada uma reunião de materialização. Estariam presentes o médium Francisco Cândido Xavier, como um dos assistentes, e o médium Francisco Lins Peixoto ou Peixotinho, como é conhecido, e que serviria de médium de materialização.
Acompanhei o médium Peixotinho desde Belo Horizonte até Pedro Leopoldo. Lá, ficamos hospedados no Hotel Vitória, no mesmo quarto, juntamente com mais as seguintes pessoas: Jair Soares, Inácio Domingos da Silva e João Gonçalves. Todos no mesmo quarto. Quando nos recolhemos, na primeira noite de estada, o Peixotinho, que é asmático e fica às vezes sufocado, pediu que fizéssemos uma prece para que ele pudesse ser tratado pelos espíritos.
Feita a prece, aproximou-se um espírito que colocou uma faixa luminosa sobre o peito e as costas do Peixotinho, o qual, deitado, gemia alto. Todos nós vimos à faixa Luminosa, de cor verde-clara, colocada sobre o peito. A cama do médium estava colocada entre duas outras, de solteiros, e o Sr. Jair Soares de um lado e Inácio da Silva, do outro, assistiam ao fenômeno a uma distância de cinqüenta a sessenta centímetros mais ou menos. Eu estava colocado a uma distância de dois a dois metros e meio. Havíamos chegado ao entardecer e não nos separamos um só instante, de modo que não houve tempo para qualquer preparação da parte do médium.
A reunião marcada para o sábado realizou-se. Como preparação, haviam os espíritos determinado através da psicografia, pelo Peixotinho, que não comêssemos carne nem bebêssemos ou fumássemos no dia da reunião.
Os cômodos para realização dos trabalhos foram indicados pelo Dr. Rômulo Joviano: um quarto menor que serviria de cabina e uma sala grande, ligada, que seria ocupada pelos assistentes. Em número talvez superior a quinze pessoas, assistimos ao desenrolar dos trabalhos.
Diversos espíritos apresentaram-se materializados. Todavia se apresentaram totalmente iluminados, por luz que saía de dentro para fora, tornando o ambiente antes às escuras, num suave crepúsculo. A impressão exata que se tinha era de que um globo de luz fluorescente em forma humana caminhava pela sala.
Sucederam-se as aparições que vinham conversar com os presentes no recinto. A chegada dos espíritos na cabina era assinalada por clarões que lembram os relâmpagos de cor verde-roxo-azulada.
O médium Peixotinho tornara-se meu conhecido em Belo Horizonte dois ou três dias antes da reunião; não conhecia minha família nem sabia se eu possuía ou não filhos. Não viu nenhum retrato de filhos meus. Finalmente, não tratamos desse assunto.
No entanto, entre os espíritos que se materializaram em forma luminosa, apresentou-se o espírito de minha filha Heleninha, que com dois anos de idade morrera no ano de 1945.
Na mesma estatura, em voz semelhante, dirigiu-se a mim dizendo algumas palavras de saudação. Deixou-me uma flor como lembrança, ainda fresca e cheia de orvalho. Embora pareça inconcebível, não me emocionei presença dela e pude dirigir-lhe calmamente a palavra. Era realmente ela, sem deixar dúvida alguma.
José Grosso, outro espírito que se materializou, atirou numerosas pedras sobre os assistentes alegremente, em plena escuridão. Atirava-as e gritava o nome do destinatário. A pedra caía aos pés da pessoa indicada sem contudo atingi-la ou molestá-la.
E quase certo que nenhum homem seria capaz de atirar dez ou doze pedras no escuro, sobre uma assistência numerosa para o tamanho do recinto, e com a violência com que foram atiradas sem ferir alguém.
Além disso, os espíritos materializados improvisaram quadras e pronunciaram discursos sérios de convocação ao homem do mundo atual.
Coisa maravilhosa era ver como os espíritos se dirigiam com imenso carinho ao Chico Xavier, dando-lhe a importância que deve ter perante o mundo invisível e esqueciam-se de outras personalidades que estavam no recinto, portadoras dos títulos universitários concedidos pelos homens. Prova belíssima de que o homem vale realmente como figura moral e espiritual acima de todas as vaidades humanas. Esse foi o primeiro contacto que tivemos com fenômenos de materialização.



MENSAGEM DE EMMANUE



Finalizando nossa humilde contribuição aos estudos psíquicos no Brasil, inserimos aqui, como fecho, a mensagem que Emmanuel, através de Francisco Cândido Xavier, nos concedeu em dezembro de 1953, respondendo a consulta que lhe fizemos.
Eis, pois, a consulta e a resposta.


P- Se possível, desejava que o nosso irmão Emanuel se pronunciasse a respeito do humilde trabalho que temos em mão para publicação breve, Materializações Luminosas.


R- Meu amigo, Jesus nos fortaleça e abençoe.
Achamo-nos em pleno campo da renovação espiritual do mundo e todas as sementes dignas do aperfeiçoamento terrestre devem ser arrojadas ao solo dos sentimentos, na preparação do glorioso futuro humano.
Desejamos ao seu trabalho o mais amplo êxito, não só porque se refira ao nosso idealismo superior, mas porque se desenvolve em torno de um núcleo respeitável do Espiritismo fenomênico, suscetível de acordar as mais nobres convicções, dentro da esfera moral de nossa Consoladora Doutrina, atraindo corações para a Verdade e para a bem, nas legítimas finalidades das nossas tarefas com Jesus.


Marlon Santos
Do livro de A. Raniere

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