Na erraticidade,
os Espíritos estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem,
observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos
dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e
tudo isso lhes incute ideias que antes não tinham.
O Espírito
progride e pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o
desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal
é que põe em prática as ideias que adquiriu.
A curta duração da
vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava,
o complemento de existência precedentemente interrompida antes
do momento em que devera terminar, e sua morte, também, não
raro, constitui provação ou expiação para os pais.
Síntese do
Assunto:
Separado do corpo
físico, pela desencarnação, o Espírito, na maioria das vezes,
reencarna depois de intervalos mais ou menos longos. Esses
intervalos podem durar de algumas horas a alguns milhares de
séculos, não existindo, neste sentido, limite determinado. Podem
prolongar-se por muito tempo, mas nunca são perpétuos. Nesses
intervalos, fica no estado de Espírito errante, estado em que
espera nova reencarnação, aspirando a novo destino.
O fato de estar
desencarnado, porém, não coloca o Espírito, obrigatoriamente, na
condição de errante. Errante só o é o que necessita de nova
encarnação para melhorar-se. O Espírito que não precisa mais
encarnar já está no estado de Espírito puro. Assim, quanto ao
estado em que se encontrem, os Espíritos podem ser: 1)
encarnados, que estão ligados a um corpo físico; 2) errantes,
que estão aguardando nova encarnação; e, 3) puros, que estão
desligados da matéria e sem necessidade de nova encarnação, já
que chegaram à perfeição.
Convém destacar
que o estado de erraticidade não é, por si só, sinal de
inferioridade dos Espíritos, uma vez que há Espíritos errantes
de todos os graus. A reencarnação é um estado transitório, já
que o estado normal é quando está liberto da matéria.
Nesse estado de
erraticidade, os espíritos não ficam inertes: estudam, observam,
buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das
coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. Como observa
Léon Denis: “O ensino dos Espíritos sobre a vida de além-túmulo
faz-nos saber que no espaço não há lugar algum destinado à
contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do
espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos”.
Assim, na condição
de errante, o Espírito pode melhorar-se muito, conquistando
novos conhecimentos, dependendo isso, naturalmente, de sua maior
ou menor vontade. Todavia, será na condição de espírito
encarnado que terá oportunidade de colocar em pratica as idéias
quem adquiriu e realizar, efetivamente, o progresso que está
buscando.
Gabriel Delanne
nos lembra: “Os Espíritos são os próprios construtores do seu
futuro conforme o ensino do Cristo: A cada um segundo as suas
obras. Todo Espírito que ficar demorado em seu progresso somente
de si próprio deverá queixar-se, do mesmo modo que aquele que se
adiantar tem todo o mérito do seu procedimento: a felicidade que
ele conquistou tem por esse fato mais valor aos seus olhos”.
A vida normal do
Espírito efetua-se no espaço, mas a encarnação opera-se numa das
terras que povoam o infinito; esta é necessária ao seu duplo
progresso, moral e intelectual: ao progresso intelectual pela
atividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho; ao
progresso moral, pela necessidade que os homens têm uns dos
outros. A vida social é a pedra de toque das boas ou das más
qualidades.
Como explicar,
entretanto, a situação da criança cuja vida material se
interrompe? E por que esse fato ocorre?
Tal acontece com o
de um adulto, o Espírito de uma criança que morre em tenra idade
volta ao mundo dos Espíritos. E, às vezes, é bem mais adiantado
e bem mais experiente que o de um adulto, já que pode ter
progredido em encarnações passadas.
A curta duração da
vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava,
o complemento de existência precedentemente interrompida antes
do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro,
constitui provação ou expiação para os pais.
O Espírito cuja
existência se interrompeu no período da infância recomeça uma
nova existência. Se uma única existência tivesse o homem e se,
extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a
eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da
que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade
eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às
vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade?
Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus.
Com a reencarnação, a igualdade é real para todos.
Com a experiência
vivida pelo Espírito da criança, os seus pais são também
provados em sua compreensão para com a vida ou, então, resgatam
débitos que assumiram no passado.
Compreendemos,
assim que “O Universo inteiro evolui. Como os mundos, os
Espíritos prosseguem seu curso eterno, arrastados para um estado
superior, entregues a ocupações diversas. Progressos a realizar,
ciência a adquirir, dor a sufocar, remorsos a acalmar, amor,
expiação, devotamento, sacrifício, todas essas forças, todas
essas coisas os estimulam, os aguilhoam, os precipitam na obra;
e, nessa imensidade sem limites, reinam incessantemente o
movimento e a vida. A imobilidade e a inação é o retrocesso, é a
morte. Sob o impulso da grande lei, seres e mundos, almas e
sóis, tudo gravita e move-se na órbita gigantesca traçada pela
vontade divina.
por Marlon Santos
de O Mensageiro
Muito linda esta mensagem <3
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