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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

As Religiões e o Espiritismo


Todas as Religiões concordam com a existência da alma, embora não demonstrem isso. A afirmativa da existência do espírito, portanto, não é exclusiva do espiritismo e diametralmente, neste sentido, ninguém se opõe. A questão toda está baseada na origem da alma e no passado dela. De igual forma a maioria das religiões, senão todas, não dão conta do futuro da alma nem das condições que permeiam ou atentam para esse futuro.

Para a maioria das religiões a concepção de futuro para o espírito está relacionada a um quadro de pura crença de seus adeptos, com uma fé temerária e sem condição de fazer frente a uma pesquisa séria e despojada de pretensões mitológicas. Assim, se pode falar que as religiões se ligam diretamente a conceitos de pensamentos que vêm remontando épocas primitivas, que se ligavam as antigas concepções de universo e mundo sobre o destino da alma, inconcebíveis e insustetáveis diante da ciência.

O principal problema das religiões, em meu entendimento, está situado naquilo que proíbem as pessoas de saber porque não podem dar conta de explicar, uma vez que só perdem se as coisas forem discutidas e examinadas. Aliás, é daí que sai a dúvida e a falta de crença.

O Espiritismo por seu lado busca sanar a incredulidade tornando o desconhecido um caminho mais acessível, uma vez que, mais cedo ou mais tarde, é nesse desconhecido que todos teremos que penetrar. O Espiritismo torna um assunto folclórico em algo tangível e irrefutável, sem demagogias e alegorias e sem desmerecimento científico.

O homem não vive mais sua infância e deseja saber mais e mais detalhadamente. Seria um escárnio agir assim? Não, pois sua consciência é que lhe faz pensar que existe algo além dessa fronteira material e que futuro é uma concepção cabível e lógica. A ciência fez o ser humano desenvolver razão e essa razão não dá chances para o homem aceitar contos da carochinha em relação à crença.


Surge assim o fato que é incontestável que a procura das pessoas pelas religiões aumentem a cada dia. Primeiro pela consciência exposta acima, segundo, deixa de ser religioso e fica a descoberto de crença quando a religião se volta para as primitivas alegorias, pois quando o ser humano procura a religião ele quer, antes de mais nada, acalmar suas apreensões e dramas que vive. No entanto, ele não pode ficar sujeito a um duelo entre afirmação e negação, o que fará do homem um escravo das coisas materiais.

Como viver num mundo cujo passado se desfaz em frangalhos e o presente é incerto e duvidoso? Somente saindo da crença ingênua e buscando incansavelmente a religião do futuro que trate bem de suas aspirações de consciência.

O sentido errante da crença jaz com o conhecimento que hoje o homem tem das leis e quadrantes que regem a matéria. E isso é bom, pois ao contrário do que se imagina, em nada desmerece a religião séria, desde que adequada a realidade, o que é difícil.

O Espiritismo está envolto em experimentação e é acompanhado um instrumento de observação chamado faculdade mediúnica que, graças a ciência, dá provas que tais vislumbres e visões não são parcas nem levianas. E desse jeito se vai buscando separar o princípio inteligente daquilo que é matéria, atendendo a demanda das angústias do homens em suas ânsias de saber e aprender sobre o mundo para o qual a alma vai e veio.

O Espiritismo procura, nesse intercâmbio entre os dois mundos, aplacar os males que o homem provocou para ele próprio em razão de vícios, orgulhos, vaidades, ambição, cobiça e excessos em geral. Parte do princípio que está no coração do homem a tendência natural de buscar a lei de Deus, que é toda sabedoria e justiça.

E nesse jogo entre o 'mal' e o bem, Deus colocou o próprio remédio, pois do tal 'mal' em seu puro exercício, sai a desventura dele mesmo, uma vez que o homem cansado das desventuras morais muda de caminho e passa a elevação da consciência, partindo da origem que retrata que o 'mal', na verdade, não passa de ignorância. E é isso que a religião deveria mostrar. Que o mal é a ausência do bem, pura e simplesmente, e que só o conhecimento espanta os fantasmas que afligem a alma humana, conforme os ensinamentos espíritas.

As religiões devem estabelecer e ajudar a estabelecer o bem, tão somente isso, pois não é combatendo o 'mal' que se acabará com ele, mas sim proporcionando o bem, que uma vez feito extingue o 'mal'.

Perpetuemos a natureza do espírito humano que é solidária, hoje e sempre, o que fundamenta a reencarnação demonstrada pelo Espiritismo.

Leia neste Blog A Reencarnação, A Desencarnação, O Mal Existe?, O Diabo Existe? e O carma.


Marlon Santos

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