O ato de cremar o corpo morto não traz nenhum prejuízo ao espírito. Somos muito apegados ao folclore de pensar que o corpo depois da morte continua a sentir e ter as mesmas características do corpo em vida. São apelos sentimentais relacionados a nossa ignorância espiritual, pois com a morte a vida e os sentidos se esvaem do corpo terreno e acompanham o corpo espiritual.
Quanto ao apego às formas físicas não há de se supor que elas serão mantidas, sendo o corpo físico cremado ou não. Ocorre que o apodrecimento do cadáver, que o levará pela decomposição a se tornar terra novamente, destituirá a forma do mesmo jeito. Quer dizer, não é o que vai consumir o corpo que produzirá desvantagens ou vantagens para o espírito, e sim a cultura e a evolução que farão isso.
Alguns pensam que o espírito poderia, em caso de ainda estar ligado ao corpo, sofrer dores relacionadas a queima, o que é claro que não acontece pelas razões acima expostas. Será que o mesmo espírito não sofreria de dores ao sentir as larvas comerem o cadáver enterrado? Assim, se pode pensar que é melhor a cremação do que o enterro, além do mais a cremação é mais racional.
Familiares muitas vezes tomam partido dizendo que estariam p
erdendo referência, uma vez que o corpo não seja depositado num local identificável e que possibilite as visitações. Nada disso traz tranquilidade ao espírito, cuja preocupação é o bem estar da família e o seu próprio, e havendo alguma preocupação de lembranças, com certeza estaria voltada para que não esquecessem dele enquanto ente, e não de seu cadáver, e ex-corpo, putrefado.
Sejamos solícitos enquanto estamos juntos, vivos neste plano, e após a desencarnação não sejamos hipócritas, querendo dar ataúdes perfumados ao corpo de quem, muitas vezes, nem percebíamos o valor grande que tinha em vida. Valorizemos a carne enquanto vivificada, depois demos fim nela, justo e digno, mas sem 'bizarrices'.
Marlon Santos
Adorei este assunto ser abordado, já que quero ser cremada quando morrer.
ResponderExcluirSou uma seguidora de Marlon!!!
Abraços
Leonice Waszak