No ano de 1997 tive uma experiência da vida no plano espiritual. Em desdobramento, que é quando o corpo espiritual se desloca do corpo carnal, entidades (espíritos) me levaram até um local de seu plano de habitação. Foi um pouco estranho, principalmente comparar as leituras que já havia feito sobre as moradias dos espíritos com a realidade que estava vislumbrando.
Tentei prestar mais atenção em coisas cotidianas, pois nesse local o tempo é contado de um modo bem diferente do nosso e, além do mais, as coisas se dão com maior rapidez. Provavelmente, esse local seja um apêndice da Colônia Espiritual de Sacramento, um lugar de semelhança muito aproximada a uma cidade de pequeno porte do Brasil, com muita atividade tecnológica avançada e uma disciplina social bem rígida.
Posso lhes afirmar que toda aquela "água com mel" que muitos livros pregam é pura tolice, ao menos nesse lugar. Pelo que vi, as entidades se separam em grupos e se organizam em pequenos lotes familiares. Prestei muita atenção na forma dos alimentos e no jeito que se alimentavam. Os alimentos são bem diferentes, em forma, dos nossos alimentos terrenos. Dá para perceber que os espíritos têm as mesmas necessidades orgânicas e digestivas que nós temos (não por acaso que somos uma cópia do corpo padrão espiritual). Observei, rapidamente, que existem árvores de todos os tipos, mas a mais aproximada aos padrões da Terra foi um pé de uma planta muito parecida com a Paineira ( que é bem característica de meu Estado Gaúcho). As outras plantas chamavam atenção muito mais por seus aspectos extravagantes, pois raramente se vê uma delas com folhas verdes, mas azul, lilás, laranja, branca e amarela tinham aos montes.
Não vi carros de rodas, mas veículos que nem avião, alguns, porém sem motores, ao menos aparentes. Animais vi um, durante todo o tempo que lá estive, parecia um cão, mas não posso precisar os detalhes porque não me ative a ele.
Eles se reúnem várias vezes durante os dias, e um membro de cada equipe trás notícias e orientações para o grupo sobre os projetos que serão ou estão sendo desenvolvidos. Tem um lugar dessa cidade que se parece muito a uma grande rodoviária ou aeroporto, e é ali que chegam entidades que ingressam em seus limites. Todas trazem um tipo de papel amarelado nas mãos e passam esses papéis em tipo de máquina que lhes conferem acesso a cidade.
A disciplina está acima de qualquer coisa e pelo que vi ninguém reclama dela e primam muito pela organização. É como se a disciplina fosse uma meta de todos.
Os momentos de lazer deles é o que mais se parece com os nossos. Vi todo o tipo de modalidade, o que faz entender que ali se juntam, espíritos de todas as regiões da Terra. Chamou a atenção o lindo lugar das preces. É bem central na cidade e o cume do edifício é transparente como se fosse de cristal e em forma de pirâmide.
Fui até um lugar onde construções eram feitas e as pessoas encarregadas se tinham as montagens sem delongas e com muita determinação. Observei muitos gráficos em telas de televisores e as tais
construções obedeciam esses padrões.
Andei num local onde a água era muito estranha, principalmente a sua cor, pois era verde até um ponto e depois verde brilhante, mais adiante um vermelho muito lindo, etc. Mudava de cor a cada três ou quatro metros, e dava para ver que não era água com poluição: o líquido é que era daquela cor.
As roupas, todas de tons claros, a maioria, dava entendimento de uniformidade para as 'pessoas', embora os detalhes evidenciavam uma grande diferença. Os trajes que não tinham tons claros, os pretos por exemplo, terminavam suas extremidades com detalhes fosforescentes.
Escrevi este texto porque fico muito apreensivo com uma série de livros que surgem todos os dias nas livrarias do Brasil e do Mundo pregando verdadeiros folclóres aos leitores e ainda se denominando livros espíritas. Embora eu tenha consciência que 'várias são as moradas na casa de Pai" como disse o Mestre, sei também que tem muita gente brincando com a fé ingênua de muito leitor desprevenido.
Marlon Santos