Existem dois tipos de relações conjugais, seja do tipo que for, do ponto de vista espiritual. O fato é que existe aquela relação que serve para resgate das partes envolvidas e aquela que serve para o desfrute das vivências que a relação oferece, quer dizer, daquilo que a experiência oferece no sentido de boas emoções e sensações. As relações puramente cármicas são delineadas por desajustes e, indelevelmente, são passageiras e os envolvidos praticamente têm consciência disso. São uniões que se dão por compromissos momentâneos, mas no geral, feitos esses compromissos, a relação perde legitimidade automaticamente, restando assim duas almas alheias e de objetivos diferentes, duas mentes e dois corpos que não se completam e não se compreendem. Os resgates estão sempre ligados a coisas que no passado entorpeceram sentidos e desmoralizaram convivências. Normalmente, a alma mais rude é a que se desliga com mais dificuldade da dita relação quando ela acaba, justamente porque o sentimento de posse dela ainda tem ligação psíquica com o sentimento de posse que detinha na outra vida. O tempo que dura uma relação desse tipo (e é assim na maioria das relações) é variável, mas é normal que a relação comece a ficar insuportável e medíocre quando o tempo de sua duração ultrapassa. É normal que com essa leitura algumas pessoas se identifiquem, assim como algumas me criticarão muito, em razão de que, por puro egoísmo, vivem apostando que podem chamar de relação um aprisionamento degradante e nojento que só serve para diminuir sentimentos e aniquilar amizades.
A relação conjugal cármica é conhecida de longe. Enquanto numa relação não cármica os desajeitos se ajustam rapidamente, nas relações cármicas esses desajustes são duradouros e suas consequências destrutivas e aniquilantes. Esse tipo de relação deve ser mantido até a condição de se conseguir suportar a outra pessoa, pois quando essa condição se esvai o melhor é findá-la para que se evite problemas cármicos maiores, evitando assim, também, que a dívida do resgate aumente ao invés de diminuir.
Esse tipo de relação quando está saturada deve ser abolida, pois não se pode fazer a míngua a vida da outra pessoa, além de que, existe um sentimento de humanidade que deve ser o mantenedor do bom senso sempre. O término do amor conjugal não pode por fim ao sentimento de razão e humanidade que um ser deve ter pelo outro, assim como não deve suplantar os limites daquilo que se pode suportar e daquilo que desemboca em baixaria, traições deturpadoras, escravização e moléstia.
Marlon Santos
...será impressão minha, ou a maioria das relações são Cármicas??
ResponderExcluirQuando vc fala "Esse tipo de relação deve ser mantida até a condição de se conseguir suportar a outra pessoa"... Oque quer dizer? Mesmo uma relação difícil, pode se transformar em algo bom e evolutivo para ambos?? Deve-se insistir em algo assim??