A homossexualidade diante da espiritualidade

Um dos maiores problemas da idade média foi o cristianismo ser usado de maneira confusa e torpe por uma igreja então corrompida de fé e razão. Fizeram as pessoas cultuar ódio e temor pelas diferenças ao invés de esclarecê-las. A homossexualidade foi atingida por isso.

Ainda hoje, os defensores do mal fadado e controverso puritanismo dão conta de que "a natureza é que define os sexos, e que todo o resto é antinatural ou aberração". Ora, estigmatizamos as pessoas pelas suas vontades. Isso é o abuso da questão.

Se tivéssemos a preocupação de defender a sociedade com intensa verdade e zelo, aí então teríamos que acachapar os malévolos, os traficantes, os bandidos e molestadores sociais e não as pessoas que pensam diferente ou têm comportamento que diferem dos demais.

A espiritualidade vê o ser humano como ser humano, não como uma máquina de reprodução, pois se é verdade que a natureza requer que um filho venha de um homem e uma mulher também é verdade que o prazer não está ligado a isso. O indivíduo não depende da sua opção sexual para evoluir ou rastejar na ignorância. E evoluir é o quesito basilar da espiritualidade.

Pensar que se um homossexual quiser ter um filho ele terá que adotar o filho ou ter o tal filho com outra pessoa do outro sexo, ponto. O que não podemos, e a espiritualidade não faz e jamais faria, é categorizar a homossexualidade como profanadora ou debilitadora social. Deve ser encarada com respeito, pois a vontade e o ânimo de uma pessoa não podem ficar sujeitos as limitações impostas por outras pessoas, ainda mais quando essa vontade e esse ânimo não produzem dissabores ou prejuízos para ninguém.

O que é de igual forma ridículo e acontece com todos os perfis sexuais são o excessos. Nunca se consegue entender por que o extremo produz ás avessas todo o tipo de apostolado insólito e medíocre. Assim, por que razão alguém que é masculino se acha no direito de pensar que todos têm que ser como ele? Por que uma mulher tem que pensar que por ela ser fêmea todas as outras, com corpo de mulher, têm a obrigação de ser femininas de fio a pavio? De igual modo, por que um gay tem que se achar no direito de pensar que os outros teriam que ter o mesmo perfil seu? São os excessos de todos os lados. Sem contar que os gays existiram em toda a história da humanidade e foram tidos como criminosos e queimados nas fogueiras no tempo das inquisições, a resistência ainda é grande por parte da sociedade, hoje, mais por culpa deles próprios que das outras pessoas.

Penso que um gay tem que assumir sua posição, até por que, pelo que vejo, isso colabora para a aceitação. Não se consegue entender certas extravagâncias desnecessárias assim como certas excentricidades peculiares, absolutamente discriminativas, como por exemplo: boates para gays, desfile de gays, etc.

Outras adaptações são indispensáveis. Será que uma mulher lésbica poderá pensar que ao ir numa festa teria que se socorrer do mictório masculino, uma vez que sua opção sexual não é feminina? Um homossexual com corpo masculino teria que adentrar ao sanitário feminino caso venha precisar? É claro que não, infelizmente, pois eles devem entender os limites físicos também, até para preservarem-se de confusões e assédios estúpidos.

Se verdadeiramente nos preocuparmos com o respeito à dignidade das pessoas, assim como a espiritualidade superior se preocupa, o mundo mudará rápido, rápido. Cada coisa no seu lugar, e o lugar de cada coisa deve ser preservado.

Temos que combater a vilânia e o preconceito existentes nos portadores de todas as tendências sexuais e que atrapalham profundamente a evolução humana, e jamais combater o apego sexual de uma pessoa como se isso fosse crime ou deturpação.

Temos o dever de propagar a todos como irmãos e ser tolerantes com as diferenças, pois as diferenças montam o universo.