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terça-feira, 24 de abril de 2012

Mediunidade em Animais

             Os animais podem ser médiuns? Freqüentemente se tem proposto esta questão, e certos fatos pareciam respondê-la afirmativamente. O que, sobretudo, tem dado motivo a aceitá-lo, são os notáveis indícios de inteligência de alguns pássaros educados pelo homem, que parecem adivinhar o pensamento e chegam a tirar de um maço de cartas as que correspondem exatamente ao pedido feito. Observamos essas experiências com especial cuidado, e o que mais admiramos foi à arte que se teve de desenvolver para a instrução desses pássaros.
            Não se pode negar que eles possuem uma certa dose de inteligência relativa, mas devemos convir que, na circunstância aludida, sua perspicácia ultrapassaria de muito a do homem, porque ninguém se pode vangloriar de fazer o que eles fazem. Seria mesmo necessário,para certos casos, supor que eles possuem um dom de segunda vista superior ao dos sonâmbulos mais clarividentes. Sabemos, com efeito, que a lucidez é essencialmente variável e está sujeita a freqüentes intermitências, enquanto entre esses pássaros seria permanente e funcionaria, no caso, com uma regularidade e uma precisão que não se encontram em nenhum sonâmbulo.
Numa palavra: ela jamais lhes faltaria.
            A maioria das experiências que presenciamos assemelham-se às práticas dos prestidigitadores. Não podia deixar dúvidas quanto aos meios empregados particularmente o das cartas preparadas. A arte da prestidigitação consiste em dissimular os truques empregados sem o que o efeito não seria atingido. Mas embora assim reduzido o caso não é menos interessante, pois resta sempre a admirar o talento do instrutor e também a inteligência do aluno, porque a dificuldade a vencer é bem maior do que se o pássaro só tivesse de agir através das suas próprias faculdades. Conseguir que ele faça coisas que excedem os limites do possível para a inteligência humana é provar, por esse mesmo fato, o emprego de um processo secreto. Aliás, é inegável que os pássaros só atingem esse grau de habilidade após algum tempo de cuidados especiais e perseverantes,o que não seria necessário se sua inteligência bastasse para levá-los aos resultados. Não é mais extraordinário ensinar-lhes a tirar cartas do que habituá-los a cantar ou repetir palavras.
            Aconteceu o mesmo quando a prestidigitação quis imitar a segunda vista: levava-se o sujeito ao extremo, para que a ilusão fosse mais durável. Desde a primeira sessão que assistimos, nada mais vimos do que umas imitações muito imperfeitas do sonambulismo, revelando ignorância das condições mais característica dessa faculdade.
            De qualquer maneira, as experiências acima deixam intacta a questão principal, pois assim como a imitação do sonambulismo não nega a existência da faculdade, a imitação da mediunidade nos pássaros nada prova contra a sua possível existência nesses ou em outros animais. Trata-se pois de saber se os animais são aptos, como os homens, a servir de intermediários aos Espíritos para as suas comunicações inteligentes. Parece mesmo muito lógico supor que um ser vivo, dotado de certo grau de inteligência, seja mais apropriados a esses efeitos do que um corpo inerte, sem vitalidade, como uma mesa, por exemplo. Apesar disso, é o que não se dá.
             A questão da mediunidade dos animais foi plenamente resolvida na dissertação seguinte, feita por um Espírito cuja profundidade e sagacidade podem ser apreciadas nas citações que já fizemos. Para bem se aprender o valor de sua demonstração é essencial que nos reportemos à sua explicação anterior sobre o papel do médium nas comunicações reproduzidas.
            Esta comunicação foi dada em seguida a uma discussão a respeito, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas:
            Abordo hoje a questão da mediunidade dos animais, levantada e sustentada por um dos vossos companheiros mais fervorosos. Pretende ele, em virtude deste axioma: quem pode mais, pode o menos, que nós podemos mediunizar os pássaros e outros animais, servindo-nos deles nas comunicações com a espécie humana. É o que chamais em Filosofia, e mais particularmente em lógica, única e simplesmente um sofisma. “Animais, diz ele, a matéria inerte, ou seja, uma mesa, uma cadeira,um piano, com mais razão deveis animar a matéria já animada, principalmente a dos pássaros”. Pois bem, dentro das leis normais do Espiritismo, isso não é assim e não pode ser assim.
            Primeiro, ponderemos bem as coisas. O que é um médium? É o ser, indivíduo que serve de intermediário aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens, espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium não há comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, de qualquer espécie que seja.
            Há um princípio que, disso estou seguro, é admitido por todos os espíritas: o de que os semelhantes agem através dos semelhantes e como os seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos encarnados ou não? Seria preciso repetir isto sem cessar? Pois bem, eu o repetirei ainda: o vosso perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio, são de natureza idêntica, são semelhantes, numa palavra. Possuem ambos uma capacidade de assimilação mais ou menos desenvolvidos, de imantações mais ou menos vigorosas, que permite a nós Espíritos e encarnados, pôr-nos muito pronta e facilmente em relação. Enfim, o que pertence especificamente aos médiuns à essência mesma de sua individualidade, é uma afinidade especial, e ao mesmo tempo uma força de expansão particular, que anulam neles toda possibilidade de rejeição, estabelecendo entre eles e nós uma espécie de corrente ou de fusão, que facilita as nossas comunicações. É, de resto, essa possibilidade de rejeição, própria da matéria, que se opõe ao desenvolvimento da mediunidade na maioria dos que não são médiuns.
            Os homens estão sempre propensos a exagerar tudo. Uns, e não me refiro aqui aos materialistas, recusam uma alma aos animais, enquanto outros querem dar-lhes uma, por assim dizer, semelhante à nossa. Porque pretender assim confundir o perfectível com o imperfectível? Não, não, convencei-vos disso, — o fogo que anima os animais, o sopro que o faz agir, movimentar-se e falar na sua linguagem própria, não tem, quanto ao presente, nenhuma aptidão para se mesclar, se unir ou se confundir com o sopro divino, a alma etérea, o Espírito, numa palavra, que anima o ser essencialmente perfectível: o homem, esse Rei da criação. Ora, não é isso que faz a superioridade da espécie humana sobre as outras espécies terrenas, essa condição essencial de perfectibilidade? Pois bem: reconhecei então que não se pode assimilar ao homem, único perfectível em si mesmo e nas suas obras, qualquer indivíduo de outras espécies viventes da Terra.
            O cão,cuja inteligência é superior os animais e o tornou amigo e comensal do homem, será perfectível por si mesmo e por sua própria iniciativa? Ninguém ousaria sustentar isso, porque o cão não faz progredir o cão. E o mais amestrado entre eles é sempre ensinado pelo seu dono. Desde que o mundo é mundo que a lontra constrói a sua choça sobre as águas, sempre com as mesmas proporções e seguindo um sistema invariável. Os rouxinóis e as andorinhas jamais construíram seus ninhos de maneira diferente dos seus ancestrais. Um ninho de pardais de antes do dilúvio, como um ninho de pardais de hoje é sempre o mesmo, feito nas mesmas condições e pelo mesmo sistema de entrelaçamento de capins e pauzinhos recolhidos na primavera, na época dos amores. Às abelhas e as formigas, em suas pequenas repúblicas organizadas, jamais variaram os seus hábitos de coleta de provisões, a sua maneira de agir, os seus costumes e as suas produções. Por fim, a aranha tece sempre a sua teia da mesma maneira.
            De outro lado, se procurardes as cabanas de ramagens e as tendas das primeiras idades da Terra, encontrareis em seu lugar os castelos e os palácios da civilização moderna. Às vestes de peles selvagens sucederam os tecidos de ouro e seda. Enfim, a cada passo encontrareis a prova da marcha incessante da Humanidade em seu progresso.
            Desse progresso constante, invencível, irrecusável da espécie humana, e do estacionamento indefinido das outras espécies animadas, concluireis comigo que se existem princípios comuns a tudo o que vive  e se move na Terra: o sopro e a matéria, não é menos verdade que somente vós, Espíritos encarnados, estais submetidos a essa inevitável lei do progresso que vos impele fatalmente para frente e sempre para frente. Deus pôs os animais ao vosso lado como auxiliares para vos alimentares, para vos vestirem e vos ajudarem. Deu-lhes um pequeno grau de inteligência porque, para vos auxiliar, precisam compreender, e condicionou essa inteligência aos serviços que devem prestar. Mas, na sua sabedoria não quis que fossem submetidos à mesma lei do progresso. Tais como foram criados, assim ficaram e ficarão até a extinção de suas espécies.
            Costuma-se dizer: os Espíritos mediunizam e fazem mover-se a matéria inerte, as cadeiras, as mesas, os pianos. Fazem mover, sim, mas mediunizam, não! Porque, ainda uma vez: sem médium, nenhum desses fenômenos se produz. Que há de extraordinário em fazermos que se mova, com a ajuda de um ou de muitos médiuns, a matéria inerte, passiva, que justamente em razão de sua passividade, de sua inércia, está em condições de receber os movimentos e os impulsos que lhe desejamos dar? Para isso necessitamos de médiuns, é claro, mas não é necessário que o médium esteja presente ou consciente, porque podemos agir com os elementos que ele nos fornece, sem que ele o saiba e longe dele, sobretudo nos fenômenos de tangibilidade e de transportes. Nosso envoltório fluídico, mais imponderável e mais sutil que o mais sutil e imponderável de vossos gases, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico mais animalizado do médium, e cuja propriedade de expansão e de penetrabilidade escapa aos vossos sentidos grosseiros e é quase inexplicável para vós, permite-nos movimentar os móveis e até mesmo quebrá-los em aposentos vazios.
 Certamente os espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais, e muitas vezes o pavor súbito que os toma., e que vos parece sem motivo, é causado pela visão de um ou de muitos desses Espíritos, mal intencionados em relação aos indivíduos presentes ou aos seus donos. Muito freqüentemente se vêem cavalos que se recusam a avançar ou recuar, ou que se empinam diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! Podeis estar certos de que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem em detê-los. Lembrai-vos da mula de Balaão, que, vendo um anjo pela frente e temendo sua espada flamejando, não queria avançar. É que antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quis torna-se visível apenas para o animal. Mas, quero repeti-lo: não mediunizamos diretamente nem os animais nem a matéria inerte. Precisamos sempre do concurso consciente ou inconsciente de um médium humano, porque necessitamos da união dos fluidos similares, que não encontramos nos animais nem na matéria bruta.
            O Sr. T., dizem, magnetizou o seu cão. A que resultado chegou? Matou-o. Porque esse infeliz animal morreu depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor, conseqüência de sua magnetização. Com efeito, infiltrando-lhe um fluido haurido numa essência superior à essência especial da sua natureza, ele o esmagou, agindo sobre ele, embora mais lentamente, à semelhança do raio. Assim, não havendo nenhuma possibilidade de assimilação entre o nosso perispírito e o envoltório fluídico dos animais propriamente ditos, nós os esmagaríamos imediatamente ao mediunizá-los.

            Isso estabelecido, reconhece perfeitamente a existência de aptidões diversas entre os animais; que certos sentimentos, certas paixões idênticas a paixões e sentimentos humanos se desenvolvem neles; que são sensíveis e reconhecidos, vingativos e rancorosos, segundo o tratamento bom ou mau que lhes dispensarmos. É que Deus, nada fazendo incompleto, deu aos animais, companheiros e servidores do homem, as qualidades de sociabilidade que faltam inteiramente nos animais selvagens que habitam as solidões. Mas daí a poderem servir de intermediários para a transmissão do pensamento dos Espíritos vai um abismo: a diferença das naturezas.
            Sabeis que tiramos do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao nosso pensamento a forma sensível e apreensível para vós. E com o auxílio dos seus próprios materiais que o médium traduz o nosso pensamento em linguagem vulgar. Pois bem: que elementos encontraríamos no cérebro de um animal? Haveria ali palavras, letras, alguns sinais semelhantes aos que encontramos no homem, mesmo o mais ignorante? Não obstante, direis, os animais compreendem o pensamento do homem, chegam mesmo a adivinhá-lo. Sim, os animais amestrados compreendem certos pensamentos, mas acaso  já os vistes reproduzi-los? Não. Concluí, pois, que os animais não podem servir-nos de intérpretes.
            Para resumir: os fenômenos mediúnicos não podem produzir-se sem o concurso consciente ou inconsciente dos médiuns, e é somente entre os encarnados, Espírito como nós, que encontramos o que podem servir-nos de médiuns: Quanto a ensinar cães, pássaros e outros animais, para fazerem estes ou aqueles serviços, é problema vosso e não nosso – ERASTO

            Nota de Kardec: Na Revista Espírita de setembro de 1861 encontra-se a explicação minuciosa de um processo empregado pelos amestradores de pássaros sábios, para fazê-los tirar de um maço as cartas que se quiserem. (N. de Kardec)
  Marlon Santos
Estudos da doutrina Espírita
no Livro dos Médiuns

domingo, 22 de abril de 2012

Círculos Ingleses (Cosmo, Cultura, 2012)

Trago para sua leitura um texto que, conforme outro já publicado aqui no Blog, que trata dos 'Círculos Ingleses', visa lhe ampliar um pouco mais o conhecimento sobre o tema e lhe manter atualizado sobre as últimas notícias e acontecimentos, místicos ou não, sobre essas fascinantes obras 'misteriosas'. Aqui têm links e formas de você ter acesso a outros sites que escrevem sobre o conteúdo. No texto anterior que escrevi -Os Círculos Ingleses-, poderá ver mais fotos, inclusive. Parte desse texto é creditado a CNA.

Todo verão, o sudoeste da Inglaterra é inundado por um fenômeno mágico e maravilhoso conhecido como os “círculos ingleses” ou “círculos de plantações”. Documentados desde o século XVII, desde então esses círculos desafiam os pesquisadores. Considerados pela maioria como embustes, o fato é que, enquanto alguns podem muito bem ter sido feitos com cordas e pranchas, outros são tão grandes, tão perfeitos e misteriosos em sua geometria e surgem tão rapidamente que deixam os observadores menos preconceituosos admirados e surpresos.

Independentemente da natureza de seus criadores, esses círculos são um elemento cultural do verão inglês. Eles mudam de ano para ano, mas neste verão em particular surgiu uma coleção de círculos astronômicos indicativa da atual temporada de eclipses [1].

Figura 1. Formação (esquerda) em Winterbourne Bassett, Inglaterra, em 18 de junho, provavelmente representando um eclipse, solar ou lunar. Formação (direita) em East Kennett, Inglaterra, em 7 de julho, parece reproduzir a hora certa do eclipse lunar que ocorrerá em 16 de agosto de 2008.

O primeiro destes círculos surgiu em Winterbourne Bassett, Inglaterra, em 18 de junho. Era tosco, o que sugeria não ter sido feito por “artistas de círculos”, e parecia mostrar a imagem de um eclipse. Se considerarmos que o círculo maior pode ser o Sol com o círculo luminoso ao seu redor, isso pode ser o eclipse solar total do dia 1º. de agosto de 2008. Se o círculo maior for a sombra da Terra e o menor, a Lua passando pela sombra, então poderia ser o eclipse lunar que ocorrerá em 16 de agosto de 2008. Com uma diferença de poucas semanas do surgimento desses círculos de plantações, o tema eclipse começou a crescer, sendo que o melhor exemplo foi uma formação em East Kennet, Inglaterra, em 7de julho, que mostra “40 dias ou dois meses maias” até o eclipse quase total da Lua em 16 de agosto de 2008.

Possivelmente para reforçar a mensagem maia desse círculo, em 15 de julho, em Avebury Manor, Wiltshire, os “artistas de círculos” fizeram então o que é praticamente a assinatura padrão dos Maias – um círculo que seria um planetário na plantação de trigo, mostrando a orientação do sistema solar para a data de 21 de dezembro de 2012.

 Um círculo simbolizando o planetário de 21 de dezembro de 2012 parece uma referência às crescentes preocupações com relação a esse ano de 2012. Na raiz dessas preocupações está o fim de grande ciclo, de acordo com o calendário maia. Esse calendário inclui o grande ciclo de precessão em que o polo norte celestial faz lentamente uma rotação completa através da elipse – o que leva 26 mil anos. Em 2012, a estrela polar Polaris estará em sua maior proximidade com o ponto exato do polo norte celestial. As estrelas polares são raras – a última delas, Thuban na constelação de Draco, foi aproximadamente em 2790 a.C. Aparentemente, este alinhamento do polo com a estrela Polaris marcaria, para os Maias, início e fim de seu grande ciclo.

Muitas pessoas acreditam que isso pode ser apocalíptico, mas deve-se lembrar que, como ocorre com todos os ciclos, eles não têm margens precisas – tendem a se formar lentamente a cada nova etapa. Dessa maneira, o chamado término pode levar milhares de anos para se manifestar.

Aqui, o artista de círculos apreende o interesse cultural da data – um fenômeno universal e cultural nos campos perto de Avebury, no Reino Unido, e provavelmente uma sugestão de que o círculo de eclipse é realmente baseado no sistema do calendário maia.

Figura 2. Formação em Avebury, Reino Unido, em 15 de julho, mostra o sistema solar em 21 de dezembro de 2012.

E quais são os eclipses deste período que alguém parece querer reproduzir nas plantações?

Os eclipses de agosto de 2008

O período de julho e agosto de 2008 produziu um eclipse solar a 100 de Leão em 1º. de agosto. Ele é da série Saros 10 Sul, que começou em 10 de março de 1179 e não terminará antes de 13 de abril de 2423. Esta série, baseada no mapa “natal”, aparece em “Predictive Astrology, the Eagle and the Lark” assim:

Esta série Saros está relacionada com o rompimento de uma situação muito negativa, em que não há esperança à vista, para um espaço mais positivo com muitas opções à disposição. Uma preocupação que pode estar afetando uma pessoa subitamente desaparece.

Este tema já começa a aparecer com o ex-líder sérvio, Radovan Karadzic, que viveu escondido durante os últimos 13 anos, sendo descoberto e levado a julgamento. Em um nível mais pessoal, muitos clientes relataram que velhos problemas, grandes e pequenos, estão reaparecendo, mas com clareza e soluções. No entanto, este não é o tema dos campos de trigo do Oeste da Inglaterra.

O eclipse lunar de 16 de agosto de 2008

O eclipse lunar de 16 de agosto será a 240 de Aquário e pertence à série Saros lunar classificada com o número Van Den Berg 138. Esta série começou em 5 de outubro de 1503.

O primeiro eclipse, em 1503, ocorreu com a Lua localizada na constelação babilônia das “Andorinhas”, que agora conhecemos como os peixes da constelação do mesmo nome.

Figura 3. A série de eclipses lunares começa (5 de outubro de 1503) com um nas estrelas de Peixes, conhecidas como “The Swallows”, ou “As Andorinhas” (esquerda). Em 10 de julho, em Alton Priors, Wiltshire, surgiu uma formação com seis pássaros – andorinhas – que se expandiu em 22 de julho para um grupo de doze andorinhas.

Em 10 de julho de 2008, um belo círculo apareceu nas montanhas ao redor de Alton Priors, no Reino Unido, e foi chamada pelos colecionadores de imagens de “As Andorinhas”. Há nele seis andorinhas. Em 22 de julho, no entanto, o círculo tinha crescido e já continha doze andorinhas. Essa formação tinha mais de 100 metros de largura por 150 de comprimento e levou ônibus cheios de turistas estrangeiros atrás de sua beleza. Eu visitei o local e tive a felicidade de ver andorinhas mergulhando para um voo baixo sobre os “rios” de trigo achatado.

Vários sites sugeriram que essa enorme formação tem ligação com os eclipses de agosto. Esta conexão tríplice, no entanto, entre eclipse, sua origem com “as andorinhas” no céu em 5 de agosto de 1503 e a formação do círculo da plantação é provavelmente mais sincronia do que planejamento. Levou-me, no entanto, a uma jornada de pesquisas sobre a série lunar Saros. Para mim, quem está “falando” é o espírito da época.

A série lunar Saros no. 138

A série, como a dos eclipses solares, produzirá um novo eclipse lunar a cada 18 anos, 9 ou 12 dias (dependendo do número de anos bissextos que ocorrerem nesse tempo). Cada eclipse ocorrerá em 11 ou 12 graus ao longo dos graus zodiacais. No início da série, os eclipses lunares (a posição da Lua cheia) ocorrem em frente ao Nodo em trânsito (a maior longitude zodiacal), mas, a cada ocorrência, a órbita diminui em cerca de meio grau. Assim, os eclipses lunares lentamente se tornam totais e depois se movem até parciais até completar, ao final, fazendo com que a série se estenda por um período de 1481 anos.

Datas das séries lunares Saros *(Van Den Berg no.138).

1503- 5 out
1521-15 out
1539-27 out
1557-6 nov
1575-18 nov
1593-8 dez
1611-19 dez
1629-30 dez
1648-10 jan
1666-20 jan
1684-1 fev
1702-12 fev
1720-23 fev
1738-6 mar
1756-16 mar
1774-27 mar
1792-7 abril
1810-19 abril
1828-29 abril
1846-11 maio
1864-21 maio
1882-1 jun
1900-13 jun
1918-24 jun
1936-4 jul
1954-16 jul
1972-26 jul
1990-6 ago
2008-16 ago
2026-28 ago
2044-7 set
2062-18 set
2080-29 set
2098-10 out
2116-21 out
2134-2 nov
2152-12 nov
2170-23 nov
2188-4 dez
2206-16 dez
2224-26 dez
2243-7 jan
2261-17 jan
2279-28 jan
2297-8 fev
2315-20 fev
2333-2 mar
2351-13 mar
2369-24 mar
2387-4 abril
2405-14 abril
2423-26 abril
2441-6 maio
2459-17 maio
2477-28 maio
2495-8 jun
2513-19 jun
2531-30 jun
2549-11 jul
2567-22 jul
2585-1 ago
2603-13 agos
2621-24 agos
2639-4 set
2657-14 set
2675-26 set
2693-6 out
2711-18 out
2729-28 out
2747-9 nov
2765-19 nov
2783-30 nov
2801-11 dez
2819-22 dez
2838-1 jan
2856-13 jan
2874-23 jan
2892-3 fev
2910-15 fev
2928-26 fev
FINAL

Venenos, papas e poder – o primeiro eclipse

Outubro de 1503 foi uma época de intrigas no Vaticano. O papa Alexandre VI morreu, provavelmente envenenado, e o recém-escolhido papa Pio III morreu dez dias depois de sua sagração. Nessa época de revoltas, o cardeal Della Rovere, sedento de poder, conseguiu através de hábil diplomacia enganar o fragilizado colégio de cardeais e conquistou seu apoio.

Figura 4 – mapa original de 5 de outubro de 1503, segundo a Série lunar no.138.

Della Rovere foi eleito para a dignidade papal com o voto quase unânime dos cardeais. Ele se tornou o papa Júlio II e seu papado foi marcado por uma política externa agressiva, ambiciosos projetos arquitetônicos e apoio às artes e à literatura. Em 1506, ele colocou a pedra inaugural da nova Basílica de São Pedro em Roma e Michelangelo pintou, a seu pedido, o teto da Capela Sistina.

O primeiro eclipse lunar da série revela uma grande cruz cardinal com um quadrado partir ou exato entre Netuno e o eclipse e uma combinação Marte-Júpiter-Saturno.

Assuntos ligados a venenos, arte, poder militar-religioso e intrigas no Vaticano ou entre as paredes do poder todos parecem se encaixar confortavelmente no mapa. Por ser o mapa do “nascimento” de uma série de eclipses, no entanto, creio que passa a permear toda a série.

Podemos seguir o tema através da história ao observar eventos em épocas de outras ocorrências de eclipses da série. Aqui estão alguns exemplos interessantes:

Junho de 1900 – A Revolução Boxer na China – a China em conflito com os ocidentais

13 de junho de 1900 – Esta foi a época da Revolução Boxer na China, quando tropas da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Império Austro-Húngaro, Espanha, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Rússia e Japão ficaram cercadas em uma área perto da Cidade Proibida, em Pequim, e os governos provincianos chineses declararam guerra a todos os ocidentais e cristãos da cidade.

Figura 4 – Um revolucionário da Revolução Boxer (1900) com a bandeira do exército imperial em guerra com TODOS os estrangeiros; e um chinês membro da organização da Olimpíada com a bandeira dos jogos.

Esta mesma série ligada à Revolução Boxer, quando os chineses declararam Guerra a todas as nações ocidentais, está agora de volta. Com os chineses comandando os Jogos Olímpicos, equipes de atletas de todos os países do mundo “invadem” a China que, mesmo sendo a anfitriã, está abertamente em “conflito” com eles para ganhar medalhas.

A divisão do Vietnã e sua reunificação, em 1972

A série também ocorreu no meio de julho de 1954 e foi nesse momento que a Conferência de Genebra dividiu o Vietnã em dois países, um ao Norte e um ao Sul. Essa divisão se manteve até a ocorrência seguinte na série, em 26 de julho de 1972, quando os últimos soldados dos Estados Unidos deixaram o Vietnã no dia 25 de julho de 1972.

A Guerra do Golfo – a última ocorrência da série de eclipses

A última ocorrência desta série foi em 6 de agosto de 1990, data em que o Iraque invadiu o Kuwait, o que levou à primeira guerra no Golfo e deu início a um conflito ainda não encerrado no Iraque. Um momento de confronto militar agravado pela cobiça pelo petróleo que arrastou muitos países para o conflito.

Ao mesmo tempo – e um tanto ignorado pela imprensa mundial, ocupada com a guerra no Golfo -, houve o anúncio feito pelos alemães de que as Alemanhas Oriental e Ocidental seriam reunificadas para voltar a ser um país.

O próximo eclipse lunar

Há muitas outras ocorrências em eclipses que não incluem morte de papas, divisão ou reunificação de nações ou grande ênfase em arte e literatura. Se considerarmos, no entanto, os círculos das plantações (não importa sua origem) como uma expressão de um assunto ou idéia do coletivo, do espírito da época atual, isso sugere um foco nessa expressão em particular. Há ainda outro aspecto interessante neste eclipse. Se olharmos os mapas do céu durante o eclipse original de 1503 e compararmos com o céu no momento do próximo eclipse – 16 de agosto de 2008 -, perceberemos algumas semelhanças interessantes. Ambos eclipses têm Netuno e Urano no mesmo ponto entre estrelas. (ver figura 5).

Figura 5 – Acima – o mapa do céu no primeiro eclipse lunar desta série, com Netuno se aproximando das estrelas de Capricórnio e Urano entre as estrelas de Aquário. Abaixo – o mapa do céu no próximo eclipse lunar de 16 de agosto de 2008, mostrando posições semelhantes de Netuno e Urano.

Intriga em meio ao poder

Os Jogos Olímpicos da China vão – acredito eu – acolher a natureza conflituosa deste eclipse, em particular a ligação com a Revolução Boxer. É possível, no entanto, que neste verão (no Hemisfério Norte) possamos ver o retorno de algum tipo de intriga papal, algum mistério no Vaticano ou alguma intriga entre outros círculos de poder.

Neste momento, o papel de primeiro-ministro britânico repousa desajeitadamente sobre os ombros de Gordon Brown. Além disso, podemos apenas imaginar temas ligados ao poder na dinâmica do sistema político americano, com um presidente de saída e dois pretendentes ao cargo. Ou será que o retorno de um eclipse das “Andorinhas” poderá trazer uma nova divisão ou reunificação de nações? Afinal, as “Andorinhas” em todas as suas versões são tradicionalmente dois animais – sejam pássaros ou peixes – se movimentando em direções contrárias, mas mantidos juntos pela estrela Al Rescha.

Os círculos de plantações talvez nem saibam, mas podem ser símbolos válidos de coisas que vão ocorrer – vamos esperar para ver o que trará o eclipse lunar das Andorinhas.

1. Círculos de plantações também foram documentados na Coréia – com ênfase astronômica e lunar.

2. As imagens dos círculos ingleses vieram do site www.cropcircleconnector.com, acessado em 30 de julho de 2008.

3. www.cropcircleconnector.com/2008/eastkennett/eastkennett2008a.html acessado em 30 de julho de 2008

4. Brady, Bernadette (1992, 98). Predictive Astrology, the Eagle and the Lark. Samuel Weiser; Maine, USA. pg 323. Toda a série solar Saros foi astrologicamente representada neste texto.

5. Informações sobre a série de eclipses lunares no site http://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEsaros/LEsaros138.html accessed 30 July 2008.

Marlon Santos

Por CNA

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os Mantras

Recitação e mantras originaram-se no hinduísmo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. Muito do chamado Mantra Yoga, é realizado através de "Japa" (recitação de fórmulas, usando-se ou não o 'rosário hindu' = 'japa mala'). Diz-se que os mantras, através de seus significados, sons e harmonia melódica, auxiliam o sadhaka (o praticante) na obtenção de concentração durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor à deidade, uma outra faceta do Bhakti Yoga, necessária para a compreensão de Murti.

Frequentemente, também, os mantras são utilizados para se obter coragem em momentos difíceis e auxílio, ou para 'invocar' a força espiritual interior. Segundo a tradição, as ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foram um mantra ao Senhor Rama: "Hey Ram!" - uma invocação a Deus, e acredita-se que assim ele pôde transpor com tranquilidade e definitivamente os "véus de Maya" (mundo físico ilusório) para encontrar seu "Bem Amado Cósmico"; Deus.

Provavelmente o mais representativo de todos os mantras hindus é o famoso "Gayatri Mantra":

"Aum! bhurbhuvasvah yam bhargo devasya dhimahi dhiyo yo naha pracodayat"
que significa, literalmente:

"Om! Terra, Universo, Galáxias (invocação aos três mundos). "
Que nós alcancemos a excelente glória de Savitr (Deus).
Que ele estimule os nossos pensamentos/meditações.


O mantra Gayatri é considerado o mais universal de todos os mantras hindus, e invoca o universal Brahman como um princípio de conhecimento e iluminação do Sol primordial, mas somente em seu aspecto feminino. Muitos hindus, até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5.000 anos, o recitam enquanto realizam ablações matinais às margens de um rio sagrado (especialmente o Ganges). Conhecido como um mantra sagrado, é reverenciado como a forma mais condensada do Conhecimento Divino (Veda). É governado pelo principio, Ma (Mãe) Gayatri, também conhecido como Veda Mata (ou 'Mãe dos Vedas') e está intimamente associado à deusa do aprendizado e da iluminação, Saraswati.
O maior objetivo da religião Védica é alcançar "Moksha", a Liberação, através da constante dedicação a "Satya" ('Verdade') e uma eventual realização de "Atman" ('Alma Universal'). Não importa se atingido através de meditação ou puro Amor, este objetivo universal seria alcançado por todos. Deve ser observado que o hinduísmo é uma fé prática, que deve ser incorporada em cada aspecto da vida. Acredita igualmente no temporal e no infinito, e somente encoraja perspectivas destes principios. Os grandes "rishis" (homens santos) são também denominados como "samsaric" (aquele que vive no Samsara, o plano temporal ou terrestre). Os que conquistam um honesto e amável meio de "vidadharmic" é um "jivanmukta" ('alma vivente liberta').

As verdades fundamentais do Hinduísmo são melhores compreendidas nos "Upanishadic Dictum", "Tat Twam Asi" ('Thou Art That'), na última aspiração; como segue:

"Aum Asato ma sad gamaya, tamaso ma jyotir gamaya, mrityor ma aamritaam gamaya" = "Om, conduza-me da ignorância para a verdade, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade."

Escrituras Sagradas do Hinduísmo
Muito da morfologia e filosofia lingüística inerente ao aprendizado do sânscrito está associada ao estudo dos Vedas e outros relevantes textos hindus, que apresentam diversos níveis de leitura: físico, material, sutil e supranatural. Engloba também vários níveis de interpretação e compreensão. As escrituras hindus são divididas em duas categorias:

1 - "Shruti" - aquela que se escuta - oral - "Revelação".
2 - "Smriti" - aquela que se recorda - escrita - "Tradição" ou "Não Revelação".


Vedas
Constituem os textos mais antigos do hinduísmo e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Mesmo tendo origem mais recente (o mais antigo, o Rig Veda, data de 1.300 - 1.000 aC), eles figuram, juntamente com o Livro dos Mortos, o Enuma Elish, o I Ching e o Avesta, entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Apesar de a maioria dos hindus provavelmente nunca ter lido os Vedas, a reverência por essa noção abstrata de conhecimento (Veda significa conhecimento) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem Veda Dharma.

Existem quatro Vedas:

Rig Veda ('Sabedoria dos Versos'),

Sama Veda ('Sabedoria dos Cânticos'),

Yajur Veda('Sabedoria dos Sacrifícios') e

Atharva Veda ('Sabedoria dos Sacerdotes Atharvan').

Palavras de Hridayananda Dasa Goswami "Acharyadeva", líder da "Sociedade Internacional para Consciência de Krishna" (ISKCON):

"Os eruditos mundanos nunca conseguiram achar um começo, ou princípio, para os Vedas. Porque o conhecimento védico existe sempre, inclusive em outros planetas. Não é algo que pertença a uma seita, algum país, alguma região ou a algum estágio histórico. Nos mesmos Vedas está dito que o Senhor Supremo os produziu de Sua própria Respiração. Os Vedas são então Conhecimento eterno e perfeito. (...) Os Vedas existem por milhões de anos e foram divididos porque as pessoas, agora, são de menor inteligência. Por isso, é necessário explicar tudo com mais detalhes. No Veda original havia instruções como 'faça sacrifício para Deus, medite em Deus, conheça a Verdade Absoluta', mas hoje em dia, essa instrução é insuficiente. Por isso o Veda foi dividido, junto com outras literaturas complementares, quando foram adicionados também muitos detalhes e explicações."

Talvez um dia este espaço volte ao assunto Vedas. Renderia sem dúvida uma série de postagens bem interessantes.


Upanishads
Os Upanishads são denominados Vedanta porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. A palavra "Vedanta" significa "Fim dos Vedas". Entretanto, é importante observar que Upanishads são textos e Vedanta é filosofia. A palavra Upanishads significa "sentar próximo ou perto" pois as explicações eram passadas aos estudantes enquanto estes assentavam-se próximos aos mestres ou gurus.

Os Upanishads, mais precisamente, organizaram a doutrina védica de auto-realização, Yoga e meditação, karma e reencarnação - assuntos que não eram abordados diretamente no simbolismo da antiga religião de Mistérios. Os mais antigos Upanishads são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de um "Brahmana" (mestre) ou "Aranyaka" ('filósofos da floresta'), enquanto os mais recentes não. Formando o coração do Vedanta, eles contêm a excessiva aerodinâmica de adoração aos deuses védicos e capturam a essência do "Rig Vedic Dictum" ('A Verdade é Uma'). Eles colocam a filosofia hindu como separada mas acolhendo uma única e transcendente Força, imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando o micro e macrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Vedas, o Hinduísmo Clássico, Yoga, Vedanta, Tantra e correntes do Bhakti foram modelados com base nos Upanishads.


Puranas - Smriti
Os Puranas são considerados "Smriti" - "ensinamentos não escritos", passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dos Srutis ou ensinamentos escritos tradicionais. Existem um total de 18 maiores Puranas, todos escritos em forma de versos. É dito que estes textos foram escritos antes do Ramayana e do Mahabharata.

Acredita-se que o mais antigo Purana provém de 300 aC e os mais recentes de 1.300 - 1.400 dC. Apesar de terem sido compostos em diferente períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Isso pode ser notado no fato de que todos eles comentam que o número de Puranas e 18. Os Puranas variam muito: o Skanda Purana é o mais longo com 81.000 versos(!), enquanto o Brahma Purana e o Vamana Purana são os mais curtos com 10.000 versos cada. O número total de versos em todos os 18 Puranas é 400.000! Saiba um pouco mais clicando.


As Leis de Manu
Manu é o legendário primeiro homem, o Adão dos hindus, uma espécie de semideus. As leis de Manu são uma coleção de textos atribuídos a ele. Manu se encarrega de nos trazer as Leis que são instruções de como um ser-humano deve agir (hu + manu = aquele que segue as Leis). Ele é considerado o pai da humanidade. A humanidade anterior degenerou-se, então Brahma ordenou que fossem aniquilados todos os que estavam sobre o mundo, porque somente se interessavam pelas coisas mundanas, como intoxicação, sexo ilícito, e toda maldade. Quando Manu foi banhar-se no rio, ele recebeu as instruções de um peixe, que nada mais era do que o Senhor Supremo disfarçado ('Matsya-avatara'), dizendo para que Manu construísse um imenso barco e levasse para dentro dele um casal de cada animal, os sete sábios, e que tomasse conta dos Vedas, uma vez que iria fazer cair um dilúvio por sobre todos, e sobrariam apenas Manu e aqueles que ficassem na arca. Choveu durante 40 dias e 40 noites, e o mundo foi inteiramente coberto pelas águas da devastação.

Conhece a história de algum lugar? Os historiadores também! Aí está um fato realmente intrigante, a história bíblica do Dilúvio presente em outras mitologias antigas - também os escritos babilônicos aludem a esse acontecimento, e isso leva uma parte considerável dos especialistas a crer que realmente tenha havido um dilúvio na antiguidade.

Por fim, Manu soltou a todos os animais numa região chamada Tharim, que fica no norte da Índia, numa imensa área montanhosa, e ali restabeleceu a humanidade, através de uma série oblações, conhecidas como Ararati. A região ficou conhecida como "Região das Oferendas e Oblações" ('Ararati'). E foi das oblações de manteiga a leite surgiu a primeira mulher, que deu a luz aos filhos que constituíram a atual humanidade.

As chamadas "leis de Manu", são códigos de conduta conhecidos como "Manava-Dharma-Sastra", "Escritos Sobre a Justiça para a Humanidade". São versos escritos em sânscrito, na métrica antiga, contendo um compêndio das leis e costumes que eram seguidos e orientados pelo rei e pelos Brahmanas, os sacerdotes. Este código foi escrito tendo em vista dar uma orientação para que a humanidade não se perdesse novamente. O pedido para construir as leis partiu dos "Sete Sábios" e três importantes discípulos - uma vez que as leis haviam se perdido e somente Manu poderia trazê-las de volta. Manu aprendeu as leis da conduta diretamente do Senhor Brahmaa, então se encarregou de ensinar os sábios como Bhrigu, que pessoalmente aprendeu a métrica e do conteúdo das leis de Manu.

As leis de Manu consistem em 2.684 versos, dispostos em 12 capítulos. No primeiro capítulo é relatado a criação do mundo; do segundo ao sexto capítulos destina-se a correta maneira de agir das três castas superiores, bem como se dá o processo de iniciação na religião brahmínica, contendo os principais "Samskaras", ou "Cerimônias da Fé". "Varna" ('castas'), e "Ashrama" ('posição espiritual'), são descritos e comentados de modo a esclarecer a sua importância para que não haja degeneração social nem espiritual do homem. Ali está definida também a vida de estudante ('brahmacharya'), o tempo de vida que uma pessoa leva como asceta celibatário sob a orientação do guru ou mestre espiritual e estudando os Vedas e as escrituras sob a orientação de um brahmana. Fala-se ainda das obrigação de um chefe de família ('grihasta') - no qual ingressa depois de cerca de 12 anos de estudo. Nessa fase aprende como escolher uma esposa, como deve ser a vida de casado, como deve ser a manutenção da família, a correta distribuição da riqueza, bem como a responsabilidade de manter o fogo-sagrado, realizar os sacrifícios aos semideuses e antepassados, realizar os jejuns, e comemorar as festas santas, exercício da hospitalidade, etc. Também estão incluídas as restrições e regulações que dizem respeito aos alimentos, vestimentas, relações conjugais, cerimônias de limpeza. Depois, há a fase de afastamento da vida familiar, cerca de 24 anos de casado, onde o casal se retira da vida familiar, até que adote a ordem de Sannyasi, ou de sacerdote renunciado e itinerante.

O sétimo capitulo diz respeito a responsabilidade e as obrigações do rei, e da sua condição divina, onde o rei deverá saber distribuir corretamente o elevado ideal da sua condição. O oitavo capítulo trata do procedimento civil e criminal das leis, a maneira de julgar e punir, de acordo com o tipo de assunto ou crime. O nono capítulo trata das leis que incluem o divórcio, herança, os direito de propriedade, e a devida ocupação legal segundo cada casta (as quatro fundamentais). O capítulo onze ocupa-se com os tipos de penalidades para alguém livrar-se das más consequencias do Karma. Por fim, o último capítulo trata da questão da doutrina do Karma, a questão dos renascimentos numa escala ascendente ou descendente, de acordo com o mérito ou demérito da vida presente.

Há a descrição de 14 manus por manvantaras, sendo os seguintes os nomes dos Manus: (1) Yajna, (2) Vibhu, (3) Satyasena, (4) Hari, (5) Vaikuntha, (6) Ajita, (7) Vamana, (8) Sarvabhauma, (9) Rsabha, (10) Visvaksena, (11) Dharmasetu, (12) Sudhama, (13) Yogesvara and (14) Brhadbhanu. Informações mais aprofundadas sobre os Manus.

Mantra e a limpeza da Aura
O
s mantras (ou sons) que descrevo a seguir, servirão para libertar todos os vínculos kármicos do seu corpo e da aura. Este exercício pode ser feito todos os dias, pela manhã ou à noite, antes de deitar-se. Faça-o durante vinte e um dias, procurando, durante esse tempo, incluir pelo menos uma fruta em suas refeições.

Antes de começar o exercício, tome uma ducha ou um rápido banho de chuveiro. Sente-se sobre uma almofada ou um tapete, dobre os pés, que deverão estar encostados em seu bumbum. Feche os olhos. Coloque a ponta da língua no céu da boca, encolha o abdômen, aperte o queixo contra o peito e respire fundo pelo nariz, mantendo-se assim por alguns segundos.

Coloque a mão esquerda sobre o coração, e a mão direita, aberta, em frente ao primeiro chackra (órgão sexual), conservando-a afastada dali alguns centímetros. Conservando essa posição, faça o mantra "OM LAM" por três vezes. Depois faça o mantra (uma vez) "OM VAM" com a mão direita a quatro dedos abaixo do umbigo, "OM RAM" em cima do umbigo, "OM YAM" no meio do peito, "OM HAM" na garganta, "OM" sobre os intercílios e "OM" novamente, com a mão direita sobre a moleira.

Durante todo o exercício, a mão esquerda deve ser conservada sobre o coração. Faça as entoações mântricas, que vibrarão nos sete chackras principais, expandindo sua aura, fazendo com que os resíduos kármicos se dissolvam.

A seqüência será, portanto:

OM LAM
OM VAN
OM RAM
OM YAM
OM HAM
OM
OM

Esse texto é uma pesquisa realizada através de estudos da comunidade Gita. Trago-lhe aqui para dar conhecimento, mas não traduz a síntese de minha opinião direta.

Marlon Santos