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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CLARIVIDÊNCIA E CLARIAUDIÊNCIA

DEFINIÇÃO DE CLARIVIDÊNCIA: (de clari + vidência). Faculdade de conhecimento extra-sensorial consistente em pacientes, em estado sonambúlico, de transe ou de vigília, perceberem imagens ou acontecimentos por meio de obstáculos, isto é, de corpos opacos. J. Grasset desfaz-nos a confusão entre vidência e clarividência, quando deixa à palavra Clarividência o seu significado etimológico de faculdade de ver por meio de corpos opacos, portanto à distância, pouca ou longa.
DEFINIÇÃO DE CLARIAUDIÊNCIA: (de clari + audiência). Faculdade mediúnica consistente na audição, com nitidez, de vozes dos Espírito.
CLARIVIDÊNCIA NA PARAPSICOLOGIA: capacidade de perceber visualmente sem usar o sentido da vista, cenas, imagens, seres, tanto visíveis como invisíveis para as pessoas comuns, está ligada à função psi-gama na classificação de Rhine. Este vocábulo adquiriu ao longo do tempo um significado mais amplo, abrangendo toda a gama de fenômenos compreendida pela criptestesia geral na nomenclatura de Riche.
CAPTAÇÃO DAS PERCEPÇÕES: toda percepção é mental… Ainda mesmo no campo das impressões comuns, embora a criatura empregue os ouvidos e os olhos, ela vê e ouve pelo cérebro, e, apesar de o cérebro usar as células do córtex para selecionar os sons e imprimir as imagens, quem ouve e vê na realidade, é a mente. Todos os sentidos na esfera fisiológica, pertencem à alma, que os fixa no corpo carnal, de conformidade com os princípios estabelecidos para a evolução dos Espíritos reencarnados na Terra. Somos, por outro lado, receptores de reduzida capacidade, à frente das inumeráveis formas de energia que nos são desfechadas por todos os domínios do Universo, captando apenas humilde fração dela.
CLARIVIDÊNCIA E CLARIAUDIÊNCIA: atuando sobre os raios mentais do medianeiro, o desencarnado transmite-lhe quadros e imagens, valendo-se dos centros autônomos da visão profunda, localizados no diencéfalo, ou lhe comunica vozes e sons, utilizando-se da cóclea. Portanto, pela associação dos raios mentais entre a entidade e o médium dotado de mais amplas percepções visuais e auditivas, a visão e a audição se fazem diretas, do recinto exterior para o campo íntimo, graduando-se, contudo, em expressões variadas.
VIDÊNCIA E AUDIÊNICA, MÉDIUNS VIDENTES: são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Pode-se dar no estado normal ou sonambúlico. MÉDIUNS AUDITIVOS: ouvem a voz dos Espíritos, algumas vezes uma voz íntima que se faz ouvir na consciência, de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva.
Marlon Santos
por
Rede Amigo Espírita

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Água Fluidificada

A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. Em termos de Espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos.

Quem faz a fluidificação da água?

Em geral, são os Espíritos desencarnados que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água, mas a água pode ser magnetizada tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos homens encarnados, assim como ocorre com os passes, sendo necessário, para isso, da parte do indivíduo que irá realizar a fluidificação, a realização de preces e a imposição das mãos, a fim de direcionar os fluidos para o recipiente em que se encontrar a água.

Como é feita a fluidificação da água?

A água é um dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura, em que a medicação Espiritual pode ser impressa. O processo é invisível aos olhos mortais, por isso, a confiança e a fé do paciente são partes essenciais para que tratamento alcance o efeito desejado. A água é um ótimo condutor de força eletro-magnética e absorverá os fluidos sobre ela projetados, conserva-los-á e os transmitirá ao organismo doente, quando ingerida. A água fluidificada expande os átomos físicos, ocasionando a entrada de átomos espirituais, ainda desconhecidos, e que servem para ajudar na cura.

Procedimentos para a fluidificação da água

Tipos de fluidificação da água

  • Fluidificação Magnética: É aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados na água por ação magnética da pessoa (encarnada) que coloca suas mãos sobre o recipiente com água e projeta seus próprios fluidos.
  • Fluidicação Espiritual: É aquela em que os Espíritos aplicam fluidos (sem intermediários) diretamente sobre os frascos com água. Na Fluidificação Espiritual a água não recebe fluidos magnéticos do indivíduo encarnado, mas somente os trazidos pelos Espíritos. A Fluidificação Espiritual é a mais comumente utilizada nos Centros Espíritas.
  • Fluidificação Mista: É uma modalidade de fluidificação onde se misturam os fluidos do indivíduo encarnado com os fluidos trazidos pelos Espíritos.
Como vimos, o processo de fluidificação da água independe da presença de médiuns curadores, pois os Espíritos podem aplicar os fluidos sem intermediários, diretamente sobre os frascos com água, além disso, qualquer pessoa pode fluidificar a água, basta ter fé e concentrar-se naquilo que estiver fazendo, projetando assim os seus próprios fluidos e recebendo o auxílio da Espiritualidade amiga, sempre presente.

Ação da água fluidificada no organismo

A água é uma molécula polar composta e é facilmente absorvida no nosso organismo. Por isso e aproveitando-se de algumas de suas propriedades (tensão superficial, condutividade elétrica e suscetibilidade magnética), é usada como agente do tratamento de fluidoterapia.
Todas as reações que acontecem no nosso organismo são em soluções aquosas, e as proteínas, membranas, enzimas, mitocôndrias e hormônios somente são funcionais na presença desta substância (água).
A ciência denomina a água de “Líquido Vital”. Uma vez fluidificada e ingerida, a água pode provocar os seguintes efeitos:
  • Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa);
  • Observa-se na membrana celular uma maior mobilidades de íons Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Há uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como é o caso do cálcio;
  • Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e várias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular;
  • Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura perispiritual.
A terapêutica com a água fluidificada traz muitos benefícios ao organismo, apesar de não poder parar ou regredir as doenças geradas por resgates, doenças crônicas e degenerativas, porém facilita a ação medicamentosa e tem se mostrado eficiente na cura das doenças psicossomáticas. 

Conclusão

A água fluidificada, portanto, é uma água magnetizada, principalmente, pelos Espíritos, contendo, assim, alterações ocasionadas pelos fluidos salutares ali colocados e direcionados para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual.
Para cada paciente o fluido medicamentoso será específico não só para a sua enfermidade física, mas também para as necessidades espirituais de cada um. Deve ser usada como um medicamento. Manda o bom senso que não se utilize remédios sem necessidade, portanto, da mesma maneira, só deve usar a água fluidificada quem de fato estiver necessitando dela. Tudo em excesso faz mal, não é mesmo.
Marlon Santos
por
Edvaldo K.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Perispírito

«A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do espírito. ... Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável em relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, em relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria devem ser incluídos aqueles cujo perispírito é tão grosseiro que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. Esses espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros, um pouco mais desmaterializados, não o são, contudo, suficientemente para se elevarem acima das regiões terrestres».
... «O envoltório perispirítico de um espírito modifica-se com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; ... os espíritos superiores, encarnando, excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm um perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo».
Sabemos que a união do espírito (espírito mais perispírito) ao corpo físico tem início no momento da concepção. Essa ligação permite que o perispírito se constitua numa verdadeira matriz espiritual, orientando o desenvolvimento do futuro ser. É o espírito Emmanuel quem nos diz: «... e espanta ao embriologista a lei organogenética que estabelece a ideia diretora do desenvolvimento fetal, desde a união do espermatozóide ao óvulo, especificando os elementos amorfos do protoplasma; nos domínios da vida, essa ideia diretriz conserva-se inacessível até hoje aos nossos processos de indagação e análise, porquanto esse desenho invisível não está subordinado a nenhuma determinação físico-química, porém, unicamente ao corpo espiritual preexistente, em cujo molde se realizam todas as ações plásticas da organização, e sob cuja influência se efetuam todos os fenômenos endosmóticos».
Um estudo profundo do perispírito, seguindo-se ao trabalho magistral da codificação kardequiana, é desenvolvido por Gabriel Delanne no seu livro «A Evolução Anímica», publicado em 1885. Apesar do avanço dos conhecimentos científicos, podemos observar que as modernas pesquisas nada mais têm feito do que comprovar o valor da referida obra em relação a tão palpitante tema. É nesse livro que encontramos referência às dúvidas e argumentos do notável fisiologista francês Claude Bernard, ao examinar o desenvolvimento celular, o embrião e o ser já formado. «O que diz essencialmente com o domínio da vida, e não pertence à química, nem à física, nem ao que mais possamos imaginar, é a ideia diretriz dessa atuação vital. Em todo o germe vivo há uma ideia dirigente, a manifestar-se e a desenvolver-se na sua organização. Depois, no curso de toda a sua vida, o ser permanece sob a influência dessa força criadora, até que morre, quando ela não se pode efetivar. É sempre o mesmo princípio de conservação do ser que lhe reconstitui as partes vivas, desorganizadas pelo exercício, por acidentes ou enfermidades». O ilustre fisiologista, contemporâneo de Kardec, não fala em perispírito, mas imagina a sua existência, quando fala de uma ideia diretriz e desenho ideal de um organismo ainda invisível.
No estudo da referida obra de Gabriel Delanne fica evidenciado que o perispírito é uma aquisição do espírito na sua longa marcha pelos caminhos desta evolução biológica. Essa evolução está claramente definida no capítulo XI da Segunda parte de «O Livro dos Espíritos» e vem completar-se com o trabalho dos grandes naturalistas do século XIX, de entre os quais se destaca a figura de Charles Darwin, cujo trabalho principal, «A Origem das Espécies», foi publicado em 1859, dois anos após a publicação de «O Livro dos Espíritos».
O conhecimento do perispírito faz luz sobre vários pontos obscuros da referida obra, que, apesar de notável, analisa a evolução do ponto de vista simplesmente material, deixando de lado o elemento mais importante no mecanismo da vida, ou seja, o espírito, para o qual as formas vivas são apenas filtros de transformismo, tendo em vista a sua superior finalidade.
Para finalizar, citamos algumas propriedades do perispírito, entre tantas, por certo, que não podemos ainda compreender.

1. Matriz espiritual do corpo físico

Pela revelação, ficamos a saber que a união do espírito ao corpo se opera no momento da concepção, portanto, quando se forma a célula ovo. Pelo raciocínio somos levados a concluir que apenas os elementos constitutivos dos cromossomas, ou seja, o ácido desoxirribonucleico (ADN), ácido ribonucleico (ARN) e proteínas seriam insuficientes para desencadearem o maravilhoso fenômeno da vida. É necessária a presença da ideia directriz de Claude Bernard, para nós o perispírito, orientando e disciplinando o desenvolvimento celular.

2. Sustentador das formas físicas dos seres vivos

Sabemos que a renovação celular é uma constante em todos os seres vivos. No caso da espécie humana, ao cabo de mais ou menos oito anos, há uma renovação total das células, exceptuando as células nervosas ou neurônios. Como entender-se que persista a fixidez da espécie, a memória e os demais atos necessários à atividade vital, diante de tão surpreendente renovação? Graças, claro, à ação directiva do perispírito, que não só orienta a formação do ser como sustenta a sua forma, até que ocorra a desencarnação.

3. Retrata o nosso estado mental

Por ser um organismo estruturado num outro espaço, sofre, decisivamente, a acção da nossa mente, definindo a nossa posição no concerto evolutivo. Após a morte do corpo físico, de acordo com o seu peso específico, gravitaremos até às regiões afins com o nosso modo de ser.

4. Papel na mediunidade

No mecanismo da mediunidade é fundamental a acção do perispírito, seja pela capacidade de exteriorização que os médiuns possuem, seja pela combinação do fluido perispiritual do médium com o fluido perispiritual dos espíritos.
Marlon Santos
por
ADEP

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Desdobramento II

O sono fisiológico, mui propriamente denominado como "um estado de morte", por propiciar o torpor das faculdades pensantes e fazer desaparecer a parente realidade do mundo objetivo, faculta ao Espírito um parcial desdobramento, no qual se movimenta além dos limites corporais.
Conforme as suas inclinações, desejos e hábitos, tão logo sente afrouxarem-se os liames perispirituais, o Espírito desloca-se para os lugares onde encontra respostas para as necessidades cultivadas.
Mediante automatismo de sintonia da faixa vibratória na qual se localiza durante o estado de lucidez física, transfere-se sem qualquer esforço para outra equivalente, graças ao clima psíquico no qual se compraz.

Normalmente, nesse estado, encontra-se com Entidades que fazem parte do seu conúbio habitual, com elas se comprazendo, ou temendo-as, de acordo com o estado evolutivo que lhes seja peculiar.
Da mesma forma, vai conduzido por esses comensais da sua simpatia às regiões nas quais se homiziam com outras semelhantes, ou agem no bem, afeiçoadas ao programa da solidariedade e do progresso da Humanidade, conforme a evolução das mesmas. Ao retornar ao corpo, nos neurônios cerebrais, na área da memória, são impressas as cenas vividas ou vistas, decorrentes dos pesadelos, sonhos e fenômenos mediúnicos transcendentes, podendo ou não recordar-se, de acordo com o estado de desprendimento em que vive.
Sem qualquer dúvida, durante o sono fisiológico, natural ou provocado, especialmente na ocorrência do primeiro, o ser espiritual participa da vida estuante e causal, de onde todos procedemos e para a qual todos retornamos.
A vivência diária, geradora da psicosfera própria a cada um, faculta a sintonia equivalente, graças à qual o desprendimento ocorre com naturalidade, submisso ao mecanismo das ocorrências afins.


O apóstolo Paulo, em decorrência dos seus extraordinários sacrifícios pela causa do Cristo, não poucas vezes foi arrebatado ao terceiro céu, região superior de onde hauria a inspiração e as forças para o ministério e apostolado.
Maomé, em parcial desprendimento, foi conduzido a uma Esfera Superior, a fim de confirmar a imortalidade da alma, de onde retornou, transformado.
Afonso de Liguori, enquanto dormia, em Arienzo, deslocou-se em espírito até Roma, assistindo à desencarnação do Papa Clemente XIV.
Dante Alighiere conheceu regiões inferiores conduzido por Virgílio e vislumbrou as paisagens célicas sob o amparo de Beatriz.
Voltaire, em momento de lúcido desdobramento pelo sono fisiológico, compôs todo um canto de sua obra Henriade.
Tartini, igualmente desdobramento parcial do corpo, escreveu a emocionante Sinfonia do diabo.
Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo sacramentano, deslocando-se com facilidade enquanto o organismo repousava, socorria doentes, gestantes e necessitados. ..
É expressivo o número dos médiuns que, em desdobramento espiritual, atuam conscientemente, participando de experiências extracorpóreas, ou cooperando com os Mentores em tarefas socorristas, ou aprendendo comportamento, ou iluminando-se pelo conhecimento, de cujas experiências volvem com plena lucidez.


Não é indispensável que a consciência do fenômeno permaneça, como condição essencial para a ocorrência.
O conhecimento dos mecanismos da vida espiritual, o exercício do desapego às paixões mais grosseiras, a preparação mental antes do repouso através da oração, a irrestritas confiança no amor de Deus e a entrega tranquila as próprios Guias Espirituais, permitem que as horas do sono se transformem em realizações edificantes para si mesmo e para o seu próximo.
Cultivada, mediante os recursos da moral salutar, da dedicação ao bem, esta faculdade psíquica enseja abençoado intercâmbio mediúnico, graças ao qual se ampliam os horizontes da vida, embora a permanência na roupagem carnal.
Marlon Santos
por Momentos de Esperança, Divaldo

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Desdobramento

Perispírito e Desdobramento

Embora, durante a vida, o Espírito seja fixado ao corpo pelo perispírito, não é tão escravo, que não possa alongar sua corrente e se transportar ao longe, seja sobre a terra, seja sobre qualquer outro ponto do espaço. (Allan Kardec , A Gênese, Cap. XIV, It 23).
Gabriel Delanne, em “O Espiritismo perante a Ciência”, conclui: A melhor prova de existência do perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias.

Desdobramento

É o nome que se dá o fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.
O perispírito ainda ligado ao corpo, distancia-se do mesmo, fazendo agora parte do mundo espiritual, ainda que esteja ligado ao corpo por fios fluídicos. Fenômenos estes, naturais que repousam sobre as propriedades do perispírito, sua capacidade de exteriorizar-se, irradiar-se, sobre suas propriedades depois da morte que se aplicam ao perispírito dos vivos (encarnados).
Os laços que unem o perispírito ao corpo temporal, afrouxam-se por assim dizer, facultando ao espírito manter-se em relativa distancia, porém, não desligado de seu corpo. E esta ligação, permite ao espírito tomar conhecimento do que se passa com o seu corpo e retornar instantaneamente se algo acontecer. O corpo por sua vez, fica com suas funções reduzidas, pois dele foram distanciados os fluidos perispirituais, permanecendo somente o necessário para sua manutenção. Este estado em que fica o corpo no momento do desdobramento, também depende do grau de desdobramento que aconteça.
Os desdobramentos podem ser:
a) conscientes : Este, caracteriza-se pela lembrança exata do ocorrido, quando ao retornar ao corpo o ser recorda-se dos fatos e atividades por ele desempenhadas no ato do desdobramento. O sujeito é capaz de ver o seu “Duplo”, bem próximo, ou seja, de ver a ele mesmo no momento exato em que se inicia o desdobramento. Facilmente nestes casos, sente-se levantando geralmente a cabeça primeiramente e o restante do corpo, depois. Alguns flutuam e vêem o corpo carnal abaixo deitado, outros vêem-se ao lado dos corpos, todavia esta recordação é bastante profunda e a consciência e altamente límpida neste instante. Existe uma ligação ainda profunda dos fluidos perispirituais entre o corpo e o perispírito, facilitando assim, as recordações pós-desdobramento.
b) inconscientes: Ao retornar o ser de nada recorda-se. Temos que nos lembrar que na maioria das vezes a atividade que desempenha o ser no momento desdobrado, fica como experiências para o próprio ser como espírito, sendo lembrado em alguns momentos para o despertar de algumas dificuldades e vêem como intuições, idéias.
Os fluidos perispirituais são neste caso bem mais tênues e a dificuldade de recordação imediata fica um pouco mais árdua, todavia as informações e as experiências ficam armazenadas na memória perispiritual, vindo a tona futuramente.
Em realidade a palavra inconsciente, é colocada por deficiência de linguagem, pois, inconsciência não existe, tendo em vista o despertar do espírito, levando consigo todas as experiências efetivadas pelo mesmo, então colocamos a palavra inconsciente aqui, é somente para atestarmos a temporária inconsciência do ser enquanto encarnado.
c) voluntários: Se a própria pessoa promove este distanciamento. Analisemos algo bastante singular, nem todos os desdobramentos voluntários há consciência, pois como dissemos acima poderão haver algumas lembranças do ocorrido, existem ainda muitas dificuldades, no momento em que o espírito através de seu perispírito aproxima-se novamente de seu corpo, pela densidade ainda dos órgãos cerebrais é possível haver bloqueio dessas experiências. É necessário salientar que o ser encarnado na terra, ainda se encontra distante de controlar todos os seus potenciais, e por isso também há este esquecimento. Haja vista, algumas pessoas até provocarem o desdobramento e no momento de consciência terem medo e retornarem ao corpo apressadamente, dificultando ainda mais a recordação.
Os desdobramentos podem também ocorrer nos momentos de reflexões, onde nos encontramos analisando profundamente nossos atos e cuja atividade nos propicia encontrar com seres que nos querem orientar para o bem, parte de nosso perispírito expande-se e vai captar as experiências e orientações devidas.
d) provocados: Através de processos hipnóticos e magnéticos, agentes desencarnados ou até mesmo encarnados podem propiciar o desdobramento do ser encarnado. Os bons Espíritos podem provocar o desdobramento ou auxiliá-los sempre com finalidades superiores. Mas espíritos obsessores também podem provocá-los para produzir efeitos malefícios. Afinizando-se com as deficiências morais dos desencarnados, propiciamos assim, uma maior facilidade para que os espíritos mal-feitores possam provocar o desligamento do corpo físico atraindo o ser encarnado para suas experiências fora do corpo. A lei que exerce esta dependência é a de afinidade.
e) emancipação Letárgica: Decorre da emancipação parcial do espírito, podendo ser causada por fatores físicos ou espirituais. Neste caso o corpo perde temporariamente a sensibilidade e o movimento, a pessoa nada sente, pois os fluidos perispiríticos estão muito tênues em relação a ligação com o corpo. O ser não vê o mundo exterior com os olhos físicos, torna-se por alguns instantes incapaz da vida consciente. Apesar da vitalidade do corpo continuar executando-se.
Há flacidez geral dos membros. Se suspendermos um braço, ele ao ser solto cairá.
e) emancipação Cataléptica: Como acima, também resulta da emancipação parcial do espírito. Nela, existe a perda momentânea da sensibilidade, como na letargia, todavia existe uma rigidez dos membros. A inteligência pode se manifestar nestes casos. Difere da letárgica, por não envolver o corpo todo, podendo ser localizado numa parte do corpo, onde for menor o envolvimento dos fluidos perispirituais.
Marlon Santos
por
 Aluney Elferr

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Reencarnação- limites



A encarnação não tem limites. Esta se processa de acordo com a evolução de cada um; assemelha-se a uma criança que cursa o pré-primário e que nos perguntasse: “ Há limite para o estudo? No que responderíamos: “O limite se relaciona com o objetivo a que buscas alcançar . Se no quadro de tuas realizações estiver a medicina ou o direito e outros mais, que requerem uma constante atualização, o estudo se prolonga; é imperioso estar atualizado, não havendo, portanto, limites determinados”. A criança, então, poderia acrescentar: ”E quantas vezes eu teria que retornar para a escola? Quantos anos teria de aplicação e estudo?” Responderíamos: “ Se estacionar, estará estagnando seu progresso: se caminhar adiante, estará evoluindo. De igual modo se processa a encarnação.

Observemos no diálogo que “Jesus”, teve com Nicodemos, no qual abordou esse tema, dizendo-lhe que o importante é renascer e quantas vezes se fizerem necessárias, sendo que à medida que a pessoa avança em sua evolução e aprimoramento, avança para a pureza espiritual, herdando a eternidade da vida. Não se trata, portanto, de quantas encarnações necessitamos para tornarmo-nos espíritos puros e sim, quantas encarnações, forem por nós outros aproveitadas em sua íntegra, para sermos espíritos puros.

Existem pessoas que em dez encarnações ou quinze, a representarem mais ou menos mil anos de evolução, conseguem alcançar a pureza de espírito, por terem se empenhado, atendendo verdadeiramente ao chamado de Jesus, a recomendar-lhes para que negassem a si mesmos, apanhassem a cruz de suas responsabilidades e o seguissem, em amor e verdade.

Direis por tua vez: “ Compreendo, mas como poderei fazer isso, se sou casado e com filhos?”

Para negar a si próprio, não é preciso ser solteiro; Jesus não dispensa as suas responsabilidades assumidas porém, acrescenta a essas, novas tarefas a seu favor, para que te possas purificar; para que te regeneres; para que te apliques, aprimorando-se de modo a seguir os preceitos Divinos, advindos de mais alto.

É imperioso o despertar para a realidade, em que por meio do livre arbítrio, escolhes o caminho da esquerda ou da direita, sendo que, à medida que o teu esforço se faz presente, em cada reencarnação, fundamentada nas leis do amor e da caridade, em cada uma delas, tornar-se-á mais fácil e mais favorável tua evolução, tua regeneração e o progresso espiritual.

A assistência superior se fará mais presente, ao passo que a cada reencarnaçã, não aproveitada, as dificuldades aumentam, à maneira da criatura que aceita e segue e a criatura que nega e ainda se revolta, neste caso, sua situação somente tende a piorar, porque toda criatura que se revolta para com a Providência Divina, atrai sobre si, a maneira do ímã que atrai a limalha de ferro, o mal e a negatividade, prejudicando não somente a si mesmo, mas igualmente aos que estão a sua volta.

De certo que deves ter percebido na trajetória de tua vida, em contato com certas pessoas, ao conversarem, passarem a se sentir mal e, com outras, sentirem-se muito bem; isso significa que, aquela pessoa ou aquele irmão ou irmã, está com problemas.Está talvez, trilhando caminhos e procedimentos errados, criando a sua volta, miasmas, prejudiciais,que se desfazem através do cadinho depurador do sofrimento, devido à animosidade e ao descaminho, por meio de maldades, inveja, ciúmes, viciações, egoísmo, orgulho etc..

Os motivos são vários, ou seja, ao trilhar o caminho do mal, estarás adentrando o labirinto da sombra, ao passo que, ao trilhar o caminho do bem, adentraste a senda de luz; portanto, cabe a cada um saber qual caminho seguir, tens de te decidir, ser bom ou mal.

A grande maioria da humanidade simplesmente pensa dessa forma, “...eu ainda não sou velho; quando isso acontecer e estiver cheio de problemas, aí sim é o momento de voltar-me para Deus”.

Contudo, nesse momento, terás de desbravar o caminho entre você e “Deus”, donde confirmarás estar muito distante dele.

É evidente que todo aquele que busca a trilha antes, a encontrará e a manterá, cultivando nela as boas ações de seu coração, sendo que todo o que a buscar depois, não poderá ultrapassar o primeiro É o que ocorre com a humanidade em relação à reencarnação, cabendo a cada um tornar o seu futuro melhor ou pior. Se aqui nos situamos no aprendizado, evidentemente é para que o nosso futuro seja menos amargo, mas para tanto se faz necessário que sigamos as orientações, não a nosso modo, mas da forma que nos é apresentada. Não conseguiremos aprender através de nossas imposições, ou seja, dizer: “É deste modo que eu quero e fim!” Ninguém se oporá a nossa decisão, mesmo porque, somos dotados do livre arbítrio; ocorre, entretanto, que ao agirmos deste modo, pensaremos que estamos indo à diante, quando na verdade, estamos nos direcionando opostamente. É preciso que se saiba que existem conhecimentos profundos que ainda não nos é dado conhecer, pois não estamos preparados para ingerirmos tal alimento espiritual, não o aproveitaríamos, portanto. Recordamos neste momento o benfeitor espiritual Emmanuel, que nos informa que “Para crianças dá-se leite”, sendo que muitos de nós outros estamos ainda necessitando de leite, por não estarmos preparados para compreender a profundidade dos ensinamentos superiores, para isso é preciso que se dê tempo. O mesmo ocorre nos processos reencarnatórios, pois não estamos aptos a aprender todos os valores da vida em uma única encarnação. Há casos em que observamos as atitudes desta ou daquela pessoa e desaprovamos o seu comportamento, achando que não seríamos capazes de agir de igual modo, entretanto, é preciso que se saiba que por nossa vez fazemos coisas e tomamos atitudes que aquela pessoa que observamos também não será capaz de fazer.

A Terra é a grande escola do aprendizado e como tal, analisemos: Em uma sala de aula, existem alunos que repetem o ano por não conseguirem dominar a matemática, ao passo que outros igualmente repetem por ter dificuldade em português; o que para uns isto ou aquilo ainda é dificultoso aceitar, compreender e assimilar, para outros não apresenta dificuldade alguma. Nos caminhos evolutivos da vida, todos passamos por várias experiências; em muitos casos aprendemos e em outros não temos êxito, no entanto, outra pessoa tem êxito, exatamente onde nós encontramos dificuldade.Cada um, portanto, se situa em um degrau da escala evolutiva. Suponhamos duas pessoas têm o mau hábito de mentir, uma consegue vencer este hábito e a outra não; em uma nova encarnação a que conseguiu não mais precisa passar pela experiência dado ter o domínio sobre si mesma, frente a esse mau hábito, ao passo que a segunda terá que repetir a lição condizente. Dado a isso, não nos cabe julgar a quem quer que seja, pois o que nós já aprendemos outros ainda têm dificuldade em aprender. Observemos igualmente sobre a aceitação. Existem coisas e situações que você não aceita, ao passo que a pessoa em questão já aceita e vice versa. Se nos reportarmos ao ontem, muitas situações e ocorrências não aceitávamos, no entanto hoje aceitamos, dado a nossa maturidade espiritual; o mesmo ocorrendo no que se refere ao nosso amanhã.

Cabe a nós outros decidir quanto ao nosso futuro, uma vez que o pretérito é inalterável e o amanhã nos pertence. Façamo-lo o melhor possível para o nosso próprio bem e a nossa felicidade.

Por Marlon Santos

de laresespíritas.com

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Processo Reencarnatório




1. Reencarnação Compulsória: É aquela que acolhe o Espírito sem prévia concordância dele e até mesmo sem o seu conhecimento. É por sua índole, própria dos Espíritos cujo grau de perturbação impede análise clara da situação, ou cujas faltas são tão graves que anulam a liberdade de escolha. É uma imposição feita pela Lei Divina para atender aos casos cuja recuperação exige longas expiações.


2. Reencarnação Proposta: É aquela que leva em consideração o livre-arbítrio relativo de que dispõe o Espírito. Mentores Espirituais estudam, sem imposição, seus débitos e méritos, programando em seguida os principais acontecimentos da próxima existência física, tendo em vista a liquidação ou diminuição de dívidas e possibilidades de progresso moral e espiritual.


3. Reencarnação Livre: É aquela que é própria dos missionários, Espíritos redimidos perante a Lei Divina ou próximos da redenção no plano terreno. São os que possuem ampla liberdade de escolha. Chegam ao plano material para o desempenho de tarefas elevadas em qualquer segmento do conhecimento humano, tanto nas ciências como na filosofia ou religião. Neste último, tornam-se: Um Sócrates; um Buda; um Krishna, e, notadamente, Jesus de Nazaré.


Temos ainda a:


Reencarnação Acidental: Há circunstâncias diversas que promovem a alteração no planejamento reencarnatório, que pode ocorrer sem o detalhamento necessário nos casos de reencarnações acidentais. A fecundação não estava prevista. Ocorre uma união sexual fortuita. O espírito que esteja próximo ao casal será “atraído” pelo óvulo fecundado. Mecanismos automáticos, por vezes incompreensíveis, encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o espírito, nessa circunstância, necessite.


Nesses casos, encaixam-se os reencarnantes oriundos de estupros e outros “acidentes” semelhantes. O suicídio é um exemplo do algo não planejado antes da encarnação e que é uma forma de alterar o planejamento.


Em princípio tudo pode ocorrer, desde que esteja dentro das leis naturais. O processo reencarnatório se opera dentro das leis de sintonia entre espíritos e dentro das leis biológicas da hereditariedade. Assim, supondo que espíritos caracterizados como obssessores, estejam afinizados com o casal, e, se não houver proteção por parte de espíritos que se interessem pelo par, pelo menos teoricamente, isto seria possível. No entanto, as circunstâncias que cercam a ligação, mesmo fortuita entre duas pessoas são muito difíceis de serem analisadas. Mesmo que tal fato se dê, não sairá nunca das condições de afinidade e de merecimento que envolvem todos os espíritos afetados. E sendo assim, está tudo dentro da Lei, mesmo não sendo especialmente previsto.



REENCARNAÇÃO: Chave Perdida


O livro Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, esclarece que efetivamente a Doutrina Espírita interpreta a passagem do “nascer de novo” do Evangelho de João, como o princípio da Reencarnação, elucidando ainda que a “idéia da Reencarnação vem de remotas civilizações e é a verdadeira chave que nos abre a compreensão de muitos problemas humanos.” Conclui Emmanuel: “Contudo, a Religião Cristã, adaptando-se aos formalismos hebraico-cristãos, perdeu a chave que Jesus de Nazaré lhe havia deixado em suas palavras e atos.”


Dessa maneira, o objetivo da existência física numa encarnação é a superação da condição humana através das reencarnações na Terra e em outros mundos habitados para atingir a Espiritualidade. Estamos diante uma teoria Espírita, a Teoria Espírita da Evolução e Imigração dos Mundos, que explicita que o Homem, através da sucessão de vidas na Terra e em outros mundos habitados material e espiritualmente, se reintegre na Evolução Cósmica.

Marlon Santos

Por Grupo Espírita André Luis GEAL

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Espiritismo é considerado uma Religião?



O ESPIRITISMO É UMA RELIGIÃO?

Não, não é. Usualmente define-se o Espiritismo como uma religião. Inclusive, em alguns locais, o Espiritismo é tratado como mais uma religião, a par de centenas de outras. Allan Kardec definiu o Espiritismo de forma bem clara e transparente. Se o Espiritismo fosse mais uma religião perderia o seu carácter Universalista e seria apenas mais uma, no meio de um milhar oriundas do cristianismo, e mais de tr
ês milhares provenientes de outras denominações religiosas.

O pensamento de Kardec é bem claro, pelo que não se entende muito bem, essa infeliz afirmativa.

Leiamos Kardec: (1) "Porque, então declaramos, que o Espiritismo não é uma religião?*

Porque não há uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimónias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral."*

Acreditamos que podemos amar profundamente o próximo e pôr em prática essa notável nobreza, aproximando-nos de Deus, através do crescimento interior de cada um, sem haver necessidade de se reduzir o Espiritismo a uma religião. Não devemos confundir moral com religião. A moral tem um sentido mais abrangente, mais Universalista, englobando todas as sensibilidades religiosas, sendo ela própria, uma disciplina da Filosofia. O conceito de religião é redutor limitando-se apenas a uma religião, é limitativa, absolutista, estática, e sendo a mais pura antítese, da lógica e do raciocínio.

O QUE É O ESPIRITISMO?

Mas afinal o que é o Espiritismo?(2): "O Espiritismo é, ao mesmo tempo, Ciência Experimental e Doutrina Filosófica. Como ciência prática, tem a sua essência nas relações que se podem estabelecer com os espíritos. Como filosofia, compreende todas as consequências morais decorrentes dessas relações. Pode ser definido assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal."*.

Pelo que podemos constatar, Allan Kardec, numa definição límpida de Espiritismo não faz qualquer menção a ser uma religião. Será que o génio de Kardec se esqueceu? Vejamos...


QUAL O VERDADEIRO CAR
ÁTER DO ESPIRITISMO?


Mais à frente no mesmo livro, podemos observar uma conversa de Allan Kardec com um padre, em que ambos estabelecem o seguinte diálogo(3):

"O sacerdote - Convenho em que, no que diz respeito às questões em geral, o Espiritismo é conforme às grandes verdades do Cristianismo. Mas... e aos dogmas? Não vai ele de encontro a certos princípios que a igreja ensina?

Allan Kardec - O Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência, e não se ocupa com questões dogmáticas. Como ciência, e como todas as filosofias, tem consequências morais. Estas são boas ou más? Pode-se julgá-lo pelos princípios gerais que acabo de recordar. Algumas pessoas se equivocaram quanto ao verdadei
ro caráter do Espiritismo. A questão é suficientemente séria e de molde a merecer uma explicação de nossa parte."*

Pelo que vimos acima, já podemos observar que o próprio Allan Kardec considera o Espiritismo como tendo consequências morais e não consequências religiosas como alguns pretendem. É tremendamente lógica e racional esta conclusão de Kardec; uma vez que o Espiritismo leva à nossa reforma moral, e não à nossa reforma religiosa, alertando mesmo para a gravidade de tal proposta.

Um pouco mais à frente, Kardec, ainda detalha mais esta questão...(4): "Melhor observado depois de sua divulgação, o Espiritismo faz luz sobre uma multidão de questões até hoje tidas como insolúveis ou mal compreendidas. Seu verdadeiro caráter é, pois, o de uma ciência e não de uma religião. A prova disso é que conta entre seus adeptos homens de todas as crenças (...)".*


RELIGAMENTO A DEUS OU "RELIGAÇÃO"...!?


Existem também algumas teorias sofistas, (partindo de uma premissa falsa) de que a palavra religião vem do latim religare que se considerarmos que o Espiritismo nos "religou" a Deus (o que é um autentico paradoxo, já que nunca estivemos separados do Criador), podemos chamar-lhe religião. Independentemente da etimologia ou semântica da palavra, vamos novamente ver o que Kardec diz a este respeito, ainda no mesmo livro (5):

"O sacerdote - O senhor faz não obstante, as invocações segundo uma formula religiosa?

Allan Kardec - Anima-nos, certamente, um sentimento de religioso, nas evocações e em nossas reuniões. Não existe, porem, uma formula sacramental. Para os Espíritos o pensamento é tudo; a forma não vale nada. Nós os invocamos em nome de Deus porque cremos em Deus e sabemos que nada se cumpre neste mundo sem a Sua permissão e porque se Deus não lhes permitisse vir, não viriam. (...) Isto tudo o que prova? QUE NÃO SOMOS ATEUS, O QUE DE NENHUM MODO IMPLICA EM QUE SEJAMOS RELIGIOSOS." *

Observa-se aqui que Allan Kardec é bem pragmático ao fazer a diferenciação entre NÃO SER ATEU e SER RELIGIOSO. Saber que Deus existe, é tão somente isso mesmo: não ser ateu.


QUEM DESEJA QUE O ESPIRITISMO SEJA MAIS UMA RELIGIÃO?

Opinião de Kardec sobre o tema: Espiritismo é religião?

Allan Kardec em:"Discurso de Abertura", de 2 de novembro de 1868,publicado na "Revue" de dezembro do mesmo ano:


Primeiramente lembro o clássico artigo publicado na "Revista espírita" de dezembro de 1868, intitulado "O espiritismo é uma religião?", pois nesse texto, Kardec declara não ser o espiritismo uma religião, por não possuir os caracteres das religiões tradicionais,como as cerimônias e os sacerdotes.

Todavia, afirma ele nesse mesmo texto: "o laço estabelecido por uma religião é um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, [...]. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, [...] a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. [...] Se assim é, perguntarão, então o espiritismo é uma religião?

Ora, sim, sem dúvida, senhores; no sentido filosófico, o espiritismo é uma religião". Kardec é bem claro em sua opinião ao possibilitar que o espiritismo seja considerado uma religião apenas em seu aspecto filosófico, ou seja, por reunir em torno de seus princípios filosóficos os homens numa congregação de fraternidade e benevolência, para então concluir, após a afirmativa acima:

"O espiritismo, não tendo nenhum dos caracteres duma religião, na acepção usual da palavra, não se poderia, nem deveria ornar-se de um título sobre o valor do qual, inevitavelmente, seria desprezado; eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica e moral".

Eis uma observação de Kardec, muito a propósito, na Revue Spirite de 1864, p. 199, com respeito à divulgação do Espiritismo como uma religião pelos doutores da Lei da era moderna:

"Quem primeiro proclamou que o Espiritismo era uma religião nova, com seu culto e seus sacerdotes, senão o clero? Onde se viu, até o presente, o culto e os sacerdotes do Espiritismo?

Se algum dia ele (Espiritismo*) se tornar uma religião, o CLERO é quem o terá provocado".*

Bem e finalizamos... o Espiritismo é a doutrina mais bela que pessoalmente temos conhecimento.
Referências
(1) "Revista Espírita", Ano XI, Dezembro 1868, vol. 12, - Discurso proferido pelo Sr. Allan Kardec na sessão anual comemorativa dos mortos na Sociedade de Paris, 1º de Novembro de 1868
(2) Kardec, Allan - O que é o Espiritismo -, Prólogo, pág. 12, LAKE
(3) Kardec, Allan - O que é o Espiritismo -, Cap. I, Terceiro Diálogo - O sacerdote, pág. 97, LAKE
(4) Kardec, Allan - O que é o Espiritismo -, Cap. I, Terceiro Diálogo - O sacerdote, pág. 98-99, LAKE
(5) Kardec, Allan - O que é o Espiritismo -, Cap. I, Terceiro Diálogo - O sacerdote, pág. 99-100, LAKE
(6) Almeida, Luiz de-CEPA

Marlon Santos