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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Médiuns em outras religiões




Foi Allan Kardec quem melhor estudou a paranormalidade humana, adentrando a sonda da




investigação no cerne do fenômeno.




No capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, Kardec apresenta a seguinte definição: "Toda pessoa




que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos é por isso mesmo médium". E tece




comentários muito importantes dessa peculiaridade do organismo humano. Foi Kardec, aquele




que propôs a palavra médium, por mais consentânea com a função a que se dedica. (Também




trata do assunto em Obras Póstumas, 1.ª Parte, cap. VI ítem 33).




O Codificador apresenta a mediunidade como sendo uma faculdade orgânica, encontrada em




quase todos os indivíduos, à semelhança de qualquer outra aptidão como a memória, a




inteligência, a razão, etc.




Não constituindo, assim, patrimônio especial de grupos, nem privilégio de castas; é inerente ao




Espírito, que dela se utiliza, encarnado ou desencarnado, para o ministério de intercâmbio entre




diferentes esferas de evolução.




O desenvolvimento da faculdade propriamente dita, relaciona-se com o organismo, é




independente da moral, não ocorrendo o mesmo com seu uso, que pode ser mais ou menos




bom, segundo as qualidades do médium.




A mediunidade não implica necessariamente em relações habituais com os Espíritos superiores.




É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos útil aos Espíritos em geral. O




bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos




bons Espíritos e somente deles têm assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência




das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade. (Fonte para estudo: O




Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 11 e 12).




A mediunidade não tem nenhum sinal ou característica exterior, que permita a quem quer que




seja poder caracterizá-la ou identificá-la através de síndromes ou manifestações que tipifiquem




o comportamento de um médium.




De início, por ser uma faculdade que coloca o homem entre dois extremos, ele pode propiciar




determinados estdos, confundidos com patologias, com enfermidades. Se ela se manifesta na




área intelectual, pode apresentar no indivíduo determinados estados de aparente alucinação




auditiva, visual, ansiedade, receio, fenômenos claustrofóbicos, medos injustificáveis da noite, do




relacionamento com as pessoas. Porque, propiciando ao indivíduo uma percepção que estrapola




o fenômeno normal, dá-lhe uma dimensão de registrar maior que o tipo comum. E, não estando




a pessoa equipada para conduzir essas manifestações, é natural que experimente certas




insatisfações, intranqüilidade ou sensação de mal-estar.




Na área física, pode proporcionar ruídos, pancadas inesperadas, mundanças de objetos de lugar,




determinadas sensações de presenças, agradáveis ou desagradáveis.




Também na área onírica, nos estados de sono, pode caracterizar-se pelos fenômenos de




encontros espirituais, de desdobramentos, pesadelos. Não queremos com isso configurar, que




essas manifestações pelo geral, sejam mediunidade, mas particularizar que a mediunidade pode




também revelar-se através desses fenômenos.




À semelhança da inteligência, a mediunidade se apresenta dentro de várias expressões. Pode




ser visual, a vidência. Auditiva, a audiência. Premonitório, através da qual o ser penetra no




conhecimento do futuro.




Pode apresentar-se mediante à irradiação de uma energia que materializa e que desmaterializa,




que produz a movimentação de objetos, ectoplasma. Pode levar o indivíduo a estados de




empatia. De repente, dá-lha aquela alegria, aquela felicidade; como de depressão, aquele




estado crepuscular; o indivíduo tem a sensação de que algo bom lhe está acontecendo, sorri, se




emociona, ou tem a sensação de que uma grande tragédia está prestes a acontecer-lhe. São




fenômenos inspirativos de boa ou má prodecência, caracterizando a mediunidade inspirativa,




psicofônica ou de incorporação.




Se vem um impuslo de escrever, e consegue grafar uma página com beleza superior à sua




capacidade momentânea, ou fazê-lo sobre um assunto que não elocubrou, eis aí patente a




mediunidade psicográfica. Mas todas elas desvestidas de superstições, de mistérios e crendices.




A mediunidade não leva à doença. O que faz o médium adoecer, não é a presença da faculdade.




São as suas dívidas desta ou de outra encarnação. A pessoa adoece, não por que seja médium,




mas porque é um ser individado perante as Leis Divinas. (Fonte para estudo, O Livro dos




Médiuns, cap. XVIII).




Apresentada a mediunidade, é lícito educá-la, da mesma forma que em se notando uma




faculdade de natureza intelectual ou artística, a pessoa passa a desenvolver essa aptidão, para




daí, canalizando as suas energias, sacar os melhores resultados possíveis.




Requisitos para educar a mediunidade




por Divaldo Pereira Franco




''Para educar a mediunidade há requisitos inamovíveis, sem os quais ninguém consegue




desdobrar essas percepções.




O primeiro deles, estudá-la, conhecer as suas possibilidades e as demais. Conhecer o




Espiritismo, que é a ciência que explica a mediunidade. Sem esse conhecimento a pessoa não




passa do estado de superstição e de aventura, ainda mais, por causa do grande escolho à




mediunidade, do grande perigo, que é a obsessão. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns,




cap. XXIII).




Sendo os Espíritos as almas dos homens que viveram na Terra, eles são exatamente os mesmos




desvestidos do corpo físico. Bons ou maus, nobres ou indignos, honestos ou injuriosos e,




estando a pessoa no desabrochar da mediunidade, em uma faixa de incerteza e de instabilidade




emocional, sintoniza primeiro com os Espíritos levianos, que se lhe aproveitam da ignorância




para prometer-lhe missões, funções especiais, posições de relevo, e mentindo, dizerem tudo




aquilo que agrada à vaidade da criatura humana. (Fonte de estudo, O Livro dos Médiuns, cap.




XVII, ítem 211 e O Livro dos Espíritos, pergunta 919)




Qual o meio mais eficaz para sem melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?




Um sábio da aantiguidade disse: "Conhecer-te a ti mesmo."




"O conhecimento de si mesmo é, pois, a chave do melhoramento individual..." (Santo




Agostinho)




Portanto, cumpre ao médium o dever de vigiar-se, para ter certeza de que é uma criatura




humana falível, como uma outra qualquer. Portadora apenas de uma faculdade a mais que lhe




pode ser instrumento de felicidade, como de ruína, de acordo com a finalidade que lhe dê.




A mediunidade não é boa nem má; o uso que se lhe dê tornar-lhe-á uma bênção ou uma




desdita para o seu usuário.




A segunda função é o exercício. A mediunidade não é para um breve período como muita gente




que treina uma semana e na seguinte abre um Centro Espírita, para atender à sua e à vaidade




das pessoas que lhe são afins. Acreditando que o fato de abrir um Centro Espírita a mais, é um




grande serviço que presta à Humanidade, pois que, não estando a pessoa convenientemente




equipada, o que pode transmitir? Como conduzir, se ainda não sabe conduzir-se? Incidindo




naquela prescrição de Jesus: "Cego que conduz cego, caem todos no mesmo abismo". (S.




Mateus, cap. XV, vv 1 a 20)




Portanto, é um exercício para toda a vida. Porque, a pessoa que possui inteligência, não pode




dizer amanhã: — "A partir de agora vou deixar de ser inteligente". A pssoa que aprende a ler e




escrever não pode afirmar: — "De agora em diante não leio mais." Porque, onde quer que




incidam as suas vistas, o que estiver grafado em seu idioma, ela o lerá, queira ou não, uma vez




que é uma qualidade inerente à sua realidade humana.




A mediunidade, portanto, exige uma educação permanente e, à medida quem o médium vai




educando as suas possibilidades psíquicas, mais amplas estas se lhe fazem, exigindo-lhe maior




campo de ação e de vigilância.




"Educar-se incessantemente é dever a que o médium deve comprometer intimamente, a fim de




não estacionar e, aprimorando-se, lograr as relevantes finalidades que a Doutrina Espírita




propõe para a mediunidade com Jesus." (Joanna de Ângelis, no livro no Limiar do Infinito)




O terceiro requisito é a consciência de que é médium, para que lhe serve a mediunidade e o que




dela vai fazer. Daí, a vigilância é a necessidade mais imediata e mais comum.




"É necessário vigiar as entradas do coração e permanecer no posto da prece." (Joanna de




Ângelis, no livro Convites da Vida)




A vigilância lhe deve constituir um paradigma a fim de que tenha o critério de analisar as




comunicações de que é objeto, não se impressionando com nomes pomposos nem com




entidades que trazem uma alta dose de pieguismo.




Na cultura brasileira, remanescente do africanismo, há uma postura muito pieguista, que é a do




preto velho. E muitas pessoas acham que é sintoma de boa mediunidade ser instrumento de




preto velho. Quando lhes explicamos que não há pretos velhos, nem brancos velhos, que todos




são Espíritos, ficam muito magoadas, dizendo que nós, espíritas, não gostamos de pretos




velhos. E lhes explicamos que não é o gostar ou não gostar. Se tivessem lido em O Livro dos




Médiuns, O Laboratório do Mundo Espiritual, saberiam que se a entidade mantém determinadas




características do mundo físico, é porque se trata de um ser atrasado. Imagine o Espírito que




manquejava na Terra, porque teve uma perna amputada, ter de aparecer somente com a perna




amputada.




Ele pode aparecer conforme queira, para fazer-se identificar, não que seja o seu estado




espiritual. Quando, ao retornar à Pátria da Verdade, com os conhecimentos das suas múltiplas




reencarnações anteriores, pode apresentar-se conforme lhe aprouver.




Então, a questão do preto velho é uma fenômeno de natureza animista africanista, de natureza




piegas. Porque nós achamos que o fato de ter sido preto e velho, tem que ser Espírito bom, e




não é. Pois houve muito preto velho escravo que era mau, tão cruel quanto o branco, insidioso e




venal. E também houve e há muito branco velho que é venal, é indigno e corrompido. O fato de




ter sido branco ou preto não quer dizer que seja um Espírito bom.




Cabe ao médium ter cuidade com esses atavismos, e quando esses Espíritos vierem falando




errado, ou mantendo os cacoetes característicos das reencarnações passadas, aclarar-lhes




quanto à desnecessidade disso. Porque se em verdade, o preto velho quer falar em nagô, que




fale em nagô, mas que não fale um enrolado que não é coisa nenhuma. Ou, se a entidade foi




alemã na Terra e não logre falar o idioma do médium, que fale alemão, mas que não fale um




falso alemão para impressionar. O médium só poderá falar o idioma no qual ele já reencarnou




em alguma experiência passada.




Desde que não há milagres nem sobrenatural, o médium é um instrumento. Sendo a




mediunidade um fenômeno orgânico, o Espírito desencarnado vai utilizar o que encontre




arquivado no psiquismo do médium, para que isto venha à baila. (Fonte para estudo, O Livro




dos Médiuns, cap. XIX, ítem 15)''




Dentro dessa exposição, ao estudar meduinidade, conseguimos definir que me toda e qualquer eligiõa a mediunidade está presente. Em outro texto detalharei com mais propriedade as funções medianeiras em outras religiões, dentro de suas liturgias.




Marlon Santos




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